A assessora da Secretaria de Jusiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Irani Lessa, falou sobre o enfrentamento a esse tipo de violência A menina Araceli Cabrera Crespo tinha apenas 8 anos, quando sofreu diferentes tipos de violência, no Espírito Santo, em 18 de maio de 1973, e acabou falecendo. Mesmo tendo sido presos e julgados, os acusados foram absolvidos e o processo, arquivado pela Justiça. Nessa segunda-feira, 18 de maio de 2015, exatamente, 42 anos depois, a pergunta que se faz é: quantas Aracelis existem, hoje, pelo Brasil afora? Só para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2015 foram denunciados, no país, 4.480 casos de violência sexual contra a população infantojuvenil*. Para fortalecer a rede de proteção às crianças e aos adolescentes de Vitória da Conquista, a Prefeitura realiza até esta terça-feira, 19, o 3º Seminário Municipal de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, no Cemae. A abertura do evento aconteceu com a palestra da assessora da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Irani Lessa, que falou sobre como combater e enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. “Temos dados que mostram como a situação ainda é grave e que apontam para a necessidade de se construir uma rede cada vez mais forte. Momentos como esse servem para dar visibilidade ao fenômeno, aprofundar o debate, aproximar a sociedade do tema e fortalecer a rede de proteção, pois esse é um problema muito complexo que envolve várias políticas e vários autores”, afirmou a assessora. “O que vai nos permitir avançar nesse processo é o trabalho articulado e integrado, ou seja, o trabalho em rede. Vitória da Conquista está de parabéns, não só pelo evento, mas porque a cidade tem sido referência para o Brasil, pois já tem uma rede bem estruturada em relação a outras cidades brasileiras”, avaliou. Durante a sua palestra, Irani Lessa falou sobre a construção de políticas públicas para a preservação dos direitos humanos de crianças e adolescentes, destacando a necessidade da sociedade permanecer-se vigilante: “à medida que a sociedade se apropria e se responsabiliza também, reconhecendo não ser apenas uma responsabilidade dos Estados, a rede vai se fortalecendo e ganhando consistência”. Instituições em sintonia – Atentas a esta problemática social, representantes de diferentes instituições prestigiaram e participaram da cerimônia de abertura do evento. Representando o prefeito Guilherme Menezes, o secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Miguel Felício, destacou que “é preciso buscar coletivamente combater esse tipo de exploração, a mais cruel que existe, é preciso fazer essas discussões, abrir os olhos, nos manter como vigilantes permanentes”. O secretário aproveitou para reafirmar o compromisso do Governo Participativo em fortalecer ainda mais a rede de proteção do município, com a entrega no próximo dia 1º de junho do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente. Em sintonia com o representante do Executivo, o juiz da Vara da Infância e da Juventude, Juvino Henrique Brito, disse que “esta é uma discussão que precisa ser contínua. São em eventos como esse que se constroem soluções”. Da mesma forma, falou o promotor da Vara da Infância e da Juventude, Marcos Coelho: “precisamos formar exércitos para multiplicar cada vez mais essas informações, para que essa realidade se torne um pesadelo distante”. A abertura do Seminário contou ainda com a participação da Câmara Municipal de Vereadores e de agentes e mobilizadores sociais que integram a Rede de Atenção e Defesa da Criança e do Adolescente. –
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