Artigo: Mobilidade urbana e suas alternativas

Transporte e sustentabilidade: a bicicleta como alternativa

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No momento em que as discussões suscitadas pelas manifestações nacionais contra o preço das passagens e a má qualidade dos ônibus repercutem e, considerando que as vias públicas não acompanham o crescimento da frota de automóveis, a mobilidade urbana nas grandes cidades, ora em crise, demanda reformas urgentes. Novas opções começam a ser avaliadas a fim de minimizar o problema do trânsito e uma alternativa sugerida por especialistas tem ganhado destaque no país: o uso de bicicletas.

A topografia de nossa cidade é apropriada para a utilização da bicicleta, não apenas como opção para o lazer, mas principalmente como meio de transporte. O clima também favorece muito. Atualmente, temos em Vitória da Conquista,entre ciclovias e ciclofaixas, uma linha principal que conecta o bairro Campinhos à UESB, passando pela Av. Luís Eduardo Magalhães. Outras linhas menores estão localizadas nas ruas Dez de Novembro e Treze de Maio e nas Avenidas Brumado e Juracy Magalhães. Porém, as bikes podem circular por todos os logradouros de Conquista, usando, onde não haja pista própria ao ciclismo, a via dos automóveis e respeitando o sentido do trânsito e da sinalização.

Infelizmente, a bicicleta ainda não foi aceita como efetivo veículo com seu lugar respeitado no espaço urbano. Na segunda cidade da Bahia em espaço regulamentado em ciclovias e ciclofaixas, a prefeitura ainda não providenciou a confecção de espaços para estacionamento das bicicletas, ainda que esta medida represente um pequeníssimo custo aos cofres públicos. A ausência de locais para estacionamento nem mesmo no trajeto das pistas ou no centro da cidade não incentiva a adoção das bikes como meio de transporte. O ciclista só pode usar seu veículo se houver local seguro para guarda-la. Senão, ou deixa a bicicleta em casa, ou a estaciona presa aos postes, dificultando a passagem dos pedestres.

Ecologicamente correta, saudável, eficaz. Evidentemente, uma campanha publicitária visando incentivar a incorporação das bicicletas aos meios de transporte oficiais seria muito bem-vinda. Mas acima de tudo, tal campanha deve buscar educar ciclistas, pedestres e condutores de carros e motos, para que as regras de trânsito sejam respeitadas: as ciclovias devem ser utilizadas exclusivamente por ciclistas; os pedestres, que costumam praticar corrida até mesmo na contra-mão das avenidas e ruas, devem permanecer em sua faixa: a calçada; nas zonas onde não há ciclovia ou ciclofaixa, as bicicletas circulam nas ruas, respeitando o sentido do tráfego, os semáforos, a preferência dos pedestres; assim como as motos deveriam, também as bicicletas não podem “costurar” o trânsito.

É necessário estabelecer essa transformação na qualidade de vida e na diminuição do custo do transporte coletivo para que o trabalho e a escola, principalmente na camada mais jovem da sociedade, sejam mais acessíveis. Uma campanha governamental, associada à devida sinalização no trânsito e à expansão dos espaços destinados aos ciclistas, demonstraria força de vontade para minorar os transtornos da (i)mobilidade urbana atual, além de incentivar uma visão ecológica e a promoção da saúde do conquistense, associando diretamente transporte à educação,saúde cidadania. Ninguém pedala bicicleta zangado, ao passo que é fácil verificar o estresse dos condutores de automóvel.