Dilma cobra de Obama fim de barreiras comerciais

 

Em 1D7E18868F2BC9D940F17ED5956B2Fdiscurso no Palácio do Planalto, presidente do Brasil coloca questão como necessária para haver uma relação mais justa e equilibrada entre os dois países

Tânia Monteiro e Denise Chrispim Marin, de O Estado de S. Paulo

 BRASÍLIA – Em nome da “franqueza” e para construir “uma relação de maior profundidade”, a presidente Dilma Rousseff disse neste sábado, 19, ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no pronunciamento conjunto dos chefes de Estado após reunião reservada no Palácio do Planalto, que uma relação comercial mais justa e equilibrada exige “que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos”. Obama, por sua vez, citou a consolidação democrática no Brasil e enfatizou o crescimento econômico brasileiro ao afirmar que não foi coincidência a escolha do País como a primeira parada em seu périplo pela América Latina.

Veja também:

Obama: Brasil é cada vez mais líder mundial
ÍNTEGRA: leia o discurso de Dilma no Planalto
Obama dá apoio tímido à reforma na ONU, mas melhor que o previsto
Eua e Brasil criam Comissão Especial de Relações Econômicas
Veja as fotos da visita de Obama
ESPECIAL – O Tour político e turístico de Obama

 

Dilma agradeceu a “gentileza” da visita, “logo no início” de seu governo e fez questão de se apresentar como herdeira do governo do “querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar.” A presidente citou “o legado” de inclusão social do ex-presidente Lula e lembrou que, no Planalto, estavam juntos a primeira a mulher eleita no Brasil e o primeiro presidente dos EUA “afrodescendente”.

Crise mundial. Dilma cobrou, de maneira explícita, reformas nos organismos de governança global, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird), e se disse preocupada com a “lentidão” do processo que mantém as instituições como representantes de “um mundo antigo”.

Ao citar as Nações Unidas e o Conselho de Segurança, a presidente brasileira fez questão de dizer porque o Brasil disputa um lugar como membro permanente no órgão. “Aqui, senhor presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e harmonia entre os povos.”

Ela reconheceu que foram feitos progressos, desde a crise financeira de 2008-2009, mas considerou as mudanças ainda são “limitadas e tardias”. A brasileira ressaltou que crê na retomada econômica americana.