02 de novembro de 2024

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2015 tem previsão de inflação alta e crescimento minguado

 

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Antonio Temóteo , Diego Amorim

O Banco Central já deixou bem claro aos brasileiros o que esperar de 2015. A previsão não foge muito do cenário deste ano: crescimento minguado da economia e inflação nas alturas. Apesar dos juros ainda maiores, os preços continuarão subindo, com 37% de probabilidade de a carestia estourar o teto da meta, segundo o Relatório de Inflação divulgado ontem pelo BC. A autoridade monetária, porém, aposta na retomada da confiança e, consequentemente, dos investimentos no país, embora isso possa não ocorrer a curto prazo.

O BC, que prometeu levar a inflação ao centro da meta, de 4,5%, até 2016, prevê agora que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 5% naquele ano. “Certamente, continuaremos agindo e fazendo o que for necessário”, disse o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, ao admitir que a inflação de serviços, que alcançou 8,3% nos últimos 12 meses, está “bastante resistente”. O IPCA, acrescentou o diretor, tende a aumentar no próximo trimestre e a permanecer elevado no ano que vem.

Mesmo com a retomada da alta de juros, o indicador deve ultrapassar os 7% ao ano nos primeiros três meses de 2015, quando, no entender do presidente do BC, Alexandre Tombini, atingirá o pico. A autoridade monetária segue torcendo por um “realinhamento dos preços”, ainda que, por ora, não consiga enxergá-lo. “Em algum momento, isso vai acabar”, comentou Hamilton.

Sem assumir eventuais erros na política monetária, Hamilton alertou para repercussões negativas de aumentos salariais incompatíveis com o avanço da produtividade da economia Os reajustes, pontuou, provavelmente estão pressionando a inflação. O relatório divulgado ontem também atribui a carestia elevada à aceleração de preços livres, em especial dos grupos alimentação e vestuário.

Em 2015, com os aumentos previstos de energia elétrica e o impacto da depreciação do real, o desafio tende a ser ainda maior e a cresce a possibilidade de o BC reforçar o aperto monetário no próximo ano. Não à toa, a autoridade monetária decidiu retirar de seu vocabulário o termo “parcimônia”, usado em comunicado e repetido em ata para explicar o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 11,75%, no início deste mês. À época, o mercado interpretou a expressão como um sinal de que o ritmo de alta poderia desacelerar. Agora, o entendimento passou a ser o contrário.

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