Eleição do Fla tem debate inédito na TV e mais de R$ 1 milhão em campanhas

Flamengo

A eleição do Flamengo em 7 de dezembro já é considerada pela mídia e pelos sócios a mais disputada dos últimos anos. A rivalidade criada após a cisão do grupo eleito em 2012 monopoliza as discussões e ainda tem a forte presença da oposição como via alternativa. A proporção tomada pelo pleito motivou a realização de um debate inédito com todos os candidatos no canal por assinatura ESPN.

Eduardo Bandeira de Mello (Chapa Azul), Wallim Vasconcellos (Chapa Verde) e Cacau Cotta (Chapa Branca) discutirão as propostas por 1h30 na noite desta quarta-feira (11). A iniciativa foi sugerida pelo jornalista e comentarista Mauro Cezar Pereira. Clubes como São Paulo e Corinthians passaram recentemente por eleições, mas nada comparável ao clima do pleito rubro-negro.

“Foram clubes que não tiveram essa disputa toda. Sugeri o Flamengo por todos os acontecimentos e o clima intenso entre os concorrentes. Isso acontece justamente quando o clube adquire uma postura inédita de pagar dívidas. A instituição passa pela maior transformação da sua história, mas as pessoas demonstram total falta de capacidade para lidar com o futebol. Queremos que a torcida e os sócios conheçam melhor os candidatos”, afirmou Mauro Cezar.

Ele e Paulo Calçade participarão do debate que terá Dudu Monsanto na função de mediador. As propostas serão discutidas em cinco etapas e os candidatos farão perguntas entre si após o sorteio no primeiro bloco. Editor executivo dos canaisESPN, o jornalista Eduardo Tironi acrescentou motivos para a realização do primeiro debate deste porte antes da eleição de um clube brasileiro.

“Tem um caráter especial. É a tentativa da reeleição de uma chapa que trouxe inovações e se dividiu. Esse aspecto já seria fundamental para promover o debate. Temos ainda a dissidência seguindo o caminho semelhante e uma terceira via. Falamos do clube mais popular do país e que tem sido um exemplo de mudança no futebol brasileiro. Certamente o debate terá bastante interesse dos flamenguistas e de quem acompanha o esporte. Vejo esta eleição como algo muito importante em um momento de crise técnica e financeira no futebol do país”, explicou.

Campanhas: mais de R$ 1 milhão juntas

Em uma eleição desta proporção, os valores envolvidos não são fiscalizados pelo clube. No entanto, as campanhas das Chapas Azul, Verde e Branca juntas ultrapassam R$ 1 milhão em custos e são cada vez mais fortes nas redes sociais. Azuis e Verdes devem investir em torno de R$ 500 mil cada, enquanto a União Rubro-Negra (Branca) tem um orçamento mais modesto e não ultrapassa R$ 250 mil.

“A cota superior a R$ 1 milhão é bem compatível, já que as campanhas sofreram um barateamento por causa das redes sociais. Diminuíram as quantidades de banners e adesivos. A última eleição com grande custo no Flamengo foi em 2009, quando essas metodologias não eram utilizadas. As pessoas abriam os cofres. A maior diferença atualmente é o número de pesquisas. Já recebi mais de seis ligações. É o gasto principal das chapas na campanha”, revelou o secretário do Conselho de Administração, Marco Asseff.

Economia ‘municipal’

A relevância da eleição rubro-negra não estaciona nos valores das campanhas e no inédito debate. Outro ponto curioso envolve a comparação com o orçamento do clube em 2015: R$ 365 milhões. O montante é maior do que 70 municípios do Estado do Rio de Janeiro.

Se assim fosse, o Flamengo só estaria atrás na questão orçamentária de cidades como o próprio Rio, Niteroi, Maricá, Duque de Caxias, Itaboraí, São Gonçalo, São João de Meriti, Teresópolis, Angra dos Reis, Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos, Itaguai, Macaé, Magé, Rio das Ostras, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis e Volta Redonda.

UOL