Número de transplantes realizados pelo SUS na Bahia cresce 18,9%


Nos cinco primeiros meses deste ano, o número de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia registrou um aumento de 18,9%. Foram 283 procedimentos efetuados no período, ante as 238 intervenções feitas de janeiro a maio de 2016.

Os dados foram fornecidos pela coordenadora do setor de transplantes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Rita Pedrosa. De acordo com a gestora, houve também crescimento na quantidade de doadores, que passou de 46, em 2016, para 59 em 2017.

A maior alta de transplantes de órgãos está relacionada aos novos rins, que representa 32,8% do total de procedimentos realizados em 2017, com 66 transplantes. Se comparado com 2016, o aumento foi de 69,2%, diante dos 39 procedimentos ocorridos no estado.

Somente o hospital Ana Nery, no bairro da Caixa D’água, responde por 48 transplantes de rins em 2017, 50% a mais do que igual período do ano passado. Referência em cardiologia e nefrologia, a unidade de saúde projeta alcançar um aumento de 58% no total de transplantes até o final deste ano.

Na Bahia, depois dos rins, os transplantes de fígado cresceram de nove para 19, nos cinco primeiros meses, na comparação com o mesmo período de 2016. Já os procedimentos envolvendo as córneas subiram de 190 para 198, quando comparados os dois períodos.

Hemodiálise

Na avaliação da coordenadora, a maior demanda por transplantes de rins decorre da necessidade de os pacientes não precisarem mais fazer hemodiálise, que é o método de promover a filtração das toxinas do sangue de forma artificial.

Tal procedimento médico foi receitado para o paciente renal Mário Sérgio Neiva, 60, que há seis anos faz hemodiálise enquanto aguarda a vez de ser submetido a um transplante. Ele esteve, na tarde desta quarta-feira, 7, no hospital Ana Nery, para fazer a primeira sessão da semana, conforme recomendação médica.

“No Brasil inteiro, pacientes renais têm tido dificuldades para encontrar onde fazer o hemodiálise”, observa Pedrosa, em relação aos obstáculos enfrentados pelos pacientes. “Há casos de pacientes que chegam a passar meses em hospitais, só para tratamento dialítico.

Segundo ela, as dificuldades para a acesso à hemodiálise é reflexo da falta de reajuste às clínicas especializadas em hemodiálise por parte do SUS. “Não é algo novo. Com isso, há um desestímulo por investimentos na área, o que fez com que muitas clínicas fechassem as portas”, disse.

Dificuldades

Ainda assim, a coordenadora destaca a importância do SUS no que tange à realização das intervenções cirúrgicas. “Cerca de 90% dos transplantes são realizados pelo SUS, que também custeia cerca de 99% dos procedimentos”, calcula.

Questionada sobre reclamações de transplantados quanto à falta de medicamentos, Pedrosa disse que a Sesab tem dado prioridade em atendê-los: “Nos grandes centros, isso não é constante. Mas pode acontecer com pacientes de locais remotos, devido à distribuição”.

Informações: A tarde