ACADEMIA DO PAPO – Paulo Pires – Fechando o Beco para todos


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A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por intermédio da Secretaria de Cultura, Turismo Esporte e Lazer sob a batuta de Gildelson Felício e Coordenação de Cultura (leia-se Maestro João Omar Carvalho Mello), está colocando o centro da Conquista no eixo da alegria. Motivo?  O projeto Fechando o Beco. A idéia é excelente. A intuição me cutuca e diz que a concepção do Projeto se não se deve ao Prefeito Guilherme Menezes, pelo menos teve de sua parte acolhida imediata. Guilherme é homem de vasta cultura, possuidor de uma enorme identificação com os movimentos populares e sabe tocar (como médico que é) no lugar certo, com as pessoas certas.

Gildelson é um ativista cultural há mais de três décadas. Sempre esteve antenado com os acontecimentos político-culturais de nossa cidade. Foi presidente da UNE local e outras coisas mais.  Quem não se lembra dele “botando prá quebrar” em gincanas, eventos musicais e teatrais lá pelo início de 1980? Eu mesmo saí em um Bloco coordenado pelo Secretário cujo nome era Fascinação. Isso mesmo. Foi no governo de Murilo Mármore quando curtimos aquela deliciosa experiência. Saímos pelas ruas da cidade atrás de um trio elétrico, com uma latinha (de cerveja) na mão, tocando fogo [no bom sentido] vivendo cenas lúdicas, sem maldade, comuns a um saudável entrudo provincial.

A Prefeitura e o Prefeito muito experientes na promoção de eventos culturais e sociais se permitem, com muito profissionalismo, trazer e levar para o Conquistense a alegria de vivenciar nos finais de semana encontros inesquecíveis com aspectos variados da cultura brasileira. O Projeto funciona na Travessa Zulmiro Nunes, onde funcionava o Aliança Pálace Hotel, em espaço onde se respira tranqüilidade: Bem localizado e com uma produção adequada à proposta do Projeto. O ambiente, repito, traduz um clima delicioso misturando sossego, música, boêmia, cultura e espírito de pertencimento à Cidade. As pessoas passam por lá e sentem-se tão envolvidas com o aconchego do projeto que até se esquecem de voltar mais cedo para o lar. Eu fui uma dessas: Esqueci a hora de retornar para o Bem Querer. Todo mundo se encontra com todo mundo. Encontrar com gente é delicioso. Lá a gente se encontra com gente que há muito não via e ainda por cima, encontrarmos musica, atores, músicos, atrizes, intelectuais e interlocutores que há muito precisávamos ouvir. Vale a pena. É um ambiente delicadamente alegre, fraternalmente compartilhado.

A nova geração de músicos locais e regionais que estão sendo contratados para os shows faz música como gente grande. Não podia ser diferente. Quem se ocupa dessa “função”, como diria o grande Elomar, é o Maestro João Omar. E este Maestro, todo mundo sabe, é do ramo. A presença de João em qualquer evento é garantia de qualidade. Tem no currículo um Mestrado na Universidade Federal da Bahia e, além disso, geneticamente, é herdeiro direto do criador de Campo Branco.

Temos na cidade, hoje, uma comunidade universitária enorme. Algo beirando vinte mil universitários, além de uma comunidade profissional de médicos, advogados, engenheiros, juízes, promotores, procuradores, contadores, administradores de empresas, homens de negócios, profissionais liberais e tantos outros, que dão à Vitória da Conquista o status que nos coloca  entre as 80 melhores cidades do País. E olhe que o Brasil possui em seu território quase 5.700 unidades municipais.

Considerando esse universo de 5.700 municípios, e que Vitória da Conquista está entre as 80 melhores, significa dizer que estamos à frente de 98,5% dos municípios brasileiros.  Isso é pouco? Diria, com toda honestidade: Não. Nossa cidade é a terceira maior do interior do Nordeste brasileiro. Possui um grau de alavancagem social e econômica monumental. Todos os seus indicadores apontam-na com uma das que mais se destacam em diversos setores no País. Em termos comerciais a Revista Veja levantou dados nos colocando em 8º lugar em termos de crescimento. Isso é simplesmente espetacular.

Somos uma Cidade do interior com um forte sotaque Cosmopolita. A quantidade de pessoas que aqui reside vindas de outros centros do País é uma grandeza. Pessoas essas do próprio Estado e de outros do Brasil. Temos gaúchos à mancheia. Estes se sentem como em casa. E sentem-se assim porque dão grandes contribuições a nossa História, nossa Economia, nossa vida cultural gastronômica, como Ruben do Los Pampas e César Zollim [Superintendente do Shopping Conquista Sul]. Pernambucanos como Cícero Amorim e nosso arcebispo Dom Luiz Gonzaga Pepeu, além dos Paraibanos, Sergipanos, Alagoanos, Miguelenses (Amargosa, Santo Antônio, São Miguel), e outros tantos.  Todos se juntaram para ajudar a doutor Guilherme Menezes na continuidade da construção desta cidade. Guilherme, comprometido com a História local sabe da importância dos Meletes e Peduros e nunca se esquece dos Gusmão, dos Ferraz, dos Fernandes, dos Santos Silva, dos Flores, dos Andrade, dos Figueira, dos Correia de Mello, dos Mendes, dos Cardozo (Cazú, Moderato, Mozart, Ivanhoé] dos Prates [dona Henriqueta], dos Brito (dona Laura, Clemente, Flávio, Ninha, Geraldo), dos Cairo  Ampliando nossa Aquarela Humana, atualmente a Cidade está recebendo com carinho a chegada dos descendentes dos japoneses.  Já estamos nos sentindo como se estivéssemos em um pedaço do Bairro da Liberdade em São Paulo. Em nossas ruas centrais, nos deparamos constantemente com os deliciosos salgadinhos preparados pelos japoneses paulistas que aqui estão chegando. Sejam bem vindos, irmãos, a Cidade, pela sua Sociedade e o Prefeito os acolhe com o carinho de sempre. Vivam o Beco!