Bahia teve maior redução no número de estabelecimentos comerciais ativos do país em 2015


** O estado encerrou 2015 com menos 12.267 estabelecimentos comerciais ativos que em 2014, 41,0% do total do país como um todo, onde o saldo negativo foi de menos 29.908 unidades;** A Bahia também terminou 2015 com menos 14.282 pessoas trabalhando no comércio (-2,8%);** No estado, varejo teve maiores saldos negativos em estabelecimentos comerciais (-12.171) e pessoas ocupadas (-8.626);** A Bahia é o estado com maior peso no setor comercialdo Nordeste (representa cerca de 30%) e, apesar das reduções nos totais de estabelecimentos e de pessoal ocupado, sua participação não se alterou de forma significativa entre 2014 e 2015.

De 2014 para 2015, a Bahia teve o maior saldo negativo, em números absolutos de estabelecimentos comerciais, no país. No balanço do ano, o estado encerrou 2015 com menos 12.267 estabelecimentos comerciais ativos que em 2014, 41,0% do total do país como um todo, onde o saldo negativo foi de menos 29.908 unidades. 

A Bahia também teve a segunda maior queda, em termos percentuais, no número de estabelecimentos comerciais no país (-11,9%), acima apenas de Alagoas (-14,2%). 

Dos nove estados do Nordeste, apenas o Rio Grande do Norte teve saldo positivo no número de estabelecimentos comerciais entre 2014 e 2015 (mais 618 unidades, num aumento de 3,2%). A região foi a campeã em fechamento de portas no comércio, com 24.251 estabelecimentos a menos no setor entre 2014 e 2015 (-7,3%). 

Com os resultados negativos, tanto o Nordeste quanto a Bahia tiveram as maiores perdas de participação no total de estabelecimentos comerciais do país em 2015 (de 19,1% para 18,0% e de 5,9% para 5,3%, respectivamente), enquanto o Sudeste (de 48,6% para 50,4%) e o estado de São Paulo (de 28,5% para 29,7%) aumentaram ainda mais suas fatias nessa distribuição.

No país como um todo, apenas 6 dos 27 estados tiveram aumento no total de estabelecimentos comerciais ativos, de 2014 para 2015. As maiores variações positivas, em termos absolutos, ocorreram no Espírito Santo (+2.539 unidades), em Goiás (+3.301) e São Paulo (+12.909).

Além da significante redução no total de unidades comerciais no estado, a Bahia também terminou 2015 com menos 14.282 pessoas trabalhando no comércio (-2,8%). Entretanto, a perda de postos de trabalho no setor, no estado, não foi tão representativa, nem em termos absolutos, nem percentualmente, quando comparada com o saldo nacional (-412.052 pessoas ocupadas ou -3,9%), com a média do Nordeste (-76.859 pessoas ou – 4,1%) ou com os demais estados (foi a 17ª variação mais negativa em termos percentuais e a 10ª em termos absolutos). 

Por isso, a participação da Bahia no total de pessoas trabalhando no comércio no país manteve-se estável, em 4,8% em 2014 e 2015.

Varejo teve maiores saldos negativos em estabelecimentos comerciais e pessoas ocupadas

Das três divisões do comércio, o varejo foi a que mais sentiu a redução de estabelecimentos comerciais ativos entre 2014 e 2015, na Bahia. Em um ano, ficou com um saldo negativo em menos 12.171 unidades (-13,5%). O comércio atacadista perdeu, nesse período, 284 estabelecimentos (-4,1%), enquanto setor de venda de veículos, peças e motocicletas teve um pequeno saldo positivo, de 188 estabelecimentos (+3,1%).Todas as três grandes divisões do comércio tiveram perdas de postos de trabalho entre 2014 e 2015 na Bahia, sendo que o varejo, maior empregador, também foi o que mais dispensou em termos absolutos. Com um saldo no ano de menos 8.626 pessoas ocupadas (-2,1%), perdeu quase quatro vezes o quantitativo de postos fechados na venda de veículos, peças e motos (-2.212 pessoas ocupadas ou -5,4%) e mais que o dobro das dispensas no atacado (-3.444 pessoas ocupadas ou -5,1%). 

O quadro abaixo resume essas informações.

Varejo tem maiores proporções de estabelecimentos e de pessoas ocupadas, mas paga menos

Na Bahia, em 2015, havia 90.547 estabelecimentos comerciais ativos (unidades locais com receita de revenda), onde trabalhavam quase meio milhão de pessoas (497.178). A receita bruta dos estabelecimentos com vendas e comissões ficou em R$ 150,3 bilhões, e eles pagaram a seus empregados uma massa de rendimentos de cerca de R$ 7,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações – o que dá uma remuneração média de aproximadamente R$ 1.545, um pouco abaixo da média nacional (R$ 2.008) e bem próxima à do Nordeste (R$ 1.536).

Assim como ocorre no país em geral, na Bahia o comércio varejista é dominante tanto no número de estabelecimentos (representa 85,9% do total ou 77.739 unidades) quanto na população ocupada (emprega 79,3% dos que trabalham no setor ou 394.194 pessoas) e na massa de rendimentos paga pela atividade (responde por 71,3% do total de remunerações ou cerca de R$ 5,5 bilhões). 

Por outro lado, paga o menor salário médio: R$ 1.390, frente a R$ 2.291 do comércio atacadista e R$ 1.881 do comércio de veículos, peças e motos. Em termos de participação na receita bruta de revenda, na Bahia, o varejo (com 49,3% ou cerca de R$ 74 bilhões) e o atacado (com 42,8% ou cerca de R$ 64 bilhões) ficam mais próximos.

Bahia representa cerca de 30% do setor comercial nordestino

A Bahia é o estado com maior representatividade no setor comercial nordestino e, apesar das reduções nos totais de estabelecimentos e de pessoal ocupado entre 2014 e 2015, sua participação não se alterou de forma significativa nesse período. O comércio baiano concentra 29,5% dos 307.256 estabelecimentos comerciais ativos no Nordeste; 27,8% do 1,8 milhão de ocupados nessa atividade, na região; 28,6% da receita bruta (de cerca de R$ 524,4 bilhões no Nordeste); e 27,9% da massa de rendimentos paga pelo comércio nordestino (que é de R$ 27,5 bilhões aproximadamente).

Em relação à situação de 2014, a Bahia só perdeu participação no total de estabelecimentos comerciais ativos, que era de 31,0% naquele ano – foi a maior perda de participação na região. 

O estado que mais ganhou participação regional nesse indicador foi o Ceará, que passou de 15,3% para 16,2% dos estabelecimentos comerciais do Nordeste. O Ceará também foi o que mais aumentou participação em relação à população ocupada no comércio, no Nordeste (de 16,0% para 16,9% entre 2014 e 2015).