Em debate, candidatos à Presidência são confrontados com casos de corrupção

Foto: Tiago Queiroz / Estadão

 

Alckmin diz que situação de Aécio é diferente da de Lula, já condenado; Marina é questionada sobre não ter deixado PT logo depois do mensalão

O primeiro debate presidencial das eleições 2018 após o atentado contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), promovido no domingo, 9, pelo Estado em parceria com a TV Gazeta, a Rádio Jovem Pan e o Twitter, retomou a discussão sobre o combate à corrupção nos embates entre os postulantes ao Palácio do Planalto. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) respondeu pela primeira vez em um encontro com adversários sobre a acusação de improbidade administrativa em ação apresentada pelo Ministério Público de São Paulo, no dia 6. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, e o PT também foram alvo. O tema da corrupção dominou o segundo bloco do debate. Já na primeira pergunta, Alckmin teve de responder sobre a ação na qual é acusado de enriquecimento ilícito por suposto caixa 2 da Odebrecht na campanha de 2014. “Estranho que isso (a acusação) ocorra a menos de 30 dias das eleições.” Ao ser questionado por Marina Silva (Rede), o tucano fez questão de diferenciar o caso do ex-presidente Lula, que foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e do senador Aécio Neves. “Ele (Lula) foi condenado em segunda instância. Aécio nem julgado foi. Lei é para todo mundo. Quem deve, deve responder, deve ser punido. Quem não deve, deve ser absolvido.” Marina rebateu afirmando que “PT e PSDB passaram a ser faces da mesma moeda”. “O que diferencia Aécio é o fato de ter foro privilegiado. Por isso, somos a favor de acabar com o foro, se não, se cria dois pesos e duas medidas no processo de combate à corrupção”, disse Marina. Na tréplica, Alckmin relembrou o passado petista da candidata. “Marina esteve 20 anos no PT. Em 2006, ocorreu o mensalão. Ela não saiu do PT. Só saiu em 2008. Nós sempre estivemos do outro lado de onde estava o PT.” Já o candidato do MDB, Henrique Meirelles, foi questionado sobre investimentos que possui nas Bermudas, no Caribe. O emedebista disse que seus investimentos estavam em uma fundação “com finalidade de investir em educação no Brasil” depois que ele morrer. O presidenciável Ciro Gomes (PDT), que foi quem levantou essa questão em entrevistas recentes, chegou a elogiar o adversário emedebista. “Fui colega do Meirelles e tenho apreço por ele. Não é uma pessoa desonesta. Mas o Brasil permite de forma imoral que ele, que comandou autoridade monetária, que vigia taxa de juros, e os brasileiros abastados, os ricos do Brasil, manter mais de R$ 500 bi no estrangeiro”. Leia mais no Estadão.

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