Crédito agrícola tem volume recorde nos primeiros meses da safra.

imagesDe todos os setores da economia, o agronegócio foi um dos mais afetados pela crise econômica do final de 2008 e início de 2009. Com a retração do consumo nos principais mercados externos, Europa e Estados Unidos, queda do preço do dólar e dificuldade de acesso ao crédito, produtores precisaram reavaliar estratégias, em alguns casos reduzir as áreas plantadas.
Para 2010, porém, a expectativa é outra. Só na Bahia, as principais instituições financeiras que trabalham com crédito rural aprovaram aproximadamente R$ 4 bilhões em crédito agrícola nesta safra, benefício que se estende a pequenos, médios e grandes produtores.

O consultor de empresas e sócio-diretor da BDO no Brasil, Osvaldo Bozzo, diz que 2010 chega trazendo grandes perspectivas e também enormes desafios. “Por um lado, temos a recuperação de preço de alguns produtos, a ampliação da área plantada e a crescente profissionalização do setor. Por outro, situações adversas capazes de afetar o setor de plantio. A desvalorização do dólar frente ao real também pode embaraçar as exportações”, avalia.

Na Bahia, além da ampliação do crédito a produtores de grãos, algodão, café e da fruticultura irrigada, os produtores de cacau também devem voltar a ter acesso ao crédito. O chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura do Estado, Eduardo Salles, comentou que este foi um pedido da Seagri para os bancos na elaboração do plano safra 2009/ 2010. “Conseguimos garantir a aprovação de R$ 200 milhões a cacauicultores baianos”, anuncia.

Outro benefício aprovado para 2010 foi o parcelamento de dívidas da fruticultura irrigada que, em 2009, além da crise internacional, amargou prejuízos com as chuvas do segundo semestre. “Muitos produtores concentraram o plantio neste período para fugir das chuvas do primeiro semestre, mas depois de 37 anos, registramos precipitações acima do normal neste período”, explicou Salles.
Bancos – O gerente executivo do Banco do Nordeste, José Herculano Sobrinho, comenta que apesar de não ter adotado política de restrição de crédito durante a crise, a instituição definiu as estratégias para 2010 atendendo a necessidades apresentadas pela Secretaria da Agricultura e empresas de fomento do setor, como EBDA, Sebrae e Embrapa. “Nós temos aprovado R$ 769 milhões em crédito rural, além do crédito para a agricultura familiar”, adianta.
Thais Rocha l A TARDE
Zeka\Agência A TARDE