Jaques Wagner tira Luiz Caetano da sucessão estadual

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O aspecto mais importante da entrevista do governador Jaques Wagner à Tribuna da Bahia foi excluir da sucessão estadual dentro do PT, pelo menos do seu ponto de vista, o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.

Sutilmente, diria algum desavisado, mas, na verdade, com uma clareza suficiente para o meio político: “Não diria que (Caetano) ficaria de fora, mas eu acho que os nomes que mais pesam são esses três”.

“Esses três” são o senador Walter Pinheiro e os secretários Rui Costa e José Sérgio Gabrielli. Aparentemente, só Pinheiro tem condições eleitorais para a empreitada, mas esbarra nos obstáculos políticos, em geral mais fortes que a própria realidade.

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É quase isso – Em pergunta anterior, um entrevistador quis saber qual dos “três nomes que compõem a sua equipe e que são do PT tem mais chance” – Otto Alencar não é petista, mas, diante de sua propalada unidade de ação e propósitos com o governador, o lapso é perdoável.

APLB quis dialogar – O governador se penitenciou por não ter participado diretamente da negociação com a APLB, cujo fracasso levou à mais longa greve dos professores baianos, de desastrosas consequências para a popularidade do governo e para a disputa eleitoral em Salvador.

No entanto, ao afirmar que “houve erros de parte a parte na condução desse diálogo”, fez uma injustiça ao presidente da entidade, Rui Oliveira, que incontáveis vezes, por notas e entrevistas, convidou-o a sentar-se à mesa das negociações.

Pequeno detalhe – O governador mantém sua curiosa forma de avaliar os números eleitorais na capital: em 2004, 2008 e 2012, o PT teve votação ascendente – 20%, 30%, 40%.

O problema é que, nos três casos, alguém teve mais votos e ganhou a eleição.

Correção – Wagner disse: “Nós entregamos Pituaçu em tempo recorde”. A obra, iniciada em janeiro de 2008 com previsão de conclusão em seis meses e orçamento de R$ 22 milhões, foi inaugurada um ano depois, tendo custado R$ 55 milhões.

Magazine Luiza entra, mas Porto Sul não sai – A parte administrativa da entrevista do governador, a que se refere às ações governamentais propriamente ditas, poderia ser razoável se estivéssemos fechando o segundo ano de mandato. Seis anos soam a tempo demais a ser preenchido com o mesmo discurso.

Wagner cita obras irrealizadas, como a Ferrovia-Oeste-Leste, o Porto Sul e a duplicação da BR-101, outras eternas, a exemplo da Via Portuária, e ainda o “velhíssimo” Complexo 2 de Julho. Nada que a propaganda não tenha massificado nos últimos anos. E agora vamos ouvir falar da JAC Motors, do Boticário, do Magazine Luiza.

“Tem muito projeto pronto e que vai começar a rodar agora. Tem que conseguir a licença e ultrapassar dificuldades colocadas pelo tribunal”, repete-se o governador, num exercício de esperança e indefinição que envolve até a ponte Salvador-Itaparica: “Nós estamos encomendando uma consultoria para fazer a modelagem final”. (Por Escrito)

Governador Jaques Wagner

LUÍS AUGUSTO GOMES