Paulo Silvino e as dinastias artísticas cariocas, por Luis Nassif

 

 

A morte do humorista Paulo Silvino chama atenção para um fenômeno tipicamente carioca: as dinastias artísticas que vieram do período das rádios e foram assimiladas pela TV Globo graças ao discernimento insuperável de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

Paulo Silvino era filho de Silvino Neto, humoristas que se celebrizou por paródias que fazia de políticos e dos vários tipos de velhos.

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Sua mãe foi a pianista Naja Silvino, paulista, filha de coronel, da família Siqueira Campos. Naja foi professora de piano e pianista da noite carioca.

Talvez por influência da mãe, arriscou-se na bossa-nova, como crooner de um conjunto de alto nível, Com Eumir Deodato (acordeon), Durval Ferreira (guitarra) e Fernando Costa (bateria).

Eumir foi indicação da mãe. Com apenas 17 anos, já lecionava piano no Conservatório Mário Mascarenhas, o mesmo onde dona Naja ensinava.

Dono da gravadora Copacabana, Emilio Vitale decidiu gravar o conjunto, incumbindo o grande Altamiro Carrilho dos arranjos. O nome do LP foi dado pelo pai, Silvino Neto: “Nova geração em ritmo de samba”.

Uma das composições era uma parceria de Silvino com Orlandivo, compositor que fez relativo sucesso em fins dos anos 60. Havia composições de vários de futuros ídolos da MPB, como Nonato Buzar, Durval Ferreira, Maurício Einhorn.