Geddel revela que “caráter simbólico” pesou na escolha de Edmundo para seu pré-candidato a vice

08-06-2010-12-01-061

Em almoço oferecido pelo IAF, Geddel revelou estratégia por trás da escolha de Edmundo Pereira

O pré-candidato do PMDB a governador, Geddel Vieira Lima, disse ontem à tarde ao Política Livre que está “com tudo pronto para ir a campo” na campanha baiana depois que anunciou, ontem, o atual vice-governador do Estado, Edmundo Pereira (PMDB), como seu pré-candidato a vice.

Segundo Geddel, além do embaraço institucional que criou para o governador Jaques Wagner (PT), que perde seu substituto direto no caso de eventuais impedimentos, a escolha, segundo ele, baseada exclusivamente em estratégia, teve um “caráter simbólico” desgastante para o governo.

“É simbólico ter o vice-governador dizendo que prefere outro projeto, apesar de vir sendo tratado pelo governador Wagner como um ‘irmão’”, disse Geddel, que participou hoje de almoço em que o Instituto dos Auditores Fiscais (IAF) anunciou, no Barbacoa, a criação de um prêmio jornalístico.

Geddel acrescentou que tinha ainda como alternativa indicar Edmundo para o Senado, deslocando o atual vice-prefeito, Edvaldo Brito (PTB), para sua posição, mas preferiu apostar no vice de Wagner por questões políticas, de representatividade e, naturalmente, de significado político.

Atual vice-prefeito de Salvador, Edvaldo disputará a segunda vaga ao Senado na chapa peemedebista, ao lado do senador César Borges (PR). “O caráter simbólico (da escolha) pesou”, declarou o pré-candidato do PMDB. Ele também revelou que a escolha acompanhou o movimento dos adversários.

Segundo Geddel, no momento em que Wagner colocou mais um petista em sua chapa, com a escolha do deputado federal Walter Pinheiro para o Senado, e o pré-candidato do DEM, Paulo Souto, fez o mesmo com o democrata José Ronaldo, ambos perderam o argumento de criticá-lo.

“Eles podem dizer que Edmundo não agrega, que não tem densidade eleitoral?”, rebateu, acrescentando esperar o prazo, estabelecido por lei, para que o governo não possa mais fazer publicidade, principalmente na televisão, para que as condições de competitividade se igualem na campanha da Bahia.

“O que está acontecendo na Bahia é uma orgia publicitária. A última (propaganda na televisão) do governo apresenta cinco hospitais, a ligação 2 de Julho, que é uma obra federal, como grandes feitos. Ora, governo não anuncia, governo realiza”, disse.

Raul Monteiro

Política Livre