Bahia vacinará 1,5 milhão contra meningite

vacinaA morte do jovem jornalista Luciano Camacan, de 23 anos, produtor de televisão, 48ª vítima de meningite no Estado, fez acender o alerta vermelho na área da saúde pública. Ontem, o governador Jacques Wagner anunciou, em coletiva à imprensa, a compra de 1,5 milhão de vacinas a ser aplicada em crianças de três meses de vida a cinco anos. Esta é a faixa etária que corre maior risco de contrair a doença meningocócica tipo C. A vacinação-conforme o governador- deverá ser iniciada no primeiro trimestre do novo ano, e poderá ser ampliada para outros grupos se houver necessidade.

Até o dia 14 de novembro deste ano, a Secretaria de Saúde do Estado havia confirmado 1.195 casos de meningite nos municípios baianos, com 126 óbitos, o que representa um aumento de 100% dos casos.

“Um óbito já é motivo de preocupação”, afirma o médico Juarez Dias, coordenador estadual das emergências em saúde pública, que recomenda procurar imediatamente um posto médico ao perceber os primeiros sintomas da doença (febre, dor de cabeça, de nuca e vômitos). “A vacina é pra prevenir. Quem for contaminado deve ser tratado. Qualquer vida salva é uma compensação para o serviço. Lamentamos ainda não termos as vacinas”, comentou e confirmou a compra, por parte do estado, de um lote com 1,6 milhão de doses da vacina que começam a chegar ao final do ano.

Salvador e Região Metropolitana, assim como Porto Seguro, são os municípios com maior incidência de meningite na Bahia. Juarez Dias observou que a meningite avança em todo o País e não apenas em território baiano. Questionado sobre o fato de Minas Gerais ser o único estado brasileiro que disponibiliza a vacina gratuitamente para a população carente, ele considerou ser uma questão de “política de Estado” e garantiu que a vacina conjugada contra a doença mais letal, a meningocócica do sorogrupo C, “em breve estará à disposição da população infantil”.

Prevenção – “Como estamos em período de férias e festas de fim de ano, isto dificulta bastante”. Mas, para evitar que a doença, transmitida por vias respiratórias, ganhe mais terreno e faça novas vítimas, ele recomenda que as pessoas evitem compartilhar copos, talheres, escovas de dentes e outros utensílios pessoais. “O abraço não transmite, mas o beijo sim”, alertou Juarez.

(Fonte: Tribuna da Bahia)