Foto: Reprodução TV Bahia
Vista de estrada coberta pelas águas depois de transbordamento de barragem, segundo governo estadual
O rompimento (ou transbordamento) da barragem do Quati, na região do município de Pedro Alexandre (BA), que atingiu as cidades de Coronel João Sá e Sítio do Quinto, produziu ontem uma verdadeira correria no Inema e na secretaria estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento Básico (Sihs).
O motivo teria sido a não aprovação do Plano de Contenção de Barragens, apresentado desde a primeira gestão do governador Rui Costa (PT), pela própria Sihs. A proposta teria sido engavetada por falta de recursos e a justificativa de ausência de prioridade.
“Com isso, a realidade é uma gestão sem plano de contenção de barragens, de segurança hídrica e de bacias, totalmente vulnerável às condições climáticas, que podem colocar em risco os diversos barramentos, a exemplo de barragens de menor porte”, confidenciou ontem à noite uma fonte de um órgão afeito ao tema no governo estadual.
Ele revelou que o problema com a barragem de Pedro Alexandre, cujo acompanhamento é feito pela CAR, segundo confidenciou, sem a mínima orientação e segurança dos órgãos responsáveis, leiam-se Inema, Cerb e as secretarias de Meio Ambiente e Infraestrutura Hídrica, poderia ter sido evitado.
Sua avaliação difere da do governo de que as inundações foram causadas pelo transbordamento da barragem. A informação que diz ter recebido é de que houve um “rompimento do sangradouro”, o que levou ao quadro de alagamento, felizmente, sem vítimas fatais, apenas desabrigados.
Há relatos de que o governador Rui Costa teria ficado bastante irritado com o fato de ter sido pego de surpresa com a ocorrência, principalmente depois que a Rede Globo começou a repisar que a fiscalização da barragem do Quati era da responsabilidade do governo estadual.
Ele mergulhou em reuniões para entender o quadro e agendou uma visita às duas cidades mais atingidas para hoje. Também cancelou a participação, na tarde de ontem, num evento festivo de inauguração das obras de requalificação do Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador.
A secretaria de Recursos Hídricos é controlada há anos pelo PP, do vice-governador João Leão, que não se pronunciou sobre o fato. Mas o deputado estadual Niltinho, do partido do vice, disse que ainda era muito cedo para se procurar culpados.
Fernanda Chagas
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