O impacto da bomba cearense

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Cid Gomes tem 54% das intenções de voto para governador e, Tasso Jereissati, 51% para o Senado

Tasso Jereissati e Ciro Gomes (Jarbas Oliveira/Folha Imagem)

Pela primeira vez, a amizade de Jereissati com os irmãos Gomes será testada por um escândalo que só atinge uma das partes.

Como acontece há 24 anos, quando se juntaram no PMDB para derrotar os caciques regionais agrupados no PDS, também neste ano os irmãos Gomes deverão vencer em companhia do senador Tasso Jereissati, candidato à reeleição. Desde 1996 em partidos distintos, Tasso e Ciro já apoiaram diferentes candidatos à Presidência, mas nunca desfizeram a aliança local. Pela primeira vez, a amizade será testada por um escândalo que só atinge uma das partes.

O alto calibre das denúncias também testará a consistência da vasta aliança partidária que apoia Cid Gomes, abalada por cenas de ciúme explícito protagonizadas pelos candidatos ao Senado. Eunício Oliveira, do PMDB, com 38% nas pesquisas eleitorais, e José Pimentel, do PT, com 37%, disputam o apoio do governador na briga pela segunda vaga ─ a primeira deverá ficar com Tasso, que lidera a corrida com 51%. O grau de irritação poderá subir com a elevação da temperatura política.

Seja qual for o impacto do escândalo no quadro estadual, o vitorioso será um aliado do Planalto. Tanto Cid Gomes (54% nas pesquisas) quanto Lúcio Alcântara, do PR, segundo colocado com 16%, apoiam Dilma Rousseff. O palanque regional de Serra é liderado pelo tucano Marcos Cals, estacionado no terceiro lugar com 10%. Mas os efeitos da bomba que emergiu das páginas de VEJA não ficarão restritos ao Ceará. Por envolverem Ciro Gomes, instalarão no noticiário político-policial mais um ex-ministro de Lula.