Globo torna presença de Geddel no governo insustentável
Geddel está acuado pelo noticiário envolvendo seu nome e agora o do presidente Michel Temer
O depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal atribuindo igualmente ao presidente Michel Temer (PMDB) e ao ministro Eliseu Padilha pressão para que resolvesse um assunto particular do ministro Geddel Vieira Lima na Bahia tornou insustentável a presença do responsável pela Articulação Política no governo.
Ainda mais porque, segundo o próprio Calero, os três foram gravados por ele. Geddel criou um grande problema para si e o governo por conta da pressão “arrogante” que fez para que o ex-colega desembaraçasse um imóvel seu junto ao IPHAN. Não contava com que Calero resolvesse enfrentá-lo fora do governo junto com a Globo, que o apadrinhou no Planalto.
E agora não terá como suportar a grande pressão que a líder de audiência faz por sua saída desde o pedido de demissão do titular da Cultura. O objetivo da Globo ficou ainda mais claro hoje, no Bom Dia Brasil, seu telejornal nacional matutino, no qual uma de suas mais destacadas comentaristas, Renata Lo Prete, ofereceu a pista a Geddel e a Temer.
Evitando embarcar na idéia de um eventual pedido de impeachment do presidente, como a oposição passou a defender e alguns veículos de comunicação já fazem, Lo Prete, empoderada como uma espécie de porta voz da emissora, depois de fazer uma exuberante análise sobre a nova confusão em que o governo se meteu, deu a senha da solução.
Afirmou que, apesar da resistência que opunha à idéia até ontem à noite, o ministro deveria ser convencido a deixar o governo nas próximas horas. É isso ou, naturalmente, a pressão sobre o frágil governo Michel Temer deverá continuar num cenário de crise econômica, paralisia política e iminência da delação premiada da Odebrecht.
Sem respaldo popular, Temer terá que escolher entre continuar submisso a Geddel ou aceitar a imposição da Globo.
A poderosa rede de televisão Globo – quando o seus enteresses não são atendidos ela arasa quarteirão, foi assim com Dilma, e assim se propoem, caso os seus enteresses não seja atendidos.
O que falta neste governo, é sobretudo um pulso forte para estabelecer autoridade e resolver o que precisa ser resolvido.
Foto: Dida Sampaio/AE
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