Lula imprime ritmo político a seu tratamento contra o câncer

 

 

Com o tumor na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu viajar ou fazer palestras nos últimos meses, mas o tratamento não o impediu de continuar a articular candidaturas do PT às eleições de outubro.

Nos três meses e meio a que foi submetido às sessões de quimioterapia e de radioterapia, Lula manteve uma intensa agenda de reuniões.

Jorge Araújo/Folhapress
Lula deixa o hospital após sessão de radioterapia acompanhado de médicos e de sua mulher, Marisa

Nos 113 dias desde que a doença foi diagnosticada, o ex-presidente participou de pelo menos 51 encontros. A maioria deles (34) no hospital Sírio-Libanês, transformado temporariamente no seu “escritório político”.

Somente a presidente Dilma Rousseff o visitou cinco vezes, incluindo um almoço de três horas em que discutiram os detalhes da reforma ministerial.

Eles ainda se reuniram em Brasília, quando Lula participou da despedida do ministério do pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

O ex-presidente contabilizou também 15 reuniões com ministros e 6 com ex-ministros, como José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken.

A lista inclui dois governadores, dois presidentes estrangeiros, senadores, deputados, dirigentes partidários e empresários.

Além deles, Lula recebeu visitas –registradas por seu fotógrafo– do técnico da seleção, Mano Menezes, e do ator Reynaldo Gianecchini.

“Ele é um animal político”, resume o presidente do Instituto Lula e sócio do ex-presidente, Paulo Okamotto.

Na capital paulista, o ex-presidente foi decisivo na saída de cena da senadora Marta Suplicy e no início da articulação para unir PT e PSD na disputa. As conversas entre as duas siglas devem ir além de São Paulo.

DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO