Filosofia – DA SÉRIE: AMENIDADES PARA O QUE A GENTE DIZ -Estudos metafísicos da essência do “Ser”, material “quântico” numa abordagem heurística. Homo et Hominis

phpThumb_generated_thumbnailjpgCAULOV70DA SÉRIE: AMENIDADES PARA O QUE A GENTE DIZ

TERCEIRO ENSAIO

UMA PÁLIDA E SURREAL VISÃO QUÂNTICA DO “SER”

Estudos metafísicos da essência do “Ser”, material  “quântico” numa abordagem heurística.

Homo et Hominis

Ilações filosóficas (existenciais).

Tudo, tudo mesmo que podemos perceber com nossa mente, ou melhor, com os nossos cinco sentidos não passa de um vislumbre da realidade que nos cerca. E é uma maravilha que possamos perceber e tenhamos esta minúscula e irreal visão do nosso mundo. De todos os nossos sentidos, o mais maravilhoso é a visão, e esta é a função física que mais requer energia do nosso cérebro. Trinta por cento da energia utilizada pelo nosso cérebro é utilizada pela visão. No entanto, esta é a que mais nos engana quanto à realidade do mundo em que vivemos. Naturalmente, se pudéssemos ver tudo como tudo é em sua realidade quântica, para princípio de conversa, não nos veríamos. O que veríamos seria uma miríade de campos energéticos eletromagnéticos maxwellianos, tomando as formas aparentes e indistintas das figuras que pensamos que vemos. O que veríamos seria uma poeira de átomos transparentes mais em aparência de energia vibrante do que outra coisa. O que impede de nossas mãos trespassarem-se e se misturarem em uma massa homogênea de moléculas e átomos é tão somente a força de coesão entre as partículas primárias, principalmente em razão da existência da força fraca que liga o elétron ao núcleo, dando estabilidade ao átomo. A energia que dá estabilidade ao núcleo é a interação da força forte fazendo com que os prótons, nêutrons e pentaquarks permaneçam coesos e praticamente eternos sem decaírem numa nuvem de energia. É somente por isso que temos a sensação da existência da matéria. Se víssemos a real natureza das coisas, veríamos as moléculas dos diferenciados odores que nos penetram narinas adentro. Veríamos o ar que respiramos como uma mistura de moléculas de gases, onde a maioria seria de nitrogênio e oxigênio com um pouco de outros gases, e as veríamos em separado, pois mesmo juntas as moléculas são separadas, pois uma molécula de qualquer elemento nada mais é do que um grupo de átomos deste elemento circundado por elétrons livres. Só teríamos certa dificuldade para contá-las, pois, a cada respiração, teríamos que contar alguns milhões de moléculas; se fôssemos bastante rápidos bem que as contaríamos e ainda as separaríamos por elemento. Claro que estou brincando com o leitor e, ao mesmo tempo, estou falando sério, pois possuímos o mais potente computador do Universo, que é o nosso cérebro. Especialistas em neurologia e computação são de opinião de que, mesmo daqui a um bilhão de anos, não faremos nada parecido com o cérebro humano. Esta máquina maravilhosa que é o nosso cérebro é inigualável. Ora foi com esta máquina maravilhosa que fizemos o mais potente computador existente atualmente e, até mesmo, o mais potente que venhamos a projetar e construir no futuro. Mesmo que um computador venha a fazer um computador mais potente, ainda assim nada mais será do que uma máquina feita por uma máquina, feita por uma máquina, feita por uma máquina, feita pelo nosso cérebro. Viu aonde quero chegar? Por trás de qualquer engenho criado, sempre estará a mente humana, naturalmente à exceção dos Seres vivos, no futuro faremos quase tudo. Mesmo os Seres clonados serão eternamente uma réplica de outro Ser vivo, com origem na vida natural, à qual nunca teremos acesso. Ao que me consta, nossa ciência, pelo menos até hoje, não consegue fabricar,“criar” nem um grão de pólen de uma singela flor. Quem já acessou meu site conhece esta frase dita pelo mestre Albert Einstein: – “Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos”- . Nosso organismo nada mais é do que um complexo amontoado de átomos e nada mais. E, no entanto, esta é a máquina mais complexa que existe no Universo. Pode-se considerá-la assim! Pelo menos não conhecemos outra mais complexa. E sua maior e verdadeira complexidade não reside em sua parte material, mas na sua tessitura imaterial. Com relação à parte material do “Ser”, toda matéria que existe no Universo é feita somente de três partículas que formam os núcleos dos átomos chamados prótons, nêutrons e pentaquarks, também chamados férmions ou hádrons. Os átomos têm seus núcleos formados basicamente por duas partículas, que são os quarks up e o down, os átomos são circundados pelos elétrons. Assim toda matéria do Universo é formada pelas três partículas chamadas quark up, quark down e elétron. Denomino-as, a trindade universal. As partículas chamadas quarks foram propostas matematicamente pelo físico norte-americano Murray Gell Mam na década de 1960.

DE QUE SOMOS FORMADOS?

Entendamos, pelo menos superficialmente, a estrutura de que é constituída a matéria de que somos formados. Os átomos que formam nosso organismo material são, na realidade, compostos de imensos vazios, segundo uma apreciação feita por um físico de partículas. Para compreendermos o quanto é pequeno o núcleo de um átomo qualquer, se pudéssemos ampliar o núcleo de um átomo para um diâmetro de 30 centímetros, os elétrons que o circundam na órbita mais externa estarão a uma distância de 500 metros, portanto nosso átomo teria o diâmetro de um quilômetro. Então, podemos imaginar o quanto existe de espaço vazio dentro de um átomo e, como nosso organismo é feito exclusivamente de átomos, podemos imaginar o quanto de espaço vazio existe dentro de nós. A coisa mais assombrosa que existe é que os núcleos destes átomos são feitos exclusivamente de nada, isto é, das partículas imateriais citadas acima, que, na sua intimidade, nada mais possuem que energia. Estas partículas são os quarks up e down. Ultimamente os físicos que labutam com os aceleradores de partículas encontraram mais um componente do núcleo até então completamente desconhecido pela física, a que denominaram “pentaquark”, pois é formado por cinco quarks; no entanto, este parceiro dos prótons e dos nêutrons é formado também pelos mesmos quarks que formam os nêutrons e os prótons, os quarks “ups” e os quarks “downs”, também imateriais; os tamanhos desses quarks são insignificantes em relação aos tamanhos dos átomos. Vejamos suas cargas elétricas: o quark up tem uma carga elétrica de 0,003 GeV; o quark Down possui uma carga elétrica de 0,006143 GeV; e a carga elétrica do elétron é de 0,0005112 GeV. Como não escrevo, não posso e nunca escreverei para pessoas versadas em física, mas, sim, para leigos, sou forçado a inserir estes dados, para melhor quantificar suas cargas elétricas e facilitar o entendimento da Física Quântica. A massa u ou unidade de massa atômica de qualquer partícula é a massa comparada com 1/12 avos da massa do Carbono-12, que é igual a uma u, que é ugual a 1, 66053886 × 10-18 microgramas. Ela indica quantas vezes a massa de uma partícula ou átomo é maior ou menor que 1/12 avos da massa do Carbono-12, cujo valor não vem ao caso. Torna-se necessário que se diga: as massas dessas partículas são representadas por pura energia e nada mais. Assim todo o nosso organismo é formado simplesmente por energia e assim nada é mais fácil de deduzir do que o fato de que não existimos como corpos materiais.

Mas, de onde vem mesmo a expressão “quântica”? Vem da palavra latina “Quantum”, quantidade. Em 1897, portanto logo no final do século XIX, Karl Ernest Ludwig Planck (1858-1947) determinou a quantidade de energia contida num fóton de luz e a denominou de “quanta”, fato que marca a data do alvorecer da teoria quântica. O que lhe valeu o prêmio Nobel de 1918.

AINDA, SOBRE DE QUE REALMENTE SOMOS FEITOS

É de enlouquecer descobrir que nosso organismo, na prática, não existe pelo menos como pensamos que existe! Os antigos Vedas, na milenar Índia, já diziam que tudo que vemos é “Maya”. Isto é, a visão que temos de tudo que nos cerca não é a realidade!  Ou seja, a vida é uma ilusão! Como é que aquele povo tão antigo sabia disso? Isto nos demonstra de forma cabal que o conhecimento das coisas mais importantes do existir independe da ciência. Então onde está a essência do Ser? Somos Seres quânticos? Na realidade, o que significa a palavra quântica? Quem inventou a Física Quântica? Quando foi primeiramente mentalizada? Matematicamente ela foi formalizada no princípio do século XX, mas, na mente do homem, ela já é bem velhinha!

Vejamos. Quem primeiro intuiu a ideia de átomo foi o pensador grego Leucipo (472-? a.C.). Seu discípulo Demócrito (460-370-aC.) posteriormente (claro) desenvolveu a teoria do seu mestre. Segundo Diógenes Laércio, Leucipo acreditava que o Universo seria infinito, com uma parte cheia e outra vazia. A parte cheia seria constituída por “elementos”, os átomos, que giravam em forma de torvelinho (veja o quanto ele acertou!). E naturalmente a parte vazia era o espaço vazio restante. Aristóteles (384-322 aC.) dizia, com acerto, que Leucipo foi o primeiro pensador a formular uma teoria atomista para explicar a formação das coisas.

Conversamos, conversamos e não elucidamos de que somos feitos! A Física Quântica, embora tenha sido vislumbrada há mais de dois mil anos, apenas recentemente o químico inglês Dalton deu a partida no estudo da intimidade da matéria, mas, só no início do século XX, é que ela tomou assento. Em 1913/14, Ernest Rutherford e Niels Bhor estabeleceram definitivamente o modelo de átomo que perdura até hoje. O mesmo Rutherford em 1919 descobriu o próton; em 1932, Chadwick descobriu o nêutron. Bem anteriormente, em 1897, o físico Inglês J. John Thomson havia descoberto o elétron. Em 1911, o mesmo Ernest Rutherford e Niels Bhor descobriram que os elétrons orbitavam um núcleo. Podemos ver que a Física Quântica só tomou forma recentemente. Repito! Na realidade, nós somos feitos de uma única coisa: Energia! Assim, também acreditando e, conforme a concepção quântica, somos somente energia. Isto em se tratando de nosso corpo material, o que equivale dizer que a proposição anterior, de que somos feitos de uma única coisa, continua válida, mesmo considerando o “Ser” como um “Ser” dual: Mente e Matéria; Espírito e Matéria; Alma e matéria, pois o que chamamos de Eu, Mente, Entendimento, Ser, Espírito, Ego, enteléquia, Alma e as duas denominações mais acertadas são: Centelha Divina e Eterna e Partícula da Consciência Cósmica. Tudo isso nada mais é, que energia.

Chamo a atenção dos poucos e ilustres leitores para o fato acima abordado de que, quando olhamos ou analisamos o “Ser” como corpo material e corpo “consciencial” mesmo sob um enfoque materialista e mecanicista, nos vemos de frente com algo que na sua essência numa profunda análise quântica, é feito absolutamente de nada, principalmente sob o seu ilusório aspecto “material”.

Daí pode-se deduzir e inferir, como já dito, que somos pura energia, donde, advém a minha certeza de que somos em nossa essência, partículas da Consciência  Cósmica, ou seja, somos partículas de DEUS.  Esta é a única explicação plausível, para um só homem dominar um povo, um só homem hipnotizar outro homem ou mesmo uma plateia inteira, ou uma só pessoa com um simples passe dado com as mãos, sarar ou melhorar o estado de saúde de um seu semelhante, ou poucas pessoas ao redor de uma mesa invocar os mortos, ou um pequeno número de fiéis numa igreja qualquer, orar e provocar um milagre, o que chamamos de (efeito sem causa aparente). E por último uma pergunta para a qual não tenho a resposta! Por que as grandes empresas gastam verdadeiras fortunas com suas numerosas diretorias, onde ninguém pode tomar uma única decisão sozinho prevalecendo sempre as decisões em assembleia. Não seria o caso do “Master Mind” nas assembleias ser fortalecido pelo número dos diretores? Ora! É sabido que cada diretor de uma grande corporação é especialista numa área específica da atividade da empresa, por que as resoluções são sempre tomadas em conjunto?

A despeito da proposição desta última análise com enfoque na consciência humana, aqui trato exclusivamente do “todo” material, não somente de nós como seres materiais sencientes. Aqui trato de todos os seres pensantes, ou não, de toda a matéria aparentemente inerte, ou não, que possamos ver perceber e conceber. Aqui trato, finalmente, de todo o Universo, com tudo o que nele existe. Tudo, tudo mesmo que existe é tão somente pura energia e nada mais. Assim deduzo humildemente que todo o Universo, principalmente o que nos cerca, e o que nós com nossa consciência percebemos como mundo! Nada mais é, que uma ilusão, a que os antigos VEDAS na antiga Índia chamavam de “Mayá”. O que chamamos de antigos Vedas na antiga Índia, foi a mais antiga religião da Índia, e mesmo do planeta, (esta religião é mesma que produziu o Rig Veda e os Upanishads), ela floresceu, (segundo o indólogo Louis Renou – 1896-1966), entre os séculos (XXII e XXV a.C.) na região do Punjab.

Vitória da Conquista, 11 de junho de 2007.

Ensaio revisado e atualizado em novembro de 2010

Edimilson Santos Silva Movér