Geddel: não basta ser amigo do presidente, é preciso trabalhar

22-02-2010-04-03-271A Bahia tem se destacado por apresentar entre os estados do Nordeste os valores mais baixos de transferências voluntárias, que são verbas repassadas pela União aos estados que apresentam bons projetos e são mais ágeis na negociação desses recursos. Em 2008, a Bahia recebeu R$ 242 milhões em transferências voluntárias, contra R$ 319 milhões recebidos por Pernambuco. Quando se leva em conta o critério per capita – quando se divide o dinheiro pelo número de habitantes – a Bahia perde não apenas para Pernambuco, como para todos os estados do Nordeste, mesmo os mais pobres como o Piauí e o Maranhão. As informações fundamentadas em dados da Secretaria do Tesouro Nacional e do Portal da Transparência foram divulgadas hoje (22) pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, em seu comentário semanal na Rádio Metrópole. Segundo ele, essa realidade na Bahia tem mostrado que a amizade do governador com o presidente e o alinhamento partidário com o governo federal não são condições suficientes para obter recursos para o desenvolvimento do estado. “É preciso muito mais, é preciso trabalhar, apresentar projetos, ter disposição e coragem para enfrentar e vencer as dificuldades”. Geddel disse que em 2008 as transferências voluntárias do governo federal para a Bahia representaram R$ 19,00 per capita enquanto que o Ceará recebeu o equivalente a R$ 29,00 por pessoa e o Rio Grande do Norte e o Piauí receberam mais do que o dobro da Bahia. Para o ministro e pré-candidato a governador da Bahia, essa situação resulta da “incapacidade do governo estadual de apresentar projetos viáveis, de se levantar da cadeira e lutar pelas coisas”. O ministro finalizou o comentário observando que “um mandato de quatro anos tem sido suficiente para outros estados trabalharem, então porque acreditar que quatro anos é pouco para a Bahia”.