Segurança pública provoca divergência entre candidatos



A apuração das mortes do líder sindical Paulo Colombiano e de Neylton Souto da Silveira, funcionário da secretaria municipal de Saúde,  foi cobrada  ao secretário de Segurança Pública do Estado, César Nunes, por alunos da Faculdade Visconde de Cairu, no seminário “Seu voto faz o amanhã”, promovido por A TARDE. Nunes representou o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição , no evento que teve a participação de candidatos e representantes de partidos que disputam o governo do estado.

O secretário da Segurança Pública rebateu as críticas dos adversários – que exploraram as deficiências na áreas de segurança–, e apostou nos resultados dessa gestão para responder aos ataques. “Ninguém aqui é ingênuo a ponto de acreditar que se pode tirar da cartola a solução para a violência no estado, que é resultado de uma escandalosa exclusão social, dos piores índices de pobreza e analfabetismo que sempre estiveram presentes na Bahia”, assinalou César Nunes. “Isso é campo fértil para o tráfico de drogas e o crime organizado”, assinalou.  Mas os candidatos da oposição contra-argumentaram ao apresentar as suas propostas de governo e ao responder aos questionamentos dos estudantes no debate mediado coordenador de política de A TARDE, Flávio Oliveira.


Comparação –
O especialista em segurança pública Carlos Costa Gomes, um dos responsáveis pelo projeto, nessa área, do candidato Paulo Souto (DEM), apresentou resultados positivos em outros estados para rebater os argumentos de Nunes, que citou a capacitação de pessoal como a mais importante arma de combate à criminalidade. “Sem tirar coelhos da cartola, São Paulo reduziu seus índices de violência”, disse Gomes, ressaltando devolução de recursos federais não utilizados pela Bahia no combate ao crime.

“Existem recursos, faltam projetos”, afirmou o especialista, citando números oficiais que revelam o aumento da violência no período entre 2006 e 2009. “O crime dobrou nos últimos três anos. Se é a mesma polícia, então não é só falta de capacitação”, provocou Gomes, que, durante o debate, insistiu no confronto dos números apresentados por Nunes. O deputado federal Colbert Martins (PMDB), que apresentou o projeto do candidato Geddel Vieira Lima para a segurança pública,  destacou a prevenção e a valorização dos policiais como estratégia fundamental para o combate à criminalidade.

Ataque ao prefeito –
“A guarda das fronteiras do estado vai reduzir o tráfico de drogas e a movimentação de marginais, além do videomonitoramento e da qualificação da inteligência policial”, assinalou.  Colbert, como  representante do PMDB, foi alvo das críticas do candidato Luiz Bassuma (PV), que, além atribuir aos grandes partidos a prática da corrupção que reduz o volume de recursos aplicados em pontos-chaves da administração, como educação, saúde e segurança – discurso que explora permanentemente  –, procurou atacar o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), aliado de Geddel.

Mudança – A estratégia, que tem provocado a reação positiva do público, é frequentemente utilizada pelo candidato do PV. “João Henrique é o pior prefeito que Salvador já teve”, assinalou Bassuma, ao lembrar a existência da “cracolândia” no Centro Histórico de Salvador. “Ao lado da prefeitura”, ressaltou o pevista, mas logo corrigido por Colbert, ao destacar que segurança pública é atribuição do estado. “Ele sabe disso muito bem”, afirmou Colbert nos bastidores, ao final do debate, ao criticar a estratégia do adversário político.

Depois das críticas de Bassuma ao PT, PMDB e DEM, com as quais concordou, o candidato do PSOL lembrou as alianças que o PV mantém com o DEM e PSDB em nível nacional. Segundo Marcos  Mendes, o PSOL propõe uma mudança no modelo de sociedade. “Não é só o programa de segurança pública que precisa mudar”, disse, defendendo o fim da corrupção e a valorização do cidadão.

c/ informação de Rita Conrado, do A TARDE