Ministério Público do Estado tem 20 registros de bullying

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Fernanda Galvão, 14, admite que já agrediu colegas, desculpou-se e hoje condena este tipo de prática

>>Saiba mais sobre bullying e leia pesquisa na íntegra

Apesar de não haver dados estatísticos que revelem o número de estudantes que praticaram ou sofreram algum tipo de violência física ou psicológica por colega nas escolas, educadores reconhecem a existência na Bahia dessa prática conhecida como bullying. No Brasil, 70% dos alunos entrevistados na pesquisa Plan Brasil sobre Bullying no ambiente escolar revelaram terem visto pelo menos uma vez um colega ser maltratado na escola no ano de 2009. No Nordeste, essa incidência foi de 24%.

A promotora de justiça Edna Sara Cerqueira, que atua com adolescentes em conflito com a lei e coordena a campanha Bullying não é brincadeira, do Ministério Público da Bahia, ressalta que a denúncia, seja ela no âmbito institucional ou jurídico, é a principal arma contra este tipo de violência. “O silêncio só fortalece a impunidade”, pontua. Atualmente o MP-BA trabalha com 20 casos de atos infracionais relacionados ao bullying, sendo quatro deles cometidos com uso da internet. De janeiro a setembro deste ano, nove casos foram registrados pelo órgão.

Conforme a promotoria, muitos casos não são notificados ou são registrados como lesões corporais e somente na apuração se descobre que houve humilhação na escola. As denúncias também podem ser feitas ao Conselho Tutelar ou à Delegacia do Adolescente Infrator. As redes municipal e a estadual de ensino também não possuem estatísticas de casos que são resolvidos na instituição.

Recuperação – Para a criança e o adolescente que cometem este tipo de infração, as medidas socioeducativas adotadas vão desde a advertência até a internação em casa de acolhimento. Aos pais e educadores, conforme o especialista em psicologia educacional Carlos César Barros, cabe trabalhar com o tema de forma aberta e ficar atento a mudanças de comportamento.

Danile Rebouças e George Brito l A TARDE

Marco Aurélio Martins/Agência A TARDE