Artigo: DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR – SINGELO ANTITRATADO DO CÉREBRO

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SINGELO ANTITRATADO DO CÉREBRO

Na forma de um ensaio.

Por: Edimilson Santos Silva Movér – Ensaista.

 

Preâmbulo:

Tudo tem uma história, e nada acontece por acaso, o problema é tomar a decisão para contar tal história, também muitos ou todos os grandes feitos, descobertas e acontecimentos ocorridos no mundo, nunca se referem a uma única pessoa, nem possui um único protagonista. Claro que já conhecia o fato de algumas pessoas especiais possuírem cérebros especiais, isto, quase todos o sabem. Descobri em minhas pesquisas que a literatura sobre os cérebros especiais dos Savants é vastíssima, o que nos demonstra que estes cérebros têm gerado exaustivos estudos, embora, com o desenvolvimento atual da neurologia pouco se possa fazer quanto a utilidade das funções destes cérebros especialíssimos. A história deste ensaio que ora se inicia, possui vários responsáveis por sua existência, ou no mínimo, por seu pontapé inicial: No entanto, eu poderia ter sido incentivado por outra via; ou ter tomado conhecimento do tema da reportagem e deixado como estava estampado na revista. O primeiro responsável pela elaboração deste ensaio seria o fato da existência dos Savants, pois, sem eles este ensaio não faria sentido, nem a reportagem: O segundo responsável sou eu mesmo, que resolvi dedicar meu tempo ao estudo do assunto e a tentar analisá-lo e descrevê-lo com alguma coerência e lógica: O terceiro seria o pensador e meu amigo José Mário Ferraz que leu o texto numa revista e me repassou para que eu o lesse e opinasse: Na realidade ele não me pediu textualmente que escrevesse ou opinasse sobre o assunto. Mas, quando cheguei ao seu apartamento, depois dos cumprimentos habituais, ele me disse, – tenho uma coisa que gostaria que você lesse. – Partindo do pensador José Mário, isto é o bastante para me deixar em estado de alerta, alerta este, que o resultado foi este ensaio: O quarto seria o repórter da revista, que elaborou e escreveu com maestria tal reportagem: O quinto seria a própria Revista por publicar tão “interessante” reportagem. Espero que os meus poucos leitores, (entre os quais naturalmente você está incluso), compreendam que este ensaio teve uma motivação extremamente pessoal. Por isso, na intenção de evitar discussões inúteis e vazias, que não nos trazem nenhum proveito! Transcrevo mais uma vez os direitos de todos os cidadãos do planeta, e que constam da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Que diz textualmente no seu artigo XIX: (Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras). Com todos estes direitos de tecer, formar, absorver e transmitir opiniões sobre qualquer assunto: Posso escrever sobre o meu pé, sobre meus ouvidos, sobre qualquer coisa que faça parte do meu corpo físico, sobre meus rins, sobre minha cara feia, sobre  o que creio e o que não creio, inclusive sobre este órgão que me faz pensar sobre ele mesmo! Ou sobre qualquer abstração fruto da minha mente ou não. Aqui, propositadamente só faço referência ao meu cérebro, nunca a mim como pessoa completa e complexa que sou como ser social, que emite opiniões, algumas vezes certas, outras vezes erradas. Também falarei sobre outros cérebros! Do cérebro de Einstein será relatado seu estudo, como também os de alguns Savants e de algumas pessoas comuns e incomuns, destas últimas, somente de leve seus cérebros aqui serão tratados e sempre como comparações. Esta é a minha intenção básica. Salvo se ocorrer uma necessidade ou por um deslize qualquer. Inusitadamente este ensaio, embora tenha como tema central o cérebro do “homo sapiens sapiens”! Subespécie a qual suponho pertencer! O motivo deste “supor pertencer” está em alguns momentos nos quais não devemos sentir nenhum orgulho deste “pertencer”! Pois, em agosto de 2011 um pai, aqui no Brasil mandou matar a própria filha para receber um seguro de vida! Se bem observarmos, a história do homem (após a escrita) veremos abismados, que em alguns momentos  realmente não há motivo de orgulho por fazermos parte desta espécie animal que aprendeu a pensar, a falar e a escrever. Assim, este não é um ensaio ontológico nem pretende ser um estudo escatológico. O que equivale dizer que, este ensaio não se refere ao “homo”, como “Ser” social, ou ao seu fim último como espécie! Então, aqui não trato nem do seu comportamento como “Ser” nem tão pouco da sua finalidade como espécie, ou do seu desaparecimento final. Algo que inevitavelmente um dia ocorrerá! Conforme a lógica mais simples, levando em conta o que pensadores da Hélade há mais de vinte e sete séculos já propunham:  De que no universo, a única coisa permanente existente, seria a impermanência. Aqui chamo a atenção do leitor para a profunda relação sinestésica inerente aos Savants! Embora no momento a neurologia desconheça em que moldes e como esta sinestesia se processe, espero que no cérebro do homem do futuro, isto seja uma ação natural, comum e corriqueira, No entanto, isto não me preocupa tanto, me preocupa mais o CAOS, falarei do CAOS no final deste ensaio, pois, o responsável pela vinda do CAOS, com certeza é o “cérebro” do animal que chamam de “humano”. A sinestesia pode parecer algo complexo e difícil de entender e perceber! No entanto, qualquer pessoa comum a percebe facilmente, se a tomar como uma relação de planos sensoriais diferentes, tome um banho com um sabonete com perfume de erva doce, leve a espuma à boca, o sabor inevitavelmente será de erva doce, ou olhe para uma bola, feche os olhos e leve a bola às mãos, seu cérebro montará a mesma imagem esférica, o problema é que os Savants fazem isto com os números e com as notas musicais, para certos tipos de Savants as notas musicais e os números possuem sabores, cores, inclusive possuindo texturas as mais diversas, daí advém a sua prodigiosa memória musical e numérica. A palavra sinestesia pode ser entendida como: a união de sensações, ou o poder de utilizar as sensações que nos são proporcionadas por vários de nossos sentidos de forma simultânea. Um cérebro comum normalmente é destituído desse poder. No entanto, podemos experimentar debilmente tais sensações, nas relações do paladar/olfato e da visão/tato, ou de um destes sentidos com a audição, como demonstrado acima. É interessante observar que, (Savant é sábio em francês).

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Para um melhor entendimento da ideia do que pretendo expor e propor neste ensaio torna-se necessário que fique esclarecido logo no início, de que: O que disse no preâmbulo a respeito do futuro do “homo sapiens sapiens” comum existindo no futuro com um cérebro Savant seria tão somente uma esperança, e esperanças não são relevantes em nosso existir. Sob nenhuma hipótese ou condição, trato do que foi o “homo” no passado, ou é no presente, mas, me preocupo com o que o “homo” será no futuro! Aqui, o homem como “Ser” que evolui não será abordado, assim, torna-se lógico que nem tão pouco faço um estudo do homem. Nem mesmo como consciência, embora neste ensaio trate brevemente, sem nenhum aprofundamento, da consciência, da memória, da intuição e do seu sentido mais importante, que é a visão, inclusive trato dos outros sentidos, estas entidades, inclusive e principalmente a consciência, nada mais são que: as essências basilares deste organismo que chamamos de cérebro. Note-se que também abordo o importante assunto, de como este mesmo cérebro resolveu o crucial problema de como adquirir proteínas para seu desenvolvimento e aquisição de energia E trato de outras funções ou qualidades, às quais chamo de funções “savânicas”: Os cinco sentidos básicos são presumivelmente o que o cérebro utiliza para tomar conhecimento do universo em que vive e que o cerca. Razão por que temos que levar em conta que, segundo o holismo sistêmico, este cérebro é parte integrante deste mesmo universo. (inclusive, obviamente seus cinco sentidos). E de algumas das relações que os nossos sentidos, indiscutivelmente mantêm entre si, e com este organismo chamado de cérebro e naturalmente com o universo. Entendamos, porém, que: Este será um estudo atomista, mecanicista e determinista, portanto, materialista. Aqui não cabem considerações e discussões religiosas ou filosóficas, no que diz respeito às funções e capacidades conhecidas ou ainda por conhecer, comprovadas ou ainda não comprovadas do cérebro deste animal, que sabemos ser o mais evoluído que atualmente habita o planeta Terra. Para evitar querelas filosóficas inúteis, esclareço que me refiro acima, sob certas injunções (inevitáveis), ao velho determinismo mecanicista laplaciano do encadeamento causal segundo o tempo, e noutras vezes, “trato” o tema sob o enfoque do moderno determinismo científico, que defende o princípio da causalidade supondo uma irrestrita interação entre causa e efeito. Mesmo com a determinação do meu querer, este “tratar” estará sujeito ao contexto do conhecimento vigente adquirido pela neurologia sobre este espetacular organismo que é o cérebro. Que fique também bem esclarecido que: Toda opinião externada fora do estabelecido pela ciência da neurologia sobre o cérebro, será entendido como uma opinião heurística do autor, e de que esta opinião sempre fará referência ao cérebro do autor. Nada tendo a ver com os cérebros de outras pessoas, principalmente com os cérebros de religiosos, de filósofos e de profissionais da medicina, tais quais: médicos em geral, psicólogos, psiquiatras, neurologistas, neurocientistas, pesquisadores, interessados, desinteressados malucos e afins! Embora faça citações de suas descobertas e dos avanços alcançados nos estudos do cérebro humano. A citação do artigo dezenove da carta dos direitos humanos, aqui inserido propositadamente logo no início deste arrazoado. Foi ali transcrito em função de que logo adiante, afirmaríamos, no capítulo 4 que somos 100% cérebro, o que obviamente viria de encontro ao que diz a biologia no que diz respeito a anatomia humana. Que afirma peremptoriamente que o cérebro é um órgão do organismo humano, e não que os órgãos do corpo humano sejam organismos do cérebro. Como afirmo no capítulo 4 que somos cem por cento cérebro! Então, este cérebro, nada mais seria, que nós mesmos. Não nos esquecendo de que estamos lidando com um sistema que já evoluiu suficientemente para reconhecer a si próprio, então! Estaremos inevitavelmente sujeitos a se referir, (como cérebros que somos), ao formalismo filosófico e a atitude comportamental inerente aos “Seres” vivos falantes. Portanto, se como “Seres” somos totalmente cérebros, então, como toda recíproca é verdadeira! Lógico que como “cérebros”, somos totalmente “Seres”. Raciocínio que nos deixa no centro de uma proposição com estas duas únicas janelas de saída, é só escolher!!!… Ora! Os “Seres” possuem sua origem na essência do funcionamento destes cérebros! Mesmo assim! Aqui, estará fora de discussão se a diversidade dos comportamentos destes “Seres” teria sua origem fora do cérebro ou não! Aqui, me reporto à proposição da “Ressonância Mórfica” do biólogo, bioquímico, parapsicólogo, escritor, palestrante e filósofo inglês, Dr. Rupert Sheldrake. Isto, num misto de uma visão holista/sistêmica e mecanicista. Note-se que muitas vezes refiro-me ao cérebro como um sistema que pensa, mas, nunca mantenho um diálogo, nem nunca espero uma resposta deste mesmo sistema. Portanto, na maioria dos momentos, não trato o cérebro como um “Ser” vivo. Ao se decidir fazer um estudo, mesmo que na forma de um ensaio, tendo como tema um sistema extremamente complexo que é o encéfalo humano, nos vemos inevitavelmente diante da ambiguidade de termos que o tratar como matéria física inerte, e às vezes como uma entidade física, mas que, no entanto, pensa, fala e questiona! Portanto, como matéria viva que é.

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Enfim, aqui não trataremos do homem como “Ser”, nem de suas relações com outros “Seres”. Esclareço de antemão que: Sempre que utilizar o plural, estarei me referindo a mim e aos meus abnegados e pacientes leitores… Neste estudo não trato do futuro comportamental do homem nem mesmo de forma filosófica. Aqui somente trataremos das funções e das capacidades já detectadas e comprovadas pela moderna neurologia dos 100.000.000.000 (cem bilhões de neurônios) existentes no cérebro deste animal falante que chamamos, não sei se devidamente, de “humano”. As deduções do resultado e do uso futuro destas capacidades dos Savants ficam a cargo das mentes analítico/dedutivas dos meus poucos e ilustres leitores, portanto, este não é um tratado de futurologia da mente humana nem da escatologia dos seres humanos. Desculpem-me, mas, é por isso que deixo “propositadamente” as deduções que serão feitas sobre o que aqui for exposto e proposto, por conta dos ilustres leitores.

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Numa visão mecanicista posso deduzir, e permito-me

considerar como certo que, nestes tipos de ensaios sobre o cérebro nem sempre caberá o “certo”, “talvez” por vaidade, ou talvez por simples uso da sua lógica e da sua razão, nossos cérebros são obrigados a considerar que eles, ou estes organismos a que chamamos de cérebros, pensam, e pensam de forma autônoma, portanto, decidem por sua própria evolução dentro do tempo e do espaço. Neste momento, o que está convencionado é que a ciência criada por este organismo “cérebro” tem como certo que o mais complexo organismo existente em todo o universo seja ele mesmo, visto que poucas pessoas percebem o fato de que foi este organismo do qual só conhecemos algumas de suas funções, que tudo isso decidiu! (Refiro-me a nós, os leigos). E que, no entanto, ele mesmo desconhece a totalidade de todas as suas “capacidades”. Mesmo assim! Não podemos deixar de reconhecer que foi ele quem criou todo o conhecimento existente atualmente no planeta, e ao qual chamamos de “episteme humana”. Esta condição e prerrogativa assumida ou dada ao cérebro, de criar todo conhecimento, naturalmente que se refere ao que diz respeito ao conhecimento criado e acumulado pela humanidade. Mas, não se refere ao que diz respeito à complexidade da vida em si! O cérebro humano interpreta a vida, mas, não representa a vida em toda sua magnificência, ele faz parte da vida, talvez seja o organismo vivo mais evoluído de todos os organismos vivos. Mas, não é o tudo, ele faz parte do tudo…

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O homem é cem por cento cérebro!!!…

Tenho como certo que o homem seja cem por cento cérebro, (no que, o Dr. João Ferraz, irmão do Luciano Ferraz concorda com este meu ponto de vista), portanto, os nossos apêndices, braços, pernas, tronco, inclusive seus órgãos internos e externos, e sua caixa craniana com seus órgãos internos e externos, cabelos e pelos pubianos, todos, indiscriminadamente, naturalmente à exceção do próprio cérebro, nada mais sejam que sustentáculos e suportes para locomoção, manutenção, conservação e proteção deste mesmo cérebro. Não sei se vou de encontro aos conceitos científicos ou crenças e posturas da biologia, mas, como a paleobiologia moderna nos diz que, os primeiros seres vivos que apareceram no planeta foram os estromatólitos em forma de colônias, isto, há mais de três bilhões de anos, então nada temos a temer! A cronologia destes eventos possui pouca ou nenhuma relevância para o que será proposto neste ensaio. Depois apareceram as primeiras células procariontes e bem depois as eucariontes já com os núcleos definidos e protegidos pela dupla membrana chamada de carioteca, e só muito depois do aparecimento das células eucariontes foi que surgiram os primeiros registros dos organismos pluricelulares simples, E assim, a vida no planeta chegou até aos organismos pluricelulares complexos e,  somente nestes é que surgiram os organismo complexos que a neurologia já pudesse chamar de “cérebros”, ou centrais de decisões. Gastou-se quase ou mais de 4.000.000.000 (quatro bilhões) de anos a contar do surgimento do planeta, para aparecer o primeiro organismo que se pudesse reconhecer como um cérebro… No decorrer deste tempo de 4 bilhões de anos a paleontologia não registra a existência de nenhum fóssil de um organismo pluricelular, (ou seja, de um animal complexo), num tempo que ultrapasse os 600.000.000 (seiscentos milhões de anos) nunca existiu um animal complexo, deduz-se portanto, que a vida animal é relativamente recente no planeta. Considerando na escala de tempo da existência do planeta que é tido como de 4.600.000.000 (quatro bilhões e seiscentos milhões) de anos. (Veja que estou tratando de um cérebro qualquer). Portanto, para o aparecimento ou a invenção do cérebro “por ele mesmo”! Demandou 86,956% da existência do planeta. Olhe! Que no momento não me refiro nem faço referencia ao aparecimento do cérebro do homem pensante, pois, considerando que nosso cérebro inteligente surgiu somente há 250.000 (duzentos e cinquenta) mil anos, neste caso, gastou-se então: 99.995% do tempo da existência deste “mundão de meu Deus” para se chegar até  aos primeiros cérebros inteligentes.

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Este organismo a que chamamos de “cérebro” e que está alojado dentro de um receptáculo apropriado a que chamamos de caixa craniana. Este cérebro que também costumamos chamar de: “Ideia”, “coco”, “coité”, “juizo”, “cuca”, “cabeça”, “miolo”, “massa cinzenta”! Foi criada e postada estrategicamente na parte superior do animal bípede implume que nesta altura de sua evolução, (não sei se apropriadamente), denominamos de “homo sapiens sapiens”. Sabemos que este organismo já foi analisado e dissecado pela neurologia por uma miríade de formas diferentes, e, de que não há muita discussão sobre sua estrutura física nem sobre sua morfologia! Mas, quanto às suas funções e capacidades existem muitas dúvidas e discussões, e estas ao que parece, perdurarão por muito tempo. O que nos leva a deduzir que na realidade desconhecemos a maioria das suas funções, e, como estas funções são geradas neste organismo, e, principalmente, “como e onde” elas são processadas. Quando estas dúvidas e desconhecimentos forem sanados, aí então, já não nos denominaremos mais de “homo sapiens sapiens” mas, sim, de “cerebrae sapiens sapiens”. Pois na realidade nosso organismo, como já disse, é 100% cérebro. Destes raciocínios podemos deduzir que somos, (mas, somos mesmo), em última instância e análise! Cérebros andantes, falantes, pensantes e reprodutores. Qualquer pessoa de bom senso percebe facilmente que o “cérebro” se dedica mais a função da reprodução que a outra qualquer! Considerando que esta afirmação está estribada no fato de que, senão todas, mas, pelo menos a maioria das nossas funções orgânicas e comportamentais, são literalmente comandadas pelo organismo, tema central deste ensaio… Como disse! Qualquer pessoa de bom senso percebe facilmente que o “cérebro” se dedica mais, ou quase que exclusivamente à função da reprodução que a outra qualquer! Assim! Pode-se considerar que a sua função sexual seja a mais prazerosa de sua curta existência. Considerando que a demografia nos diz que há dez mil anos éramos no máximo alguns milhões e de que hoje 19/03/2014 já somos sete bilhões e duzentos milhões de falantes e “enchedores” de latrinas, sendo nosso crescimento demográfico quase exponencial! Então, este mesmo bom senso nos diz que: Se antes o CAOS não nos fizer desaparecer! No decorrer de poucos séculos viveremos ombro a ombro, lado a lado, no que restar do nosso “então”, pequeno planeta azul. Tudo culpa da alta sexualidade do cérebro. Vai gostar daquilo assim, lá adiante!!!…

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Tem uma coisa bastante estranha no funcionamento deste organismo chamado de “cérebro”! É que ele desconhece como ele mesmo funciona! Daí viria a minha antiga desconfiança de que “algo” existente fora do cérebro o comanda… Aqui me refiro as suas funções mais complexas, como a consciência, a memória, a intuição e sobretudo sua visão. Acredito (embora o que eu acredite, não tenha muita importância ou relevância), que no fim, no fim, não sabemos completamente como realmente funciona esta coisa espetacular e maravilhosa que temos atrás de nossos dois olhos e entre nossos dois escutadores de bolero. 

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Muitos cérebros humanos já foram guardados no formol ou no álcool para estudos posteriores, um dos mais famosos foi o do cientista Albert Einstein, este foi guardado por um motivo importante, ele foi tido na época, e talvez até hoje, como o cérebro do homem mais inteligente na “área da física” que já passou por este planeta, e que este cérebro causou a maior mudança na maneira do homem e da sua nascente ciência ver o universo. Como veremos adiante, foi uma sorte que o médico Thomas Harvey tenha retirado e preservado, com autorização ou não, o cérebro de Einstein, embora tenha ficado por longo tempo sem ser feito pesquisas neste importante material, principalmente por que a neurologia não possuía os instrumentos eletrônicos da atualidade, de posse desta moderna tecnologia de análise, a investigação e as análises do material conservado por Harvey finalmente demonstraram que nalguns aspectos havia diferenças notáveis entre o cérebro de Einstein e o cérebro de uma pessoa comum.

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Agora sou obrigado a me explicar e a pedir desculpas aos meus poucos e ilustres leitores pelo fato de iniciar a tratar com minúcia da descrição da entidade/tema deste ensaio, “o cérebro”! De agora em diante vejo-me obrigado a referir à sua complexa estrutura com as mesmas denominações que a neurologia utiliza para se referir às suas mais diversas partes e funções.

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No cérebro de Einstein as diferenças mais notáveis que Thomas Harvey encontrou foram: 1) O sulco lateral, ou (fissura de Silvius), esta era incompleta. 2) Estranhamente Einstein não possuía os opérculos parietais em nenhum dos hemisférios. 3) percebeu-se que o sulco lateral era alargado, e que havia se desenvolvido de forma distinta de outros cérebros. No final do século XX na Universidade McMaster da cidade de Hamilton situada na extremidade oeste do lago Ontário, na província de Ontário no Canadá, uma equipe de pesquisadores chefiada pela Drª Sandra Witelsonestudando material do cérebro de Einstein notou que a área do opérculo parietal do giro frontal do lobo parietal também estava vazia, eles também confirmaram as descobertas de Harvey quanto a ausência dos opérculos em ambos os hemisférios. Conforme a Drª Sandra Witelson, essa anatomia cerebral incomum, seria o motivo pelo qual Einstein pensava visualmente. A neurologia com os modernos avanços proporcionados pelo arsenal de instrumentos de análise e diagnósticos eletrônicos proporcionou a neurologia a oportunidade de detectar se estas diferenças físicas existentes nas estruturas dos cérebros podem ocasionar as diferentes habilidades de cada pessoa, isto será melhor observado se focarmos os extremos, ou seja! Focarmos os estudos para os cérebros dos “tolos” e dos “gênios”. Por exemplo: Numa parte do cérebro de Einstein notou-se a ausência do opérculo, numa parte que chamam de área de Broca e que possui um papel importante na fala humana, e de que, talvez para compensar esta ausência do opérculo, o lobo parietal inferior do cérebro de Einstein era 15% maior que o normal. Esta região é tida com responsável pelo raciocínio matemático, pela cognição visuo-espacial e pela imagística motora. A imagística é a área científica aplicada ao estudo do poder do atributo consciencial da imaginação, ou da inventividade do cérebro humano.

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Conforme declarações do próprio Einstein ele pensava “visualmente” ao contrário da maioria dos humanos, que pensam “verbalmente”. Vou dar um simples exemplo: Isto nos diz que: nós pensamos montando frases, no entanto, Einstein quando pensava ou elaborava no cérebro o ambiente de uma corrida de cavalos, (isto, como exemplo), ele não montava a frase “corrida de cavalos”, aqui vou dar o tal exemplo: (Talvez, com um certo exagero)! Ele simplesmente criava na sua mente uma imagem visual de um hipódromo completo, com canchas, vilas hípicas, box de largada, guichês de apostas, arquibancadas e naturalmente os cavalos correndo. Na cancha ele vislumbrava, junto aos cavalos em disparada, velocidades, gravidade, força centrífuga, ação, reação, inércia, e outras lagartixas. Daí adviria a sua facilidade para visualizar o espaço/tempo distorcido pela gravidade, que logo depois foi calculado por um matemático, este cálculo é o que chamamos hoje de métrica de Schwarzschild, que na realidade é a solução para as equações do campo gravitacional no vácuo. E que na formação da teoria da relatividade geral o cérebro de Einstein visualizou como a distorção do espaço/tempo provocada pela gravidade das grandes massas.

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Devido a complexidade das funções próprias e inerentes ao cérebro e suas distintas localizações, muito recentemente descobertas, torna-se necessário inserir (algumas imagens do cérebro) para que os leitores leigos em “cerebrologia”, entendam melhor sua estrutura, suas nominações, (muito técnicas), e sobretudo entendam mais facilmente o arrazoado que será desenvolvido ao longo deste ensaio que tem como tema central esta máquina complexa e maravilhosa a que chamamos de cérebro, encéfalo, miolo, juízo, ideia, massa cinzenta etc. Embora, já estejamos no meio da segunda década do sXXI e a neurologia já tenha avançado bastante no estudo do cérebro, a realidade é que a neurologia ainda está longe, muito longe  de um completo conhecimento do funcionamento do cérebro, localizar funções é uma coisa, mas, saber como estas funções se desenvolvem, se realizam  e se entrelaçam são realmente coisas distintas, e ainda completamente desconhecidas.

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Quatro, das funções mais importantes do cérebro são a consciência, a memória, a intuição e a visão, isto mesmo! A intuição! Destas quatro a menos entendida e conhecida é a intuição humana, a neurologia confessa que desconhece como todas elas se processam. E o mais angustiante e frustrante é que nem mesmo podemos afirmar nem podemos comprovar que estas quatro funções se processam no interior do cérebro.

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 Nesta altura do ensaio, creio que se torna indispensável e necessário, não uma aula da fisiologia nem da morfologia do cérebro, mas, no mínimo, incluir alguns desenhos de sua anatomia, com as principais denominações de suas diversas partes, que embora sejam nominações meio tiradas a bestas, são inevitavelmente importantes para um melhor entendimento do leitor, das suas variadas funções e capacidades que nas futuras abordagens farei sobre esta entidade complexa e espetacular que é o cérebro humano! Inda mais, se este leitor, como a maioria das pessoas, possuir pouco ou nenhum conhecimento sobre a anatomia do encéfalo ou cérebro, principalmente sobre sua neuro/fisio/anatomia.

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Para facilitar aos leitores leigos em neurologia e anatomia do cérebro: Insiro estas imagens da anatomia do cérebro de forma bem simplificada e resumida: (Não tomem a inserção destas imagens, como uma aula de anatomia do cérebro, pois este ensaio não tem sentido didático), e o autor não teve, nem tem tal intenção. Na inserção destas imagens será conservada a grafia original contida no material fotográfico.

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Nesta imagem acima, numa vista superior, podemos ver claramente a divisão do telencéfalo em dois hemisférios, e sua clara separação pela fissura longitudinal.

 

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Nesta imagem lateral acima estão assinalados os pólos: Frontal, Occipital e o Temporal

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Nesta imagem abaixo, numa vista lateral esquerda, vê-se claramente o Giro Pré-central em cor vermelha, abaixo o Giro Pós-central e dividindo os dois, o Sulco Central e abaixo destes o Sulco Lateral.

Creio que assim, os leitores irão paulatinamente se familiarizando com a nomenclatura das diversas divisões dadas inteligentemente pelos próprios cérebros, “dos neurologista”, às diversas partes do “cérebro” em geral. Vamos adiante… E aqui embaixo, este desenho, nos mostra em vermelho e verde, uma imagem detalhando melhor o que chamam de (Giros) Pré-central, sulco Central e Giro Pós-central, e abaixo dos dois giros o Sulco Lateral.

 

 

 

 

 

 

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Este corte longitudinal ântero/posterior acima, nos mostra claramente a distribuição das diversas partes do cérebro dentro da caixa craniana, com atenção para o sulco pariet0-occiptal. Esta é a melhor banda do teu retrato! Eis o que tu sois… Na realidade somos unicamente “cérebros”. Logo abaixo estas outras imagens mostram-nos sob outras cores e, sob novos ângulos, uma vista superior, uma vista inferior, uma vista medial, e uma vista lateral. Nestas vistas é fácil separar, auxiliado pelas cores, rosa, azul, verde e amarela. Os lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. Considerando que todo nosso organismo seja somente um cérebro, e de que nossos apêndices nada mais sejam que suportes deste mesmo cérebro, estes apêndices! (Pernas, braços, tronco e seus órgãos internos e externos, e a caixa craniana também com seus órgãos internos e externos, creio, que sejam também como os demais, simples suportes finais desta maravilha da natureza, que chamamos de “cérebro humano”).     

                                              

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Eis acima uma melhor visão de um “cérebro” sob quatro ângulos diferentes.

 

 

 

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Esta imagem acima nos mostra as diversas divisões que a neurologia dá a denominação latina de “Gyrus”, lembrar que toda a massa encefálica está interligada. As diversas dobraduras e divisões criadas pelo próprio cérebro foi um inteligente recurso utilizado pelo cérebro em desenvolvimento, para aumentar a superfície do córtex cerebral, aumentando assim, significativamente o número de neurônios do cérebro. Segundo a ciência neurológica, num cérebro com um volume de 1400 cm³ existe 100.000.000.000 (cem bilhões de neurônios). Os neurônios estão quase que em sua totalidade numa capa que recobre o cortex cerebral e suas dobraduras com uma espessura de 2 a 4 milímetros, o restante da massa do cérebro é composto de células gliais que servem como comunicação entre s neurônios e como proteção para extremidades dos neurônios, axônios, sinapses etc.

21 Na figura abaixo estão indicadas alguma áreas com as funções reconhecidas e mais importantes do nosso cérebro: Eis, numa forma bastante interessante, discursiva e didática o que nos diz a Wikipédia sobre o que seja “Ação somestésica” ou seja: A Somestesia, citada na figura do cérebro abaixo:  No século XVII, John Locke propôs a teoria da Tabula Rasa, que determinava a ausência de qualquer conhecimento até o nascimento e que o aprendizado viria a partir de experiências sensoriais. Se imaginarmos uma pessoa que nasce sem nenhuma forma de percepção sensorial, fica claro que só é possível aprender algo se a pessoa tiver experiências sensoriais. De uma forma geral, os diferentes tipos de sensibilidade são reunidos no sistema somestésico. Somestesia (do latim soma, que quer dizer corpo e aesthesia, que significa sensibilidade) é a capacidade que homens e animais têm de receber informações sobre as diferentes partes do seu corpo. Essas informações podem ser referentes ao meio ambiente ou ao próprio corpo do animal e nem todas se tornam conscientes. Embora não tenhamos consciência de todas as informações recebidas pelo organismo, estamos sujeitos a diversos tipos de estímulos provenientes do meio. A detecção de um estímulo propriamente dito é denominada sensação e a interpretação do estímulo que envolve a consciência é chamada de percepção. O sistema somestésico divide-se em um subsistema duplo, chamados de “epicrítico” e “protopático”.

O Sistema epicrítico: É preciso, rápido, discriminativo e apresenta uma representação espacial detalhada.

O Sistema protopático: É grosseiro, lento e impreciso. Submodalidades:

Tato fino: percepção das características dos objetos que tocam a pele;

Propriocepção consciente: localizar a posição e movimento das diferentes partes do corpo sem utilizar a visão.

Termossensibilidade: Percepção da temperatura do ambiente e de objetos;

Dor: percepção de estímulos fortes e capazes de lesar o organismo.

 

 

 

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Aqui termina a sucinta amostra das imagens, postadas como um simples auxilio aos leitores leigos em anatomia do cérebro, para uma mais fácil compreensão do formato e das diversas divisões adotadas e das funções descobertas no cérebro pela neurologia moderna. Portanto, não tomem a inserção destas imagens como uma aula de anatomia, e olhem, que só as inseri por julgá-las necessárias para um melhor entendimento deste ensaio pelos meus leitores leigos. Espero que estas poucas imagens venham facilitar o entendimento deste singelo ensaio sobre este nosso tão complexo organismo, e que está fora de nosso campo de visão, pois, está inteligentemente guardado e protegido pela caixa craniana. Sendo este um dos motivos que me levou a inserir estas elucidativas imagens. Que são de propriedade da fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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Bem, retornemos ao nosso arrazoado sobre esta máquina ou organismo, que, nós e os neurologistas julgamos e reconhecemos como sendo o organismo mais complexo existente em todo o universo. Pelo menos, de minha parte; desconheço outro mais complexo!!!… Tendo sido declarado pelas maiores autoridades em alta computação das maiores Universidades do mundo que: As capacidades somadas de todos os processadores do planeta não equivalem a de um cérebro de um humano atual, mesmo que em estado tribal.

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A complexidade do cérebro somente a partir dos meados do sXX passou a ser melhor compreendida, ora! Sendo ele um organismo que evoluiu, deduz-se logicamente que no princípio, em eras remotas, ele teria sido mais simples, isto não quer dizer que ele tenha se modificado e se tornado mais complexo, nada disso, suas partes primitiva evoluíram, mas, foram preservadas, e não descartadas. O que a neurologia nos diz, é que o cérebro primitivo evoluiu conservando suas partes mais primitivas, e que á estas foram acrescentadas novas partes mais modernas e mais complexas.

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O sistema mais antigo do cérebro primitivo é o seu sistema mais profundo e ainda existente na base do cérebro moderno e que atualmente é chamado de (Sistema Límbico). Podemos dizer sem medo de errar que a parte mais interna do cérebro humano, seja sua parte mais antiga, portanto, sua parte “zoo”, (como veremos adiante), nela permanece os instintos e as capacidades mais importantes para a preservação da espécie, os instintos de defesa, notadamente os fortes instintos de defesa da prole, (tendo início nas fêmeas das diversas espécies mamíferas mais antigas), principalmente os instintos da reprodução da espécie “homo”, instintos estes, que possibilitaram e são responsáveis pela permanência desta cambada de malucos no planeta até a atualidade. No sistema límbico, ainda hoje permanecem as funções viscerais que regulam todo o metabolismo do organismo humano. O sistema límbico teve sua origem, ao que parece, junto com a emergência dos primeiros mamíferos no planeta. Suas funções são muito pouco conhecidas, pois, nas suas ações e funções extremas, parecem, (ao homem comum), como instintos e comportamentos animais. Sendo comum e corriqueira a observação! Fulano agiu como um animal e sicrano como uma besta-fera.

26 O sistema límbico do cérebro, está quase totalmente recorberto pelo moderno cortex cerebral, à exceção do tronco cerebral e do cerebelo que estão na sua base. Embora o fóssil de Lucy não contivesse vestígios de seu cérebro é de se esperar que já contivesse o sistema límbico completo.  E de que a evolução do cérebro de Lucy de há 3,5 milhões de anos, com então 400 cm³ para o do Cro-Magnon já com 1.400 cm³, naturalmente que o sistema límbico sempre esteve presente nos dois seres! Tanto na Lucy, como no Cro-Magnon de 250.000 anos (a.C.)  Senão, não estaríamos aqui como descendentes de nossos avoengos.

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O sistena límbico, como  o sistema mais antigo dos mamíferos, em nossa espécie, foi o responsável pelo desenvolvimento das funções mais notáveis do cérebro do “homo sapiens”, como: as emoções e os comportamentos sociais, comportamentos estes, de grande importância para o atual desenvolvimento que alcançou a humanidade. O complexo sistema límbico de nossos ancestrais, levou-nos a ter esta atual supremacia sobre os nossos outros parentes não pensantes. O verbete límbico é um adjetivo que nos remete a ideia de limbo, perto, junto, ou margem. Naturalmente que junto, mas, sob o cérebro humano atual, com seu imenso cortex cerebral, com seus 100.000.000.000 (cem bilhões) de neurônios.

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Sabemos que o sistema límbico atual dos humanos teve origem nos mamíferos mais antigos, portanto, nos animais que precederam os mamíferos, nestes, já exitia um sistema límbico, mas, mais simplificado, a teoria da evolução nos diz, que as espécies com órgãos mais adaptados para a sobrevivência foram os que permaneceram no planeta, e esta ideia nos remete a uma lógica singular e contundente! Quem melhor se adapta permanece… Refiro-me às espécies em geral.

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Espero que esta singela abordagem feita até agora sobre o cérebro, tenha esclarecido um pouco como o cérebro evoluiu através dos tempos, a cronologia desta evolução, propositadamente não foi abordada, pois todo o conhecimento existente a respeito, vem da área do “suposto”, por um motivo muito simples! A densidade da massa do cérebro, leva-o a ser de dificílima, ou quase impossível  fossilização…

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Existe uma crença popular fundamentada num pronunciamento de um idiota qualquer, de que só utilizamos dez por cento da capacidade de nosso cérebro. O que não representa de forma alguma a verdade, na realidade todos utilizam cem por cento do cérebro. A verdade é que esta máquina maravilhosa, por si mesma, não possui a capacidade de tudo aprender sozinha, no mundo fora do instinto, no mundo da inteligência do cérebro a coisa não funciona como pensamos que deva funcionar.  O cérebro de um humano qualquer para alcançar cem por cento de suas funções, principalmente as funções não ligadas aos instintos, terá que aprender tudo do começo. Exemplifico: Se você pegar um humano recém nascido, filho de um cientista MS, PhD, Prêmio Nobel e tudo mais! E o entregar a um tribal, “erroneamente chamado de selvagem”, para criar, quando esta criança alcançar a idade de trinta anos será no máximo, um exímio batedor de tambor e possivelmente falará somente o dialeto da tribo, e com certeza não saberá escrever! Devido a não existência da escrita daquele dialeto. E ao contrário, se você pegar o filho recém nascido deste mesmo tribal, “erroneamente chamado de selvagem”, e o entregar para criar por qualquer pessoa, que o ponha para estudar num local “erroneamente chamado de civilizado” quando esta criança passar por todas as fases de estudo criado por este mundo “erroneamente chamado de civilizado”! Aos trinta anos! Terá possivelmente, alcançado o conhecimento de um MS, e de um PhD, talvez um Prêmio Nobel e tudo mais. O que virá comprovar taxativamente que todos os cérebros da subespécie “homo sapiens sapiens” são exatamente iguais. É fundamentado neste raciocínio, que sempre digo, que uma das maiores burrices cometidas pelos humanos é pensarem que eles, “em particular”, são especiais. Principalmente se forem pessoas racistas pelo conhecimento adquirido na sociedade em que vivem… O cérebro que julga outro cérebro inferior, por não ter alcançado o seu grau de conhecimento! Embora sendo igual, demonstra ser mais inferior que o cérebro que ele julga inferior, por este outro cérebro não ter alcançado o seu grau de conhecimento. Portanto, com a máxima ceteza, todo racista é sem visão e estulto.

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 Estas estranhas apreciações sobre o cérebro que faço neste capítulo 31 são proposições mecanicistas, portanto, materialista, – torno a lembrar mais uma vez… – A neurologia nos diz que nosso cérebro está diminuindo, que passou de 1500 para 1400 cm³ e de que esta premissa, foi deduzida de estudos de múmias de Faraós! Ora! O número de Faraós que existiram foi muito pequeno para que sirva de parâmetro ou modelo comparatório/estatístico para estudos deste tipo. Ao que sei, as duas espécies: Cro-Magnon e Neandertal, posuiam uma diferença de 100cm³ de tamanho ou de volume de cérebro, se os Neandertais que possuiam 1500 cm³ desapareceram há trinta mil anos, e se somos como a antropologia nos diz que somos descendentes dos Cro-Magnons que possuiam 1400 cm³ de massa encefálica, deduzimos portanto, que o nosso cérebro continua o mesmo…  – Um mistério existente no cérebro humano é seu cortex ter desenvolvido as rugas ou sulcos, o que lhe proporciona uma maior área ou superfícíe onde foi possível alojar 100.000.000.000 (cem bilhões), de neurônios. Que isto foi uma solução genial, não se discute! Mas, quem tomou esta decisão antes do cortex existir?…  – Quando um pai diz para o filho adolescente, que seu cérebro ainda está se formando! Ele está certo, no lobo frontal as áreas que são responsáveis pelas tomadas de decisões e da formação de opinião! Realmente nesta idade ainda estão se desenvolvendo… – Um dos problemas cruciais nos tratamentos do cérebro é que ele é seletivo. Ele seleciona o que entra nele através do sangue, e muitas vez importantes medicamentos não conseguem ter acesso ao cérebro… – Por ser o órgão principal de todos os animais que o possuem, no animal falante, ou em nós, ele consome cerca de vinte por cento da energia contida no oxigênio de nosso sangue… – O conhecimento atual nos permite dizer que noventa por cento das células do cérebro não são neurônios, o que não nos permite dizer que só utilizamos dez por cento do cérebro, esta afirmação é tida pela neurologia como uma estultícia, nós na realidade utilizamos cem por cento de nosso cérebro! A verdade é que os outros noventa por cento são de células gliais, e que são utilizadas cem por cento na comunicação entre os outros dez por cento de células neuronais, e o mais importante! Elas modulam o crescimento das sinapses e de quebra ainda servem como proteção para estas mesmas sinapses e axônios, e isto é válido tanto para um tolo ou idiota, como para um sábio ou gênio… A coisa seria melhor compreendida se fosse vista sobre o seguinte ponto de vista! Um atleta adulto de trinta anos consegue levantar até cento e cinquenta quilos de peso, um atleta jovem de doze anos só consegue levantar trinta quilos, mas, todos os dois utilizam cem por cento de sua energia ou capacidade física… – Segundo a antropologia o volume do cérebro dos antepassados do homem, só aumentou depois que ele aprendeu a caçar os outros animais, portanto, a proteína da carne de nossos irmãos animais foi a responsável por nosso sucesso como animais com cérebro em franca evolução…  – No início da formação do cérebro de um feto com três semanas de gestação, uma camada de células embrionárias formam o tubo neural, a medicina observou que somente após o terceiro mês é que o cérebro de um feto começa a se parecer realmente com um cérebro… – Existe uma crença de que os cérebros de homens e mulheres sejam diferentes, ledo engano, se houver diferenças, estas são irrelevantes e estão próximas de 0 (zero), isto é o que nos diz a moderna neurologia. Uma descoberta importante ocorreu nas pesquisas na área da neurologia: Ficou comprovado que uma das principais funções das células gliais seria o suporte à memória. Se lembrarmos que sem nossa memória nada somos! Compreenderemos a importância dos noventa por cento do cérebro que é formado unicamente por células gliais.

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A alimentação e a evolução do cérebro.

Compreensivelmente, antes da existência da análise dos ossos fossilizados de nossos ancestrais pelos isótopos de carbono (13C) e do nitrogênio (15N), os antropólogos com muita lógica e razão já propunham que o crescimento do cérebro dos pré-hominídeos de 400cm³ para os atuais 1400cm³  estava relacionado com a mudança de seus hábitos alimentares. Os pré-hominídeos,  à exceçaõ de alguns insetos que ocasionalmente faziam parte de sua dieta, eles eram tipicamente herbívoros. Michael Richards (et. al,) da University of Bradford na Inglaterra, examinando ossos de Neandertais de 29 mil anos de uma caverna de nome, Vindija na Croácia, comprovou que as  proporções relativas destes dois isótopos, nos Neandertais e que é uma proteína conhecida como colágeno ósseo, era idêntica a encontrada nos ossos de animais carnívoros que viveram na mesma região. O que vem comprovar a teoria de que os Neandertais fossem exímios caçadores! Inclusive, põe em dúvida a teoria de que os Neandertais tivessem sido extintos por que fossem possuidores de menor capacidade intelectiva que os Cro-Magnons, embora seja reconhecido pela mesma antropologia que os Neandertais possuíam 1500cm³ de massa encefálica. Ora! No mundo, (independentemente de tempo e espaço), inclusive de número, as guerras sempre foram vencidas pelos mais capazes… Temos que considerar e relembrar o fato de que os Neandertais, miolos grandes, como a raça mais antiga na Europa, obviamente tinha que ser muito mais numerosa que os “recém-chegantes”, miolos pequenos chamados de Cro-Magnons, esta denominação refere-se ao nome da caverna em que os Cro-Magnons  foram encontrados, e ali, seus primeiros fósseis. Mas, a bem da verdade, existem inúmeros outros fatores a considerar!!!… Esta celeuma está longe de se encerrar…

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Sempre que escrevo, não sei se por costume, ou por outro motivo qualquer gosto de sair do traçado pré-estabelecido divagar por outros caminhos, talvez para tomar um fôlego. Aqui por exemplo: Crio um interregno no assunto do efeito da alimentação na evolução do cérebro, a passo a tratar do que creio que seja meu cérebro: Esta abordagem sobre o meu cérebro é sob um ângulo misto, lógico que sobre os cérebros dos outros a abordagem sempre será mecanicista. Que este capítulo 33 tenha-se então uma visão mecanicista e espiritualista! Desde quando eu fale somente do meu cérebro. Sempre que penso no meu cérebro o imagino como um organismo separado de mim, o vejo como se eu estivesse do lado de fora de mim! Por que isto ocorre? Nunca penso como se eu fosse meu próprio cérebro! Sempre tenho uma visão externa quando me refiro a mim, nunca estou me referindo ao meu cérebro! Daí advém a minha resistência para entender e conceber minha essência como tendo origem unicamente em meu cérebro. Creio que este fato levou os falantes a conceberem uma entidade separada de seu corpo a que denominaram de “espírito”, e que a ciência denomina de “consciência”. Embora a ciência não possa comprovar o que seja esta entidade! Ou se ela é interna ou externa ao cérebro.  Fato que nos leva a três verdades ou conclusões: 1º) Admitindo-se a lógica do terceiro excluído, ou somos “consciência” com origem fora do cérebro, ou “consciência” com origem dentro do sistema neuronal do cérebro, ambas as coisas é que não podemos ser, E 2º) A lógica do terceiro excluído nos diz isso. E estranhamente nos oferece uma terceira via para resolver este imbróglio! Podemos ser ao mesmo tempo, “consciência e até mesmo “espírito”, com origem fora do cérebro! 3º) Mas, a “consciência só existiria durante sua relação física do “espírito com o cérebro enquanto cérebro vivo… Proponho, mesmo sem respaldo materialista, que somos na realidade uma resultante das proposições seguintes: (A), seríamos o que chamamos de “espírito”, (B), seríamos a “consciência” resultante da relação física do “espírito” com o “cérebro” e finalmente, (C), seríamos a nossa “personalidade” que seria formada durante esta relação física do “espírito” com o organismo cérebro. Relação esta que chamamos de “consciência”. Sendo esta relação o que forma a nossa consciência, que resultaria na nossa personalidade, mas, unicamente com o resultado do aprendizado. Com este aprendizado restar-nos-ia o que a psicologia denomina de “personalidade”, ou “eu”, ou o “to” grego, que comprovadamente só existe enquanto na presença de um cérebro, enquanto vivo, pois, quando da falência deste órgão, não adianta procurar pela personalidade! Ela simplesmente desaparece, se escafede… E o mais interessante é de que, quando nos reencarnamos, (segundo o espiritismo, eu particularmente não creio nesta estultícia). A tal da personalidade não dá as caras, como disse, se escafede, vira bufa de “socialaite” Se nos lembrarmos da proposição da “tabula rasa” de John Locke veremos que nascemos zerados de conhecimentos e de personalidade. Sabemos que o conhecimento adquirido durante toda nossa vida, e não somente na infância, (em sua totalidade e em toda sua dimensão), forma nosso “eu”, ou nossa personalidade. Nota-se que: Isto vai de encontro a teoria da reencarnação do espiritismo, pois no geral, nenhum “Ser” já nasce com algum conhecimento, muito menos com uma personalidade já formada que possa chamar de “eu” ou espírito. Se os espíritos reencarnam? O que é feito de sua personalidade e de seu conhecimento resultado do seu aprendizado, ambos adquiridos na vida anterior? É bom saber que durante boa parte da minha vida, sempre acreditei nos fundamentos do espiritismo, mas, um dia um amigo espírita me presenteou com a coleção completa da obra espírita, escrita magistralmente por Hippolyte Léon Denizard Rivail, inclusive a obra póstuma. Desde quando ainda adolescente eu já conhecia a doutrina de Kardec, mas, nunca tinha parado para analisar racionalmente e logicamente a questão em toda sua abrangência e complexidade. Interessante é que o fiz seguindo uma orientação do próprio Kardec que em toda sua obra recomenda usar a razão e a lógica para entender as coisas referentes a deidade, crenças e religiões. Quando, penetrando profundamente no assunto, usei a dita lógica e a razão, e tornei-me um ateu. A principal dúvida suscitada por este estudo. Eu a encontrei na área referente ao tema da reencarnação. Pois, como todos sabemos, nós temos um cérebro com conhecimento nulo e com personalidade inexistente desde quando, recém-nascidos; Este fato levou a famosa pulga para trás das minhas orelhas! O enfoque e a simbologia que Locke emprestou ao tema da “tabula rasa”, claro que não era um fato novo, muitos outros pensadores já tinham percebido o fato de que os arrogantes pensadores e falantes, incluindo todos seus descendentes, indistintamente, nascem com a “tabula rasa”, completamente limpa e com a cera estonteantemente brilhante e lisa.

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A antropogênese ou o “surgimento e a consequente evolução humana” é uma das questões mais debatidas e discutidas no âmbito da antropologia. Isto é motivado por pouquíssimos vestígios fósseis que leve a antropologia a um acordo sobre o problema, e a uma imensa gama de aspectos a serem discutidos. Entre outros motivos, é que estes temas são discutidos por várias disciplinas como: antropologia física, primatologia, linguística, arqueologia, genética, e pela filosofia, sendo que as religiões não deixam de dar um pitaco. Embora estes últimos a antropologia não considere como relevantes. Aqui este assunto não será tratado com profundidade. Existem duas hipóteses para o surgimento do homem moderno: A hipótese da origem única que defende o argumento de que o homo sapiens surgiu na África entre 50 e 100 mil anos, e só depois migrou para o resto do mundo substituindo o “homo erectus” na Ásia e o neandertalensis na Europa. A outra hipótese argumenta que o “homo sapiens” evoluiu em diversas regiões do planeta, esta é a hipótese do multirregionalismo.  E provavelmente a mais acertada.

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Voltemos a tratar da influência que o aumento da ingestão de proteínas, (principalmente as de origem animal), teve na evolução do cérebro dos primatas que precederam a moderna Subespécie: homo sapiens sapiens. Porque nos tornamos humanos pensantes e falantes? Talvez nunca encontremos uma resposta para esta pergunta! O que encontramos na maioria dos estudos páleo/antropológicos é uma teoria em que todos são concordes! Todos os estudiosos possuem muitos pontos de vista e variadas teorias, mas, todos concordam com uma teoria, como se essa teoria fosse um princípio indiscutível e universal! A ideia proposta nesta teoria nos diz que o principal fator que levou os antigos primatas a se transformarem no “homo sapiens” foi a aquisição do bipedalismo. Por que esta teoria do fator bipedalismo como responsável por esta transformação tornou-se tão geral? Inda mais numa área da ciência em que o normal é a discordância nas proposições? A discordância foi o que mais encontrei na antropologia. Na realidade a unanimidade existente nesta teoria, deve-se à sua lógica inquestionável! Mesmo assim! Entendamos, e questionemos esta teoria do bipedalismo! Um animal qualquer, enquanto quadrúpede, mesmo um primata, sem a necessária habilidade com as extremidades dos membros anteriores (mãos livres e preênseis), nunca se transformará num “faber”, portanto nunca será um fabricante de ferramentas, e obviamente também nunca será um caçador autossuficiente para sustentar uma prole, muito menos um pensador! Embora possa vir a ser um caçador bem sucedido! Mas, caçar com a boca pode trazer sucesso na ingestão de proteínas e na perpetuação da espécie, mas, a simples ingestão de proteína animal não levará um carnívoro a desenvolver o cérebro como uma máquina de pensar. Se somente a ingestão de proteína animal em grandes quantidades fizesse um pensador, todos os leões seriam filósofos. Na Ordem primata ocorreu algo extraordinário com a aquisição do bipedalismo, ele nos proporcionou a liberação dos membros anteriores, (lembrar que os primatas quadrúpedes sempre foram plantígrados), isto é, andavam com as plantas das patas, e como consequência do bipedalismo adquirido, as suas patas dianteiras ficaram livres, diante do rosto deste primata! Daí adveio a mudança na sua utilização, no princípio foram utilizadas para pegar folhas, insetos, frutos etc., depois com a oposição do polegar, (registrada nos fósseis), do “homo erectus”, estas extremidades dos membros tornaram-se preênseis, o que nos levou ao “homo faber”, e com a fabricação de ferramentas mais elaboradas ele aperfeiçoou a caça, o homo erectus de 800 mil anos atrás já praticava a caça com instrumentos mais sofisticados que o tacape e a clava, ora!  Mas, seu cérebro com certeza não possuía os setores do raciocínio e da fala ainda insuficientemente desenvolvidos, mas, daí para chegar ao pensamento lógico abstrato e a fala elaborada foi um pulo, nada mais que 650 mil anos. Um dia numa conversa informal com alguns amigos, eu disse que pertencíamos a subespécie animal: “homo sapiens sapiens”, ao que um deles me chamou num canto e disse em voz baixa: Movér! Não é subespécie, é espécie! Tanto que resolvi transcrever a classificação científica do animal vulgarmente e erroneamente chamado de “humano”; feita pelo genial cientista sueco Carolus Linnaeus em 1758: Eis a classificação de Linneus- Domínio: Eukaryota Reino: Animalia – Subreino: Eumetazoa – Filo: Chordata – Subfilo: Vertebrata – Classe: Mammalia – Subclasse: Theria – Infraclasse: Eutheria – Ordem: Primates – Subordem: Haplorhini – Infraordem: Simiiformes – Superfamília: Hominoidea – Família: Hominidae – Subfamília: Homininae – Tribo: Hominini – Subtribo: Hominina – Gênero: Homo – Espécie: Homo sapiens – Subespécie: Homo sapiens sapiens.

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Ainda com respeito a alimentação e o desenvolvimento do cérebro do nosso avô mais próximo,  o “homo erectus”: Nunca esquecendo que: a presença de seus fósseis mais antigos foi registrada no Vale Turkana no nordeste do Quênia e na área de Afar no sudoeste da Etiópia, onde foi encontrada Lucy. Ambas estas áreas na Àfrica. A despeito da proposição anterior da revoada de humanos a 100 mil anos atrás. Estudos páleo/antropológicos da evolução do homo erectus de 1,8 milhão a 800 mil anos, nos dizem que neste curto intervalo de tempo de um milhão de anos, ocorreu a terceira e mais importante mudança no comportamento dos nossos avoengos pré-hominideos, que foi sua revoada para o restante do planeta, neste período registrou-se a primeira leva ou onda de pré-humanos para fora da mãe África. A motivação e a data correta do início deste acontecimento são desconhecidas, só existem teorias. Mas, podemos deduzir que esta debandada teve um importante efeito na mudança de seus hábitos alimentares. É necessário frisar que: Como descendentes de um ancestral comum, embora dispersos por todo o planeta, sua evolução biológica seria contínua e comum a todos. Na realidade há 1,8 milhão de anos, sua caixa craniana já era de 700cm³ isto no “crânio” nº 5 de  David Lordkipanidze. No Homo sapiens de 300.000 anos já encontramos os atuais 1.400cm³.

De acordo com “estudos antigos” de fósseis de 1,4 milhão de anos os antropólogos nos diziam que houve um sensível aperfeiçoamento na fabricação de ferramentas nesta era, e que foi nesta época que apareceu o machado de mão acheliano, e que permitiu a grande debandada do “homo erectus” pelo planeta. Porém o geocronologista  Carl Swisher III et. al, da Rutgers University of New Jersey USA, nos diz que os primeiros vestígios do “homo erectus” situados na república da Geórgia e também na Indonésia datam de 1,8 milhão e 1,7 milhão de anos atrás. O que parece nos indicar que o aparecimento do “homo erectus” e a sua disseminação pelo planeta foram quase simultâneos. Tudo indica, e a páleo/antropologia nos faz crer, que assim que o “homo erectus” surgiu, por volta de 1,8 milhão de anos, logo ele se espalhou pelo planeta. E a opinião dos especialistas é de que esta maratona pelo mundo foi motivada pela busca de alimento cada vez mais difícil, e naturalmente pelo sucesso na reprodução proporcionada pela crescente ingestão de proteínas originárias da caça. Populações cada vez maiores necessitavam de mais espaço para caçar e sobre tudo para sobreviver à fase de mudança climática na África que na época passava por um longo período de secas. Animais que vivem da caça necessitam de mais espaço, e despendem mais energia, pois, andam mais, o que significa necessidade de mais proteínas, que resultam num cérebro maior, um cérebro maior, igual a mais neurônios, logicamente mais facilidade para pensar, pensando mais,  o “homo erectus” estaria mais próximo de se tornar o homo sapiens.

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Esta debandada pela área da páleo/antropologia foi providencial para meus ilustres e poucos leitores, perceberem o “como” e o “porquê” do cérebro do “homo erectus” de parcos 700cm³ de há 1,8 milhão de anos, e o cérebro do “homo sapiens” de 300 mil anos já possuir 1.400cm³ de encéfalo, que é o mesmo volume do cérebro do homem moderno.

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O sistema nervoso central e o periférico.

Aqui neste singelo ensaio defendo o ponto de vista de que nosso organismo como um todo, nada mais seria que um cérebro, unicamente isso e nada mais! Ora! Sabemos que o cérebro está alojado na caixa craniana, o que em princípio, aparentemente nos diz que o cérebro seja um órgão isolado, como outro órgão qualquer! Mas, isso é um grande equívoco, o cérebro age na realidade como se todo o nosso corpo estivesse, como está, totalmente à sua disposição! Nota-se! Que o que transparece nas relações do cérebro com os outros órgãos do organismo humano é uma total dependência dos diversos órgãos para com o cérebro, tudo indica que o corpo humano possui uma única função: cuidar, atender, fornecer energia, receber e obedecer ordens, transportar comandos para o cérebro, e principalmente fazer com que o cérebro funcione perfeitamente bem, quando qualquer destas funções torna-se comprometida, surge o risco do nosso corpo entrar em falência progressiva!!!… Quem terá argumentos e coragem para contraditar este ponto de vista? Vamos então ao assunto do título deste capítulo: O sistema nervoso central e periférico, nada mais seria, que o centro de distribuição de comandos do cérebro para os principais órgãos do nosso corpo, à exceção do próprio cérebro que é a razão da existência de todo o conjunto. O cérebro em nosso organismo é como um general num campo de batalha! Dele só se espera e só emanam ordens, nunca as recebe… Vejamos primeiro o que faz o sistema nervoso central! È um conjunto neural, ou um neuro-eixo composto do encéfalo e da medula espinhal que passa pelo centro da nossa coluna vertebral, sendo de importância fundamental para o controle e funcionamento dos diversos órgãos e principalmente do sistema glandular, o sistema glandular é dividido em dois sistemas, o endócrino e o exócrino e sua principal função é regular todas as funções dos diversos órgãos do corpo humano, a medula espinhal passa pelo centro da coluna vertebral, nos interstícios entre as vértebras, o cérebro, criou uns discos cartilaginosos, claro que foi o cérebro, (você é que não foi!). Estes discos servem como amortecedores da coluna e criam condições e espaços para passar os nervos espinhais, que levam os comandos do cérebro a todos os órgãos internos. Tudo é muito simples, é através destas fibras nervosas que tudo se processa, as que passam pela face anterior ventral da medula espinhal são os nervos motores que levam s comandos aos músculos, nos fazem andar e nos dão a sensação de autonomia, os da face posterior dorsal são s nervos sensitivos, são eles que conduzem ao cérebro todas as sensações corporais tornando o cérebro senhor de todo nosso organismo, este é o que  denominam de sistema periférico, sendo autônomo, controla automaticamente o ciclo circadiano com ordens que se originam no núcleo supraquiasmático no interior do hipotálamo na base do cérebro. Através do sistema periférico processa-se também o controle do sistema cardíaco e a frequência respiratória. Esta maravilha o cérebro o faz automaticamente. Enfim, controla todas as funções do organismo humano. O assunto, ciclo circadiano merece um ensaio à parte, e pretendo fazê-lo. Se todos soubessem e pensassem bem, teriam o máximo cuidado com a coluna vertebral, pois, é por dentro dela que passa a fiação que leva os comandos do cérebro que controlam todos os nossos órgãos, portanto o funcionamento de todo nosso corpo.

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Todas estas maravilhas que a neurologia descobriu sobre funcionamento do cérebro, são um nada, se comparadas com algumas capacidades que os cérebros através dos séculos têm nos demonstrado e que ele é capaz de fazer. O cérebro de um homem comum faz coisas extraordinárias. Mas não é deste tipo de cérebro que pretendo tratar no final deste ensaio, tratarei de forma especial dos cérebros dos Savans.

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Antes de tratar dos cérebros especiais, farei uma rápida retrospectiva na recente história do cérebro no planeta. Ou seja, na história do homem. Aqui me refiro somente à história após a invenção da escrita. E proponho de início que: Um organismo que é considerado como o organismo mais complexo e perfeito do universo! (Se me vir de posse de toda a lógica do universo), com a mais absoluta certeza, não me parece racional debitar a este cérebro a responsabilidade pelos acontecimentos que ocorreram durante o decorrer desta história. Antes da invenção da lavoura e da domesticação dos animais, o homem vivia em pequenos grupos, pois dependia da caça e da colheita, para com dificuldade permanecer vivo, e manter sua prole também viva. Tinha uma vida nômade, sobrando-lhe pouquíssimo tempo, todo tempo de que dispunha, do nascer do sol ao por do sol, era gasto com a caça e a colheita, isto para sua sobrevivência. Com a adoção do sedentarismo após a invenção da lavoura e da domesticação dos animais, sobrou-lhe tempo e comida conseguida através da lavoura e aumentou consideravelmente a ingestão de proteína animal com origem nos animais domesticados. Isto não ocorreu do dia para a noite, se passaram algumas centenas de anos e talvez no máximo um milênio, para se alcançar a fartura, a prole se tornar numerosa e as populações crescerem. Daí para a invenção das cidades e dos governos cleptocratas iniciais foi um pulo, talvez não mais que outro milênio. Uma sombra negra rondava o destino da nascente sociedade humana. Quando o homem era colhedor e caçador não lhes sobrava tempo para nada, e ele vivia em paz com seus eventuais vizinhos. Na realidade ele não tinha escolha, a cooperação era o melhor caminho para a sobrevivência. Quando conseguiu se organizar como sociedade constituída, sobrou-lhe tempo, e que chamamos de ócio. Conforme Russeau, junto com a invenção da lavoura e a domesticação dos animais vieram algumas pragas para a nascente sociedade humana. A propriedade privada, a escravidão e o sentido de posse dos bens. Isto não representava nada diante da sombra negra que logo poria suas garras de fora. Enquanto as relações eram entre caçadores e coletores sem tempo praticamente para nada, tudo corria às mil maravilhas, salvos raros entreveros ocasionais! Por um porco do mato ou umas raposas disputadas nos tapas.  A dificuldade existente no início da organização da sociedade possuía um poder enorme, maior que a própria necessidade dos homens de se organizarem em sociedades. Esta dificuldade chamava-se e resultava no “improviso”. Nunca havia sido tentado uma organização de grandes grupos humanos, e isto tinha que ser feito, era impossível controlar excessiva massa de humanos sem seguir normas e costumes, algo completamente inexistente e desconhecido até aquela época, os primeiros dirigentes tiveram, sem sombra de dúvidas, grandes dificuldades para controlar o grande número de pessoas que naturalmente procuravam estes primeiro acampamentos, só mais tarde, é que surgiram as cidades com costumes preestabelecidos oralmente, pois, não havia ainda a escrita, foi nessa fase que surgiram os cleptocratas citados atrás. Pessoas com habilidades para resolver conflitos e disputas, com carisma pessoal, espírito de liderança e força moral, voz tonitruante para forçar ser obedecido. Tornaram-se os primeiros Governadores. Talvez os primeiros ainda não fossem cleptocratas, mas os que os seguiram, o foram, no princípio não havia impostos nem salários, mas os custos com a manutenção dos auxiliares, logo mostraram a necessidade de instituí-los. Daí para a instituição dos governos cleptocratas foi uma questão de tempo. Nos tempos mais modernos finalmente um gênio em economia e governança dos povos, finalmente inventou algo que não resolvia o problema definitivamente, mas, dava para ir levando, ir administrando. Com o passar dos tempos um inteligente administrador inventou um processo infalível para conter o mal humor da turba enfurecida! Antes tentaram de um tudo, promessas, ameaças, prisões, espadas, chicotes, ferro quente, castigos, azeite quente, de um tudo mesmo… Descobrindo após tantas tentativas uma maneira simples e mais barata para conter o azedume das multidões em seus momentos, ou dias de fúria. Interessante o processo é simples, indolor, barato e eficiente, ele foi depois de algum tempo denominado de “Pão e Circo”. Sendo tão eficiente que os governos ineficientes o utilizam até hoje! Observe que ele na atualidade está mais sofisticado, e anda disfarçado de inúmeras maneiras, o velho “Pão” toma cada nome estranho! É vale transporte, cesta básica, vale isso, vale aquilo, emprego só de bater cartão, e alguns nem batem o tal cartão, põe o dedão, encostam o olho numa máquina, e nada de trabalho. “O Circo” se modernizou todo. Hoje em dia possui uma variada gama de procederes e nomes! É um tal de futebol, o carnaval uma vez por ano, que pena, podia ser todo mês! Tem o axé, a televisão com a tal de propaganda subliminar! Ninguém se pergunta, porque tanto feriado! Ora! É pra dar um refresco nas reclamações da massa.  Inventaram um “Circo” nos últimos tempos que tira toda vontade de ir para as ruas reclamar e brigar, chama-se: Esperança secreta de prosperidade. É também conhecida como LOTERIA DA CAIXA, eu nem sei realmente o que é, “desconfesso”! 

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Tem uma coisa que nunca entrou no meu cérebro! Se o cérebro como um organismo complexo e eficiente que é! Como foi que ele escolheu, (há oito ou nove mil anos), um caminho tão espinhoso para o desenvolvimento de sua nascente sociedade? Por que o cérebro escolheu tal caminho para o desenvolvimento da sua nascente sociedade? E logo o caminho da guerra? Que já custou bilhões de cérebros aos cérebros! Sera! Que por trás dos cérebros não poderia existir outra entidade a comandar o espetáculo? Temos que nos fazer esta pergunta pelo menos uma vez ao dia, durante toda nossa vida! Talvez um dia obtenhamos uma resposta!

51 Finalmente os Savants, em homenagem aos Savants, grafarei sempre a palavra Savant com maiúscula. Mas, existe uma tênue ou talvez até uma forte esperança! De um dia decifrarmos o enigma dos Savants. É tão somente uma questão de tempo para conseguirmos elucidar estas questões relatadas adiante. Em alguns casos, os cérebros podem sofrer profundas alterações, algumas vezes os cérebros sem motivo aparente dão defeito ou sofrem um acidente, e sem querer nos mostram algumas de suas habilidades, por sinal incríveis habilidades, os cérebros, ditos normais, nunca apresentam estas habilidades. Como um cérebro com uma alteração no seu sistema de funcionamento pode processar tais habilidades? Talvez o próprio cérebro não tivesse descoberto ainda como processar naturalmente estas habilidades! Creio que estas habilidades um dia serão coisas normais para qualquer cérebro, então! Os cérebros sofrerão profunda modificação. Comprovado está! Que as capacidades dos cérebros de forma alguma estão representadas pelo que conhecemos deles atualmente, refiro-me aos cérebros normais. Se o cérebro de um Savant faz coisas incompreensíveis, é claro que ele está utilizando um potencial existente dentro no próprio cérebro, o problema é que desconhecemos como ativar este potencial!

Vou relatar as capacidades encontradas e estudadas por algumas universidades de renome no planeta sobre estas idiossincrasias peculiares aos cérebros de alguns Savants.

Apresento aqui as habilidades de alguns Savants em particular.

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A síndrome de Savant não é o autismo, mas, um Savant pode desenvolvê-lo, ou um autista pode desenvolver o savantismo. Sendo o savantismo mais um distúrbio psíquico em que o indivíduo portador possui graves déficits intelectuais. Quem sofre desta síndrome tem dificuldades em se comunicar, compreender o que lhe é transmitido e de estabelecer relações interpessoais, e intrapessoais como por exemplo: fazer coisas simples com ambas as mãos simultaneamente, como abotoar a camisa. No entanto pode executar peças dificílimas num piano. Mas, por outro lado, possui inúmeros talentos, principalmente ligados a uma extraordinária memória, outros desenvolvem grande facilidade para lidar com a alta matemática com tal facilidade, como se a matemática fosse uma coisa física, existente, ou algo físico “acontecente”, segundo Kant e Berkeley, uma “coisa em si” e não uma elucubração do próprio cérebro humano. Foi uma declaração de Einstein que me fez ver que a matemática só existe em nossa cabeça, em nosso cérebro.

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           Nosso primeiro caso é do Savant Kim Peek que nasceu em 11 de novembro de 1951 e faleceu em 19 de dezembro de 2009, Kim Peek era um norte americano e ficou conhecido como um megasavant. Logo cedo com 18 meses, segundo seu pai Francis Peek, Kim já apresentava excepcionais habilidades para memorizar as coisas. Ele foi a inspiração para o personagem de Raymond Babbitt , interpretado por Dustin Hoffman no filme Rain Man. Conforme um texto publicado no jornal The Times, Kim conseguia se lembrar com precisão o conteúdo de pelo menos 12.000 livros. Peek viveu em Murray , Utah USA. Na pesquisa que fiz sobre  o caso Kim Peek encontrei detalhadamente as diferenças encontradas pelos  neurologistas na estrutura do seu cérebro. Neste relato não me referirei sobre estas  diferenças encontradas nem me refirirei em nenhum dos outros casos estudados.

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Stephen Wiltshire é um britânico autista nascido em 24 de abril de 1974 – Seus pais eram das Índias ocidentais, (Isto só pode ser coisa de inglês! Índias ocidentais, era como os europeus chamavam as Américas), Stephen possuía uma habilidade fora do comum. Ele memoriza num relance paisagens inteiras de vários quarteirões de grandes cidades, como Londres, Nova York, Xangai, Washington, Roma, Frankfurt, Madri, destas cidades ele fez desenhos de memória incríveis, e de uma fidelidade incomum, seu cérebro funciona com se fosse uma máquina fotográfica, ele tornou-se conhecido por ser capaz de desenhar com altíssima precisão paisagens complexas vistas somente por alguns momentos. Em 2006 tornou-se membro da Ordem do Império Britânico, por serviços prestados à arte londrina e mundial. Em 2003, uma retrospectiva de sua obra foi realizada na galeria Orleans House, em Twickenham, Londres. Em maio de 2005 Stephen produziu seu maior desenho de memória, uma panorâmica de Tóquio, em uma tela de 32,8 metros de comprimento por 10 metros de altura, no prazo de sete dias após um passeio de helicóptero sobre a cidade. Esta capacidade de memorizar paisagens completas e complexas está num cérebro de um humano, e não de um ET ou de um computador.

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Leslie Lemke, nasceu em 31 de dezembro de 1952 em Milwaukee no Wisconsin EUA é uma autista savânico, ele teve seus olhos removidos por cirurgia em tenra idade, desde cedo embora cego revelou-se um músico extraordinário,  interessante é que só aprendeu a andar aos 12 anos e só aprendeu a falar aos 15 anos. Aos 16 anos sua mãe adotiva May o encontrou tocando piano, sem nunca ter tocado tal instrumento, sua mãe descobriu que ele aprendeu a tocar simplesmente ouvindo no rádio e na televisão. E tinha preferência por música clássica, Tchaikovsky, Brams, Mozart, Franz Liszt, Bethoven, mas, dava um passeio pelo ragtime ao clássico. Seu cérebro portentoso ouvia uma música somente uma vez, e nunca mais a esquecia. O que é a memória e como ela funciona com tal potência num ser como Leslie Lemke é um verdadeiro mistério para a ciência neurológica…

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Agora me reporto a Ellen Bourdeaux.

De todas as artes, não sei por quê! A música é a única que pode ser executada ou feita de olhos fechados! È a única que não requer relação espacial com o mundo físico, com o entorno em que vivemos ou estamos, para que nosso cérebro a execute ou a crie!!!… A música tem origem e é percebida pelo mais profundo do nosso “Ser”. Refiro-me a qualquer tipo de música! Creio, embora, como disse antes que: (O que eu acredito, não tenha muita importância ou relevância), Creio que a música seja a atividade artística mais natural ao ser humano, não digo a mais fácil, instintivamente gostamos de música, o ritmo é natural aos humanos. Os gostos diferem, mas todas as sociedades humanas gostam de música. A Savant Ellen Bourdeaux é um misto de cegueira, deficiência mental e genialidade musical. Ellen nasceu em 1957 e aos seis meses, já cantarolava as músicas que ouvia, cantarolava porque não sabia falar ainda, mas, o fazia com uma perfeição impressionante. Aos quatro meses ela foi diagnosticada com fibroplasia retrolental, Ellen era cega, a síndrome de Savant só foi diagnosticada mais tarde, no entanto, ela possuía um ouvido e uma memória especial para música. Desde tenra idade Ellen já possuía um ouvido extraordinário e uma memória musical inacreditável, o incrível é que até hoje ela guarda na memória todas as músicas que já conseguiu escutar, e são milhares de músicas, não importa se um simples acorde de uma música popular curta e simples, ou se uma longa e complexa sinfonia, de Bach, Beethoven, Handel, Mozart, ou outro compositor qualquer, todos os acordes, timbres, tessituras e minúcias estão guardadas em sua memória com uma fidelidade impressionante. Ellen Burdeaux nasceu com as características de um gênio, em todos os sentidos.

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Outro excepcional Savant do qual deixo registrado uma de suas excepcionais qualidades. Sobre estas qualidades o Professor Allan Snyder da Universidade Nacional Australiana disse: Savants normalmente não podem nos dizer como eles fazem o que fazem, eles só veem para eles mesmos. Ao contrário, Daniel Tammet pode nos descrever o que ele vê e como ele processa os raciocínios em sua cabeça. é por isso que ele e tudo o que ele diz é emocionante e importante, ele poderia ser a “Pedra de Rosetta” do Savantismo.Talvez Tammet seja a única porta para a neurologia descobrir realmente como funciona a mente dos Savants. Seu nome civil é Daniel Paul Corney, nasceu em 31 de janeiro de 1979 na cidade de Londres, Inglaterra. Ele  é um escritor, ensaísta e autista desde criança. Conhecido no mundo literário como Daniel Tammet, seu livro “2006 Memórias” um (best seller), foi considerado pela American Library Association como o melhor livro para jovens adultos do ano de 2008. Ele quando ainda criança sofria convulsões epilépticas, que posteriormente foram eliminadas com tratamento médico. Aos vinte e cinco anos de idade , ele foi diagnosticado com síndrome de Asperger pelo professor Simon Baron-Cohen, do Centro de Pesquisa de Autismo (Spectrum) na Universidade de Cambridge. Existem menos de cem Savants no mundo que podem ser considerados como “Savants prodigiosos” e Daniel Tammet é um dos principais deles, isto é o que nos diz o Dr. Darold Treffert, pesquisador e líder mundial no estudo da síndrome de Savant. Interessante é que ele mesmo mudou seu nome para “Daniel Tammet” alegando que seu nome verdadeiro não era compatível como ele via a si próprio. Tammet foi o tema de um documentário no  Reino Unido, intitulado de  (Uma pessoa com um Incrível Cérebro), transmitido pela primeira vez na estação de televisão britânica “Channel 4” no dia 23 de maio de 2005. Alguns neurologistas, não abertamente, consideram Albert Einstein como um Savant, na realidade, ele mesmo fez declarações dizendo que raciocinava visualmente, e não verbalmente como nós os seres comuns  o fazemos. Para o cérebro de Daniel Tammet os números inteiros positivos indo até dez mil, possuem sua própria e única forma, sua cor e sua textura, ele descreveu alguns números como feios, outros como atraentes e considera  o número pi como extremamente bonito. Tammet detem o recorde mundial ao recitar o número pi com 22514 dígitos, isto em 5 horas e poucos minutos.  Daniel Tammet domina 11 (onze) idiomas, tendo apredido o islandês em uma semana, somente para um documentário que fez para a TV. A relação que seu cérebro faz com os números e as cores, com suas texturas “ainda” é completamente inexplicável para a neurologia.

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Como foi dito no capítulo anterior, no planeta, os  Savants prodigiosos, não passam de 100 (cem). E aqui cito somente alguns. Mas, não resta nenhuma dúvida de que o estudo dos cérebros dos Savants pode no futuro resolver o  dificílimo problema de como se chegar a um caminho mais rápido para a evolução do cerebro do humano atual. Se compararmos as mentes dos Savants com as dos homens comuns, veremos que os Savants possuem mentes ou funções mentais realmente extraordinárias. Na atualidade a ciência biológica, em especial a neurologia com o apoio da genética, muito pouco poderá fazer para entender e desenvolver cérebros que possuam funções que se aproximem dos cérebros dos Savants. No entanto, as possibilidades futuras são promissoras, se considerarmos o quão rápido avança a ciência nestes setores, na realidade em todos os setores do conhecimento humano. Existem muita dificuldade na atualidade para se desenvolver estudos no sentido da evolução  programada do homem. A maioria destas dificuldades são impostas pela “ética”. Ética esta, ligada ainda ao obscurantismo que nos foi legado pelas religiões, principalmente pelas religiões ocidentais. Quando a humanidade se ver livre dessas amarras, surgirá a esperança de termos “indistintamente cérebros com as capacidades dos cérebros Savants”. Naturalmente sem as inconveniencias do autismo, da síndrome de Asperger, e do próprio savantismo.  O Savant que nos deixa mais impressionados sem dúvidas, é o Inglês Daniel Tammet contam, como referido acima, que a TV americana TV PBS fez-lhe o desafio de em uma semana aprender a língua islandesa, pois, no tempo combinado ele já estava num “talk show” da rede de TV falando fluentemente o idioma islandês, que é tido pelos naturais da Islândia como de difícil aprendizado, ao que se sabe ele domina 11 idiomas. Sua mente pode calcular num segundo quanto é 32 elevado à sétima potencia, ele nos diz que é igual a 34.439.738.368 isto num piscar de olhos. A grande diferença do cérebro de Tammet está no fato de que ele sabe e pode dizer aos neurologistas como ele faz isso! Ao contrário de outros Savants que o fazem automaticamente e sem saberem como o fazem! Esta maravilha de cérebro do Tammet é um cérebro sinestésico, isto quer dizer que Tammet mistura as percepções dos seus sentidos, pode enxergar cores e textura nos números, o que lhe facilita a execução de tais cálculos. O interessante é que Tammet vê os números como se fossem entidades com personalidades, diz ele que o 9 é um número grande, de que o 4 é o seu número preferido por ser quieto e tímido como ele. Embora normalmente não notemos, nós possuímos dois tipos de memória, a memória consciente ou explícita e a memória inconsciente ou implícita. Nós fazemos cálculos mentais e nos lembramos de nomes com a memória consciente ou explícita, mas, nos lembramos dos rostos das pessoas e passamos as marchas do carro com nossa memória inconsciente ou implícita. Deu para perceber a diferença? A maioria dos Savants têm dificuldades diversas, uns mal conseguem falar, se vestem com dificuldade, têm péssimo relacionamento social, alguns como o Tammet são comunicativos e simpáticos.

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As informações fornecidas por Daniel Tammet e outros Savants sobre suas espetaculares e importantes superfunções, por sorte estão gravadas em áudio e vídeo pelos laboratórios das maiores universidades do planeta, espera-se que os pequenos cérebros dos cientistas dessas universidades sejam capazes de tirar proveito dessa imensa gama de informações. Não se deve contar com o surgimento de novos “Tammets”, que possuam a mesma capacidade de nos informar como se processam estas maravilhas dentro de seus cérebros. Savants como Tammet são uma raridade. No futuro com o desenvolvimento da tecnologia do diagnóstico eletrônico será possível entender como estes processos ocorrem nos cérebros dos Savants e tentar via genética torná-los funções normais nos cérebros dos homens do futuro. Não deixa de ser uma esperança!

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O Savant Tim Peek lê duas páginas por vez, uma com cada olho, e já leu e decorou 12 mil livros, um livro de tamanho médio ele o lê em 40 minutos. E todos estes 12 mil livros estão literalmente guardados em sua prodigiosa memória. Os estudos dos cérebros especiais não são novos, quem os iniciou foi um médico britânico nascido em 18 de novembro de 1828 e falecido em 7 de outubro de 1896, no entanto a neurologia nunca conseguiu colocar um “til” desses estudos para o desenvolvimento do cérebro  humano, (salvo o desenvolvimento do tratamento dos cérebros com alguns tipos de deficiência), no que diz respeito ao entendimento de como funcionam estes cérebros e transferir algumas de suas capacidades para um humano comum, continuam na estaca zero), Este britânico a que me refiro foi o Dr. John L.H. Langdon-Down, o mesmo que dá o seu nome à síndrome de Down. Este médico a descreveu em 1866 como uma doença, o fez numa criança e suas características ficaram conhecidas como síndrome de Down, embora a síndrome de Down seja um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21extra, total ou parcialmente copiado. Os cérebros especiais sempre existiram, a síndrome de Asperger, o savantismo, o autismo, que nos dão os cérebros especiais acompanham o homem desde seus primórdios.

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Um cientista da universidade de Wisconsin em Madison, o Dr. Darold Treffert é um especialista em autismo e em savantismo, sendo conhecido no mundo todo. Ele cuidou de um par de gêmeos chamados de George e Charles, que possuíam uma grande deficiência mental congênita, dificuldades de comunicação, e pouca sociabilidade, e, no entanto, segundo  Dr. Treffert eles viviam se divertindo gritando um para o outro, números primos que só são divisíveis por si e por 1, estes números que eles gritavam, às vezes continham até vinte dígitos, chegando a ordem dos quintilhões, como eles faziam isso permanece um mistério.

62 Como os Savants processam a memória? Embora continue sendo um mistério, com as informações de Tammet tornou-se pelo menos aparentemente mais fácil entendê-lo, ao que tudo indica o acesso à memória implícita é o caminho dos Savants, mas, como isso é feito, e principalmente, o que é realmente a memória implícita? Estas duas questões paralisa as ações da neurologia no estudo dos cérebros comuns, e nos estudos dos cérebros especiais dos Savants. Os grandes centros de pesquisas das grandes universidades dos países ricos, gastão milhões de dólares nestas pesquisas, as dos países pobres nem tentam estes estudos. A criação de cérebros Savants em humanos comuns justifica o gasto de bilhões de dólares. O benefício para toda a humanidade seria imensurável e incalculável.

63 Quase encerrarando…

Na direção oposta do caminho para descobrir o segredo, e de como utilizar as funções dos cérebros dos Savants, caminha a sociedade humana, (posso generalizar), todos os governantes do planeta, com sua conhecida e costumeira irracionalidade, falta de visão, ganância, burrice, insensatez, corrupção e desonestidade caminham na contra mão da história! O planeta vem sendo alertado por muitos cientistas para um colapso no funcionamento da sociedade humana, e fazem como as avestruzes! Simplesmente enfiam as cabeças nos buracos da burrice, ninguém escuta os cientistas do meio ambiente. Os cientistas do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) da ONU falam para as paredes, ninguém os escuta, quando os escutarem o CAOS já estará estabelecido, e não haverá retorno, então 7,2 bilhões de cérebros mergulharão no inferno de Dante, a que chamo de CAOS… Nos últimos dias surgiram notícias de que a NASA publicou estudos em que são previstos a derrocada da sociedade humana para dentro de poucas décadas. Portanto, o CAOS se aproxima… Chamo a atenção dos leitores que diversos organismos internacionais publicarão notícias ou estudos prevendo o CAOS, não se assustem é puro oportunismo. Qualquer pessoa de bom senso consegue ver que a exploração do planeta, nos moldes que a sociedade humana o faz, resultará na falência do sistema econômico e consequentemente na falência do sistema político da sociedade humana em todo o planeta. Portanto, estes alertas são inócuos, pois, todos os seres realmente inteligentes do planeta só esperam o CAOS. Deste e de outros fatos vêm a necessidade premente de se decifrar a capacidade savânica de alguns humanos.

64 Encerrando…

Eis o que o meu cérebro vê para um futuro nem tanto futuro assim! Dos 7,2 bilhões de cérebros existentes na Terra. Sendo esta é uma predestinação inescapável que ocorrerá brevemente com a sociedade humana.

A burrice dos governantes do mundo provocará o CAOS no planeta. Acredito, mas, como já disse, (o que eu acredito, não tem muita importância ou relevância), que a grande questão a ser enfrentada pela humanidade no futuro: Será continuar existindo como sociedade organizada, se a população for repentinamente, (digo, dentro de um período muito curto), reduzida em 50 % ou mais. Qualquer pessoa com um mínimo de percepção e visão realista das “coisas” que nos proporcionam esta relação existencial social autossustentável perceberá que esta sociedade com uma tão drástica redução de população, inevitavelmente entrará em colapso, e isto é fácil de ser percebido e compreendido! Que não será necessário modelos computacionais avançados nem utilizar supercomputadores, basta-nos utilizar a velha lógica! Vejamos! Tomemos como exemplo: Uma cidade, Nova York por ser a mais visitada, e uma das maiores cidades do mundo. A cidade de Nova York é a mais rica das cidades do maior e mais rico país do planeta. Estou tratando da cidade, e não da região metropolitana e nem do estado de Nova York. Seu prefeito Bloomberg deixou o governo de Nova York em fins de 2013, ele a governou por 12 anos. A cidade de Nova York possui um PIB anual de 1,4 trilhão de dólares gerado pela atividade econômica de seus habitantes e de suas empresas, e este montante de dinheiro é todo consumido na gerência desta cidade, temos que observar que o anterior prefeito, Michael Rubens “Mike” Bloomberg investiu como fogo morto, isto é, sem retorno  US$ 650 milhões (seus) na prefeitura de Nova York, durante seu governo que durou 12 anos ele preferiu financiar algumas despesas com o próprio dinheiro. Este seria um dos motivos de eu ter tomado Nova York como exemplo: Aqui no Brasil não podemos tomar nenhuma cidade como exemplo: A corrupção drena grande parte do seu PIB. A população atual de Nova York é de 8,6 milhões de pessoas, que geram este PIB que é gasto na manutenção da cidade. Ora! Se a população for reduzida à metade o PIB também o será, e inescapavelmente os serviços públicos se deteriorarão a ponto da cidade tornar-se inabitável. A falência inevitável dos serviços essenciais provocará uma fuga em massa. É lógico que a medida que os serviços tornarem-se mais e mais ineficientes, o que restar da população paulatinamente abandonará a cidade… E isto vai ocorrer primeiramente com todas as grandes metrópoles do mundo, isto ocorrerá como uma epidemia, o CAOS começará nas grandes urbes, e depois se espalhará pelo restante das cidades de cada país. Os primeiros grandes problemas que surgirão serão as epidemias patológicas, estas outras evidentemente as seguirão, a falência dos serviços de saúde, a completa falência da segurança, virá o desabastecimento, serviços de comunicação entrarão em colapso, serviços bancários tornar-se-ão impossíveis de funcionar pela brutal insegurança, advirá o desemprego em massa. Perguntar-me-ão, porque primeiro virão as epidemias? Na realidade, as epidemias serão as consequências da falência econômica dos “ESTADOS”, o CAOS terá início com a inviabilização da máquina industrial e da máquina de serviços. Motivada pela efetiva carência de matéria prima e de energia. Com toda certeza a barbárie estará presente na Ruas. Com pouco tempo os sistemas viários deixarão de funcionar por completa falta de manutenção. O que completará de forma irreversível o desabastecimento já precário. Isto gerará a disputa por comida a qualquer preço, donde advirá a barbárie do homem contra seus semelhantes. Hordas imensas disputarão uma côdea de pão, pondo em risco a própria vida. Se em teu cérebro ainda existir um resquício de dúvida! E aí eu vo-los pergunto! Se nunca ouviste o canto dos pássaros na madrugada! Como podeis falar da aurora? Se nunca passastes fome! Nunca poderás compreender realmente o clamor dos miseráveis?

 

Edimilson Santos Silva Movér

Vila de Abrantes-Camaçari-Bahia, 19/03/14

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