Artigo: LAIO, JOCASTA E ÉDIPO

 

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Benjamin Nunes Pereira *

 

Uma rede de televisão brasileira exibiu há muito tempo uma novela, cujo tema principal foi fundamentado na mitologia grega. Embora a sua apresentação tivesse bastante subterfúgios para os telespectadores, ela tenta ludibriá-los, quando na verdade a história mitológica da Grécia é esta que passo a narrar: Laio que era rei de Tebas, quando se casou com Jocasta, teve a curiosidade de perguntar a um oráculo se o seu casamento seria feliz. O que ele respondeu foi que a criança, que nascesse lhe causaria a morte. Jocasta, deu a luz e Laio, impaciente, mandou expor a criança no monte Cíteron. O criado encarregado dessa incumbência separou-lhe os pés e a suspendeu em uma árvore. O menino foi encontrado por acaso. Forbas, pastor de Políbio, rei de Corinto passando pelo local, correu aos gritos da criança, desatou-a e a levou consigo. A rainha de Corinto quis vê-la, e, como não tivesse filho, adotou-a e ela recebeu o nome de Edipo (que significa pé inchado ou pés distendidos). Procurou cuidar de sua educação. Edipo, ao tornar-se homem, consultou o oráculo sobre o seu destino e obteve esta resposta: “Você será assassino de seu pai e marido de sua mãe; e nascerá uma raça odiosa.” Impressionado por esta horrível profecia, e para evitar que se realizasse, exilou-se de Corinto, e regulando sua viagem pelos astros, tomou o caminho da Fócida.

Laio se dirigia para Delfos, acompanhado apenas de um servo. Encontrou-se, numa estrada muito estreita, com um jovem que também dirigia um carro. Como este se recusasse a obedecer a ordem de afastar-se do caminho, o servo matou um de seus cavalos, e o estranho, furioso, começou a lutar com Laio e o seu servo, matando-os. O jovem era Édipo que, desse modo, se tornou o assassino involuntário do próprio pai.

Pouco depois desse fato, a cidade de Tebas viu-se afligida com um monstro que assolava as estradas e era chamado Esfinge. Tinha esse monstro a cabeça e o peito de mulher, as garras de leão, o corpo de cão, a cauda de dragão e asas de pássaro. Agachado no alto de um rochedo, no monte Ficeu, detinha todos os viajantes que passavam pelo caminho, propondo-lhes um enigma, com a condição de que passariam são e salvos aqueles que o decifrassem, mas seriam mortos os que não conseguissem a solução. Ninguém conseguiria decifrar o enigma, e todos haviam sido mortos.

Eis o enigma que a Esfinge ordinariamente propunha:

Qual é o animal que de manhã anda com quatro pés, à tarde com dois e à noite com três? Marcava o destino que ela morreria, desde que alguém decifrasse o seu mistério.

Creonti, irmão de Jocasta, que assumira o governo depois da morte de Laio, fez publicar em toda a Grécia que dava a mão de sua irmã e a sua coroa àquele que livrasse Tebas do vergonhoso tributo que pagava ao monstro. Édipo apresentou-se para explicar o enigma, e teve a felicidade de adivinhá-lo. Disse que esse animal é o homem, que engatinha na infância, anda ereto na juventude e com a ajuda de um bastão como se fosse uma terceira perna na velhice.

A Esfinge ficou tão humilhada ao ver resolvido o enigma, que se atirou em um precipício, quebrando a cabeça contra os rochedos e morreu.

A gratidão do povo pela sua libertação foi tão grande, que fez de Édipo seu rei, dando-lhe a rainha Jocasta em casamento. Não conhecendo seus progenitores, Édipo já se tornara assassino do próprio pai; casando-se com a rainha, tornou-se marido da própria mãe, e lhe deu dois filhos; Etéolo e Polínice, e duas filhas Antígonas e Ismênia. Esses horrores ficaram desconhecidos, até que Tebas foi assolada pela peste e sendo consultado o oráculo, revelou-se o duplo crime de Édipo. E chegou à conclusão de que era parricida e incestuoso: Jocasta, em desespero, sobe ao lugar mais alto do palácio, prende ali o seu diadema, faz um laço e se mata enforcada. Édipo, com o gancho do manto arranca os próprios olhos, e expulso por seus filhos, afasta-se de Tebas, conduzido por Antígona, sua filha que não o abandona na desgraça, e se detém perto de uma povoação da Ática, chamada Colona.

 

 

 

*Benjamin NUNES Pereira, é bancário, diretor do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, membro da Academia Conquistense de Letras, membro da Casa da Cultura de Vitória da Conquista, Jornalista, graduado em História, pós-graduado em Programação e Orçamento Público Pela UFBA e pós-graduado em Antropologia com ênfase na cultura afro-brasileira pela UESB e Acadêmico de Direito da Fainor.

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