‘O PT institucionalizou a corrupção no país’, diz Joesley Batista

Foto: Jone Roriz/Estadão

Joesley Batista

O empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F – holding que inclui a JBS –, disse em entrevista à revista Época que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT “institucionalizaram a corrupção” no País, cujo modelo foi reproduzido por outros partidos. Segundo Joesley, há 10, 15 anos houve uma “proliferação de organizações criminosas” no Brasil. “Nós participamos e tivemos de financiar muitas delas”, afirmou o empresário, que indicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como o seu contato no PT. “Foi no governo do PT para a frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção. Houve essa criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em Estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES. O resultado é que hoje o Estado brasileiro está dominado por organizações criminosas. O modelo do PT foi reproduzido por outros partidos”. Apesar de citar o ex-presidente, Joesley disse que nunca teve “conversa não republicana com Lula”. “Zero, eu tinha com o Guido”, afirmou. “Não estou protegendo ninguém, mas só posso falar do que fiz e do que posso provar. Não estou entregando pessoas. Entreguei provas aos procuradores. E o PT tenha o maior saldo de propina. O que posso fazer se a interlocução era com o Guido?” O empresário citou repasses ilícitos envolvendo um esquema de corrupção no BNDES e disse que o “crédito” que “o PT gastou para comprar a eleição de 2014” chegou a R$ 300 milhões. Joesley disse ainda que quando eram liberadas parcelas de financiamentos captados no banco de fomento, ele “creditava o valor da propina na conta do Guido na Suíça”. Ele, contudo, isenta de responsabilidade nos crimes o ex-presidente do banco, Luciano Coutinho e o corpo técnico. “Nunca pagamos um centavo de propina dentro do BNDES.” Ainda sobre propinas pagas ao PT, o empresário reiterou o que relatou em sua delação e disse que a ex-presidente Dilma Rousseff pediu R$ 30 milhões para o atual governador de Minas Fernando Pimentel na eleição de 2014. Leia mais no Estadão.