Filosofia – DA SÉRIE: AMENIDADES PARA O QUE A GENTE DIZ

 

 

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Capítulo 45 da obra de ficção “O Ser e o Existir”

Este ensaio faz parte de série: (minhas regressões),

Edimilson Santos Silva Movér
A CRIATIVIDADE E O MARCO PRINCIPAL DA SOCIEDADE DOS SÁBIOS

IV DINASTIA EGÍPCIA – (2.613 aC. – 2.494 aC.)

 

INTRÓITO

Coube a cada sociedade no passado, sua parcela de esforço no desenvolvimento da sociedade do futuro, há de se crer, que a nossa sociedade atual só alcançou os primeiros degraus de desenvolvimento desta tão esperada sociedade com pleno desenvolvimento espiritual tecnológico e biológico, ao longo de muitos milhares de anos cada sociedade alcançou seu degrau, o desenvolvimento é lento. E muito ainda teremos que desenvolver nestes três setores! Inacreditável! O futuro nos acena para a aceleração do desenvolvimento biológico, que era o único inacessível ao homem e o mais lento. Com o desenvolvimento da biotecnologia, isto se tornará possível. O grande desafio da sociedade contemporânea é vencer a si própria, um sábio do passado já dissera que o homem é o lobo do homem, “homo homini lupus”, Hobbes está mais atual que nunca. O verdadeiro desafio que o nosso mundo enfrenta é destruir os meios que ele próprio criou para sua autodestruição. A sociedade humana possui armas para destruir 40 planetas, ninguém fala mais nesse assunto, mas, este assunto, mais cedo ou mais tarde, terá que ser resolvido.

O problema da alteração do clima é um nada, se comparado ao problema da existência do arsenal nuclear. Com a alteração do clima, e mesmo ele em toda sua fúria, ainda restarão sobreviventes! Se a metade do arsenal nuclear for utilizado, a vida será extinta do planeta…

Vencidos estes terríveis desafios, o futuro nos acenará com a possibilidade da destruição de todas suas utopias, a palavra utopia será eliminada de todos os dicionários do planeta. A primeira utopia tornada realidade foi a utopia da perpetuação da espécie homo sapiens sapiens, que só se tornou possível quando uma fêmea conseguiu ardilosamente criar a primeira célula familiar. Este ato aparentemente insignificante nos proporcionou meios para enfrentar os cataclismos, as intempéries e os grandes predadores do passado. Sem a família seríamos mais uma das inúmeras espécies extintas no planeta. Com o fim das glaciações coube ao homem pós-glaciação, em um período de dez a doze mil anos se estruturar como sociedade organizada, inicialmente: (a mulher é mais sutil que o homem), as fêmeas criaram a lavoura, em conseqüência criaram o sedentarismo: com o advento da lavoura o macho criou a propriedade e a escravidão, após o sedentarismo surgiram os grandes aglomerados humanos (cidades), com a distribuição dos afazeres,  adveio o “ócio” sobrando tempo para criar a (ESCRITA), com o advento desta, o conhecimento foi acumulado pelas sucessivas gerações. A escrita nos proporcionou os primeiros códigos de postura humana “escritos” para tentar controlar o comportamento selvagem do homo sapiens sapiens: os primeiros foram os dos Reis Babilônicos: Bilalama que viveu de (2050 -1990 a.C.), Lipit Ishtar, que reinou entre (1934-1924 a.C.), portanto anteriores ao rei Hamurabi, que viveu por volta de (1690 a.C.) etc. todos na Mesopotâmia].
Aqui estou tratando somente da estruturação da sociedade ocidental e do oriente próximo.
AS MAZELAS

O macho criou as principais mazelas da nascente sociedade humana, todas oriundas do maior mal da sociedade: (a propriedade privada), pois, em conseqüência da invenção da propriedade surgiram as guerras e a escravidão. Em outra oportunidade já expus a minha opinião de que, Montaigne analisando J.J. Rousseau, não expressou toda a devida repulsa aos criadores desses horrores! Eu repito: maldito aquele que cercou o primeiro pedaço de terra e disse, este pedaço de terra é meu. Mil vezes maldito aquele que aprisionou pela primeira vez um ser humano e disse este homem é meu escravo. Eternamente maldito o primeiro chefe tribal que disse, façamos guerra ao nosso vizinho, pois assim ficaremos com suas mulheres e suas terras e conseqüentemente cresceremos nosso território.
Vamos ao ensaio:

Este ensaio faz parte de série: Minhas regressões, e está apenso à obra “O Ser e o Existir”

A OBRA DE KHUFU O FARAÓ DE BHESHARA, FILHO DE SNEFRU

(Fato relatado por Shet Atrut, filho de Adra Netshet)
Ao longo do tempo, no alto e no baixo Nilo, e depois se fixando no delta do Nilo, uma sociedade dirigida por sábios erigiu um soberbo monumento à criatividade humana, as três Pirâmides do altiplano de Gizhét, com destaque para a Pirâmide de Khufu, com sua orientação geodésica exata para a época, sua dimensão, suas salas, corredores, galerias, túneis e condutos, é de tão difícil execução que, até hoje é um desafio à criatividade e a engenharia humana, vejamos o que tem para nos relatar o filho de Adra Netshet, chamado de Shet Atrut, principal operador de merkhet do Construtor-mor Djaf-Re.
O RELATO DE SHET ATRUT
Éramos cinco filhos, quatro homens e uma mulher, todos à exceção da mulher receberam educação escolar desde pequenos, estávamos destinados a ser auxiliares dos Construtores de uma grande obra do Faraó.
Estava amanhecendo, meu pai nos acordou no raiar do dia, antes de tomarmos nossa primeira refeição de bolo de trigo e sopa de cebolas, antes de irmos para a escola, eu e meu irmão, um ano mais novo que eu, neste raiar de dia fomos levados para vermos a plena cheia do Nilo, a enchente tinha alcançado sua altura máxima, chegava até as bordas dos barrancos, todo o campo de cultivo abaixo estava coberto pelas águas do rio sagrado, nesta época eu tinha oito anos, era o mais velho e estava destinado a ser assistente de Djaf-Re o mais importante arquiteto do Faraó Khufu (Quéops), o Faraó de Bheshara.
Quando a obra finalmente iniciou, eu já me encontrava com mais de 20 anos, era operador do merkhet nas lavouras e depois só nas obras.
Djaf-Re era o Construtor-mor do Faraó, por isso usava um barrete com uma tarja vermelha, o vermelho era a cor do Faraó, Isto indicava que ele recebia ordens diretas do Faraó, isto é, ele tinha status de Ministro, seu acesso era livre dentro dos palácios do Faraó, Quando o Faraó visitava a obra, todos eram avisados, neste dia ninguém trabalhava, normalmente era em dia de oração, não havia trabalho mesmo, se havia alguém, todos ficavam parados e de cabeça baixa não era permitido olhar o Faraó no rosto, quando o Faraó entrava na ala dos Construtores, só os de barrete vermelho permaneciam no recinto.
Khufu ou Quéops recebeu os desenhos do projeto da Pirâmide das mãos de seu pai o Faraó Snefru, estes desenhos foram copiados das folhas originais feitas em ouro, pelo Construtor (Arquiteto) Imhotep, morto há muito tempo, foi o maior Arquiteto do Egito, viveu no tempo do faraó Djoser. Este projeto continha todos os detalhes de como deveria ser construída a obra, diziam na época da construção da Pirâmide que Imhotep levou vinte anos para interpretar, resolver e copiar todos os desenhos, com todos os detalhes inerentes à construção desta grande Pirâmide. Posso afirmar que a quantidade de rolos de desenho era enorme ocupando duas salas grandes da ala dos Construtores, trabalhávamos com as cópias, os originais estavam guardados no palácio do Faraó. As lendas sobre esta Pirâmide vinham desde há muito tempo, ouvi algumas vezes em meio a conversas dos Construtores, que os desenhos originais desta Pirâmide eram em finas folhas de ouro com dimensões de mais ou menos três palmos por três palmos ou um côvado sagrado por um côvado sagrado, e que tinham idade desconhecida. Em outra ocasião ouvi em outra conversa em tom de lástima de que todos os desenhos inclusive os originais em folhas de ouro deveriam ser destruídos após a conclusão da casa de Osíres, ou Pirâmide, como ficou conhecida muito tempo depois.
O ACESSO A UMA IDÉIA MUITO ANTIGA
Todos os Faraós da antiguidade tinham acesso aos escritos que falavam e ordenavam a construção das Pirâmides, muito tempo antes de Khufu já se construía Pirâmides, mas só no reinado de Djoser foi que casualmente desenterraram as placas com os desenhos e com as indicações de como seria construída a grande Pirâmide e sobretudo a chave que levava às dimensões exatas dos desenhos, diziam os construtores que junto aos desenhos haviam encontrado uma corrente de ouro com o comprimento exato de um knet, que não era um múltiplo exato do côvado sagrado, Segundo relatos, ao escavarem as bases de um túmulo muito antigo encontraram as placas dentro de um sarcófago, então o Faraó Djoser s. XXVII AC. mandou Imhotep demarcar a base da Pirâmide, desistindo desanimado devido a sua grandiosidade e principalmente devido ao seu custo descomunal, pois, naquele momento o reino não conseguiria arcar com tamanha e exagerada despesa. De certa feita Djaf-Re se alterou com um Construtor e gritou para o mesmo que o reino vinha se preparando a mais de cem anos para a construção desta Pirâmide. Eu já sabia, que quando iniciaram a construção muito mais da metade dos blocos já estavam cortados e polidos e que já tinham construído dois portos junto às pedreiras. O desenho das polidoras de pedra estava junto aos desenhos da Pirâmide e era realmente uma máquina simples, usavam placas giratórias de cobre, água, areia e nada mais. O pó do polimento era lavado e guardado para ser posteriormente introduzido nas junções dos blocos depois de assentados e molhados com a água da morte, esta água vinha de uns barris do palácio do Faraó diziam que as pedras ficavam mais fortes unidas com o pó molhado com esta água, ninguém bebia desta água pois causava dores fortes e até a morte. O pó que sobrava das placas de polimento era numa quantidade enorme. A face da pedra que já estava assentada era besuntada com óleo, já a que se ia encostar a ela era com a face não oleada. Djaf-Re não soube ou não quis me explicar o porquê do procedimento, também não me explicou porque molhavam tanto as pedras, só parando quando chovia forte, o comum era só parar duas horas depois que o sol se punha. Primeiro eram posicionadas as pedras com furos ou recortes, e só depois os blocos maciços. Isto provocava muita dificuldade para terminar uma “mastaba” degrau ou patamar com muitos recortes. A propósito da roda: os Egípcios antigos conheciam a roda sim, nada mais é do que um tronco de árvore serrado no sentido transversal, com pouca espessura, é algo tão simples que pode ser feita juntando-se o polegar e o indicador. Só não a usavam como roldanas ou rodas de veículos no auxilio ao meio de locomoção, pois as mesmas afundavam na areia, o mundo Egípcio sempre foi o mundo da areia. E eles não costumavam calçar suas estradas. Os cascos dos animais do deserto não aconselhavam tal engenho. Não se deve subestimar uma sociedade que inventou e usava três escritas distintas. (Estou falando do Egito primitivo).

Morávamos na cidade nova, área relativamente limpa, e reservada para as famílias dos Construtores (Arquitetos e auxiliares diretos), ao norte da área onde seria erguida a estrada de Osíres, o lado leste seria ao longo da execução da obra, completamente aterrado.

O mundo em volta de nós fervilhava de estrangeiros, todos tinham sido requisitados, e muitos oferecidos pelos reinos vizinhos para a grande obra do Faraó, estes tinham vindo dos reinos do leste e do sul a maioria era de cor morena mas haviam muitos de pele escura, estes eram da Etiópia, estes eram chamados os sem barba, “aqrishi”, quase a metade trabalhava nos campos ao longo das duas margens do Nilo, os outros transportavam o deserto nas costas, usavam umas tabuinhas nos pés, invenção deles mesmos, eram milhares transportando areia para locais distintos e próximos do grande campo aplainado para a obra, havia muitos boatos, mas a maioria dizia que seria construída uma estrada até o reino de Osíres, nos altos dos céus. O Faraó de Bheshara ia construir a maior das obras de toda a história do Egito. Bheshara era algo que tinha relação com as estrelas, nunca soube realmente o que era, nem onde era. O povo deduzia que a obra era a estrada para o reino de Osíres. A quantidade enorme de pessoas convocadas para trabalhar, fora os que chegavam de outros reinos amigos para trabalhar voluntariamente, nesta construção, alguns temerosos e relutantes, mas dentro de menos de um ano a maioria se dedicava com amor a obra, os sacerdotes das cidades (Não os dos templos), pregavam constantemente para os estrangeiros o motivo da construção, a maioria se convencia da divindade da obra.

A OBRA

Eu conhecia boa parte dos desenhos da futura construção, principalmente os da marcação das diversas etapas da obra. Comecei a estudar estes desenhos depois que aprendi a ler o demótico, quando estava prestes a sair da escola, (quando ainda rapaz), este era o motivo pelo qual nossa família só mantinha contato com as famílias escolhidas pelos Construtores, nós vivíamos isolados das outras famílias dos trabalhadores. Alguns Construtores usavam o barrete com a faixa vermelha, os outros uma tarja vermelha na cintura, nós os auxiliares uma fina faixa carmesim na barra do saiote, por isso nunca éramos aborrecidos pelos soldados responsáveis pela disciplina daquela quantidade enorme de trabalhadores egípcios e de outras nações.

Mesmo conhecendo todos estes desenhos, eu não conseguia aquilatar a dimensão da obra, assim mesmo conhecendo os desenhos não podia saber realmente o que seria construído, só o fiz depois de pronta a base da Pirâmide, era inimaginável, não só eu, muitos Construtores ficaram abismados com a dimensão da base! O terreno então foi aplainado e nivelado para a marcação dos muitos pilares de pedra, todos com um furo em seu centro que seria utilizada até o fim da construção. No entanto antes de dois anos de iniciado a construção todos estes pilaretes já tinham sido cobertos com areia, não sem antes transportar todos seus alinhamentos para pontos fora da área da construção. A marcação da obra foi relativamente simples, primeiro os próprios Construtores estabeleceram dentro da área nivelada um alinhamento na direção da estrela de Osíres, o que demorou algumas semanas, escolheram um ponto como um dos lados da obra, com a corda de treze nós marcamos um ângulo reto e a determinação de sua bissetriz na direção do centro da pirâmide mediu-se 49,79 knets, de 2,303 metros cada, assim determinava-se o centro geométrico da grande Pirâmide, com um sintel de cobre inscreveu-se um círculo de raio de 49,79 knets, ficando assim inscrito neste círculo um quadrado de 99,58 knets de lado. O sintel com que se inscreveu o círculo era do mesmo material da corda de treze nós.
Quando era perguntado por algum de meus irmãos menores o que ia ser feito, dizia que não sabia (aprendíamos na escola a nunca revelar coisa alguma da obra de Osíres), por isso dizia sempre que eu não tinha acesso às salas dos desenhos, e isto não era verdade, como assistente do Construtor ou Arquiteto como chamamos hoje. Embora naquela altura não entendesse direito do que se tratava, eu via e ouvia tudo o que era conversado entre os Construtores, aonde o Construtor-mor ia, eu ia também, pois cuidava de todas as suas necessidades técnicas de materiais, era de sua confiança, ele era amigo de meu pai desde a infância e assim nada me era escondido, meu pai tinha trabalhado com o pai dele em diversas obras do Faraó Snefru, pai do Faraó Khufu.
Eu sabia ler e escrever somente o que hoje chamam de demótico, desconhecendo o hierático mas a ciência dos números para mim não tinha segredos, em vista disso é que eu era o principal auxiliar do Construtor Djaf-Re. Nós aprendemos a tradução de todas as palavras escritas nos desenhos na escrita dos sacerdotes, assim os desenhos não tinham segredos para os auxiliares dos Construtores. Por isto, tudo era deixado à nossa vista. Só desencarnei com quase sessenta anos, portanto vi a grande obra ser iniciada e concluída, No entanto só consegui memória visual desta obra acabada na terceira regressão, tive várias visões da pirâmide, todos na primeira regressão, e não conseguia entender porque só conseguia ter visões da pirâmide em sua fase de início, na segunda regressão pude compreender o porquê de só ver a Pirâmide iniciando, desta vez as coisa começaram a se ordenar. Recordei de tudo, desde o início dos serviços de preparo do terreno, minha recordação completa dos fatos só veio aos pedaços, para concatenar tudo demorou bastante. Vou fazer uma descrição mais ou menos ordenada de como tudo ocorreu. Os primeiros serviços consistiram em estabelecer diversos alinhamentos no imenso platô nivelado, todos em função de dois alinhamentos cruzados e divididos exatamente em partes iguais de quatro quadrantes, ou seja, em quatro partes do que chamamos agora de 90º. Em cada direção mediu-se menos dez knets, e depois mais cem knets, e depois mais dez knets, estou dizendo com isso, estou dizendo que os eixos da faces externas, inferiores das primeiras mastabas afastadas dez knets, estas medidas foram repetidas muitas vezes, até ficarem todas com o mesmo comprimento, nos pontos finais destas medidas foram enterrados pilares de pedra com um furo no centro e neste furo um pino de metal da grossura da íris de um olho, este ponto à medida que a construção subia  2,74 nets era recuados 2 knets para o centro da pirâmide, o ponto era transportado para cima por aprumo, e para dentro dois knets, isto com alta precisão, nós tínhamos um engenhoso sistema para fazer isto, assim os quatro cantos da pirâmide eram conservados com muita segurança, a medida que a pirâmide era soterrada.

A área nivelada para a grande construção era solo puro, depois de construídos os muros laterais de proteção da construção, a parte interna foi escavada e retirada toda a terra, nivelada a escavação foi posta uma grossa camada de areia, daí nasceu realmente a obra. A Pirâmide nasceu do fundo do deserto, foi mais difícil começar a obra do que continuá-la. Ninguém podia se aproximar destes pontos dos cantos, chamados pontos sagrados, sob pena de severas sanções por parte dos soldados guardiões dos cantos sagrados, a origem destes quatro pontos eram oito, que ao serem cruzados resultavam em quatro. Ali estava o segredo da continuidade da execução da casa de Osíres. Os lados da pirâmide à medida que subia ficavam escondidos pelos aterros laterais, necessários para a puxada dos blocos até a borda da pirâmide, os pontos de origem das cordas de algodão à medida que subia a pirâmide era recuada uma medida equivalente a mais dois knets, sempre a partir dos cantos sagrados, era este procedimento que dava uniformidade a rampa das quatro faces (chamadas faces de Rá. Todos nós, operadores de merkets e construtores, sabíamos, mas, nunca tocávamos no assunto, se ao fim da obra, quando fosse retirada toda a areia que cobria a pirâmide, houvesse sido cometido um erro na construção das faces o castigo seria a degola.

Ao fim de cada dois degraus ou patamares concluídos, era dado um descanso aos arrastadores de blocos para que se procedesse a elevação dos pontos sagrados, os alinhamentos destes pontos eram transportados para o centro de novos blocos já postados em altura conveniente à execução dos novos degraus, à proporção que a pirâmide subia os pontos ficavam mais distantes, mas não perdia sua precisão, foram feitas quase trinta transferências pois cada elevação de eixo servia a dois patamares, o que só podia ser feito em dias sem nenhum vento.

Os alinhamentos externos primários marcados nas rochas eram verificados a cada elevação de cota e nunca se constatou nenhum desvio, foi na época do pai de Khufu que se aperfeiçoou o Merkhet adicionando o tubo e os fios de visada, havia um tipo de merkhet dispensando o fio de prumo para visada, só o utilizando para centrá-lo sobre o centro da rocha com os pinos que alinhavam os lados sagrados. Permaneci do princípio ao fim da obra, sendo o principal responsável pela operação dos merkhets de alinhamento, cada degrau construído era coberto com o pó das pedreiras. Sempre tendo como base e partindo da marca original era marcado um novo degrau. A obra andava muito devagar nas áreas das galerias e das câmaras e pequenas galerias internas, os cortadores de pedra às vezes cortavam os detalhes com o bloco já assentado, pois cortado na jazida ele não resistiria ao transporte, muitos partiram no caminho. Principalmente os que tinham os furos maiores. Deve haver vestígios dos quatro portos de descarga dos blocos de pedra nas margens do Nilo, se buscarem! Acharão as pedras dos portos no fundo do rio. Talvez não! A água dissolve a rocha calcária . Ao longo dos anos os portos iam sendo construídos mais distantes da obra, pois a rampa para continuar com a mesma inclinação ia ficando mais longa, e a descarga ficava mais distante da obra.

Assim a rampa se alongava conservando sua inclinação original, a inclinação quando muito alta requereria muito mais trabalhadores. Havia mais gente trabalhando no transporte e na retirada de areia, que no transporte de blocos de pedra, quando chegamos ao final e foi posta a última pedra, chamada pedra das estrelas, toda a Pirâmide estava encoberta por um mar de areia, a retirada de toda a areia durou quase 6 anos, pois à medida que a areia ia descendo, eram postas as pedras polidas das faces de Rá, foram escolhidas as mais claras, o polimento final era muito demorado. As câmaras e corredores internos foram modificados diversas vezes. Quando o Senhor de Bheshara morreu foram embalsamados dois corpos, um está no interior da Pirâmide e nunca o encontrarão, salvo se demolirem a Pirâmide, a Câmara que o contem está no maciço de pedra, após sua morte, foi colocado lá pelos Sacerdotes, enquanto velavam e enterravam o outro corpo embalsamado previamente para ser enterrado como Bheshara, nunca soube qual corpo está na pirâmide. A entrada de sua urna foi bloqueada até a face de Rá, sua câmara só tem um pouco mais que a dimensão do seu sarcófago, que foi levado até o fim de um falso corredor inclinado, posteriormente cheio por blocos corrediços até a face de Rá, (da Pirâmide), impossível achá-lo. A história Egípcia desta época comporta um drama palaciano.

A INTRIGA PALACIANA

A ultima esposa de Quéops morreu no parto de Menkaurha (Miquerinos). Khufu já tinha idade avançada quando morreu, e Menkaurha não tinha mais de um ano. Esta foi a última esposa de Khufu. Então o único irmão ainda vivo de Khufu era Khafra e que passou a se chamar de (Quefrem) que quer dizer (no lugar de Quéops), foi elevado a Faraó pelos Sacerdotes, foi o reinado intermediário de Khafra. (Em Egípcio Khaef-Re), verdadeiramente o pai de Menkaurha, Khafra era também tido como estéril, como seu irmão o fora. Tanto é, que não era segredo este fato na vida palaciana, o incesto era algo muito comum na alta aristocracia egípcia. Realmente Menkaurha (Miquerinos) não era filho de Khufu, mas foi criado e era tido como filho de Quéops por todos e por Khafra, que no íntimo sabia ser na verdade seu pai e não seu suposto tio, motivo este que levou Menkaurha ao trono depois da morte de Quefrem. Os Construtores conversavam na minha presença como se eu não existisse. Não tive mais memórias elucidativas desta encarnação onde fui operador de merkhet, e não tive nenhuma memória do reinado de Khafra. Reencarnei no fim do reinado de Menkaurha, desta vez vivi como escriba, daí o meu conhecimento da história a IV dinastia. Após um longo período sem fazer regressão à memória desta encarnação (na era de Khufu), me voltou esparsa, mais inteligível, agora não mais em saídas astrais só com o recurso da regressão, na realidade a regressão só se faz necessária para o espírito se situar dentro do tempo passado, o que é muito difícil. Como nas saídas espirituais era dificílimo saber os nomes das pessoas com quem convivi, maior dificuldade tive para me posicionar dentro destes relances de memória.

Levei muitos anos para entender ou me situar dentro do contexto desta encarnação tão antiga. Embora com o desenvolvimento das saídas espirituais, nessa altura já dirigidas para encarnações passadas, a partir de uma saída astral torna-se muito mais fácil uma regressão mais profunda. Uma recomendação de um indiano me fez abandonar as saídas astrais, só não me vi impedido de fazer regressões. Neste estado cheguei a conseguir voltar a um passado muito remoto, de certa feita pude notar que a fala estava muito pouco evoluída, foi uma experiência muito pouco agradável, me sentia sufocado. (resolvi hoje em outubro de 2009, um fato curioso: nesta regressão com a fala pouco evoluída, eu senti um odor forte de carniça). Depois de um encontro que tive em Itacaré, nunca mais fiz o que chamam de saída astral. Alguns de nós somos mais antigos do que podemos imaginar. A verdade das verdades é que nada sabemos enquanto encarnados, e que nesta condição só crescemos em evolução espiritual, no contexto material podemos ser príncipes e mendigos alternadamente, só o crescimento espiritual é constante. É bom que saibam! Perante a existência maior, não faz diferença alguma sermos príncipes ou mendigos. Posso assegurar, já fui de tudo em minhas muitas encarnações, e não se iludam, não tive permissão para fazer regressão a todas as memórias das minhas vidas passadas. A verdade é que ninguém, mas, ninguém mesmo pode fazer regressão a todas as suas existências passadas. Existe assim, como um processo seletivo natural e só a algumas podemos regressar, na realidade não regressamos a nada, mas, simplesmente abrem-se pequenas janelas em nossa memória akhásica, e nada mais. O odor nauseabundo havia sumido de minha memória de longa duração, só retornando em 2008, e só abordo este assunto em outubro de 2009

Snefru, Khufu, Khafra e Memkhaura (Faraós da IV dinastia)

(2613-2494 aC) o relato se dá entre (2572 – 2517 aC)

Vitória da Conquista, 06 de setembro de 2006

 

Revisado e atualizado em novembro de 2010

Edimilson Santos Silva Movér