Beneficiários do Bolsa Família e inscritos no Cadastro Único do governo federal terão direito ao microcrédito, que poderá chegar a R$ 15 mil. Anúncio foi feito durante cerimônia no Planalto.
Por Guilherme Mazui, G1, Brasília
O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira (5) a liberaração de R$ 4 bilhões em microcrédito para pequenos negócios, voltado a famílias de baixa renda.
O anúncio foi feito durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), terão direito ao microcrédito nos próximos 12 meses:
- Beneficiários do Bolsa Família;
- Inscritos no Cadastro Único dos programas sociais do governo.
O limite para cada empréstimo será de R$ 15 mil (a média estimada pelo governo é de R$ 3 mil).
O crédito para pequenos negócios faz parte das ações do Progredir, programa social lançado pelo governo em setembro do ano passado e coordenado pelo MDS.
Além dos empréstimos, o Progredir oferta assistência técnica, cursos profissionalizantes, ações de inclusão digital e educação financeira.
O programa foi criado, segundo o governo, para ajudar as famílias a aumentar a renda. No ano passado, o então ministro da pasta, Osmar Terra (MDB-RS), afirmou ao G1 que um dos objetivos do Progredir era incentivar as famílias a terem condições de sair do Bolsa Família.
O anúncio desta quinta é o segundo do gênero desde o lançamento do Progredir.
No ano passado, o governo informou que liberaria R$ 3 bilhões em microcrédito para famílias de baixa renda.
O MDS informou que, em 10 meses, foram concedidos R$ 3,3 bilhões em microcrédito para mais de 1,1 milhão de pessoas inscritas no Cadastro Único. Desse total, mais de 760 mil pessoas são beneficiárias do Bolsa Família.
Dados do MDS indicam que 27,4 milhões de famílias estão inscritas no Cadastro Único, o que inclui quem recebe o Bolsa Família. Somente no programa de transferência de renda há 13,7 milhões de famílias.
Discursos
Durante o discurso, Temer afirmou que o governo não acabou com programas na área social e acrescetou que, na opinião dele, a assistência social precisa ir além da transferência de renda.
“A inclusão social não se dá por meio de um mero programa assistencialista, mas se dá pelo forma de fazer com que a pessoa progrida”, disse.
“Daqui a dez anos, quem sabe nós todos estejamos aqui dizendo: o Bolsa Família deu certo, mas deu certo o Progredir, porque agora não precisa mais do Bolsa Família”, acrescentou.
Antes de Temer, o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse que o governo mudou a forma de trabalhar com o Bolsa Família e fez com que o programa passasse a ser mantido sem “cativos” e sem “reféns”.
Segundo Beltrame, o governo que não fez ameaças de cortes no Bolsa Família. “Chegamos à conclusão de que não basta transferir renda para erradicar a pobreza de forma sustentável. […] As políticas sociais elas devam ser libertadoras, elas devem ser promotoras de autonomia e não de mais dependência”, disse.
Entenda o microcrédito
De acordo com Alberto Beltrame, o microcrédito terá valor médio de R$ 3 mil.
O ministro disse, ainda, que 65% das pessoas que optaram pelo financiamento ganham menos de R$ 170 per capita.
Entre os bancos que operam o microcrédito, segundo o ministro, estão o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Santander.
Deixe seu comentário