esb promove espaço para terapia comunitária integrativa com estudantes

 

 

Nos últimos tempos, o cuidado com a saúde mental vem sendo constantemente abordado em diversos veículos de informação, sejam eles jornais, rádios, podcasts etc. É fato que tal assunto costuma ser associado a problemas psquiátricos, mas trata-se, também, de um estado de manutenção do equilíbrio das emoções.

Criada há pouco mais de 30 anos, no Brasil, a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) surgiu como uma modalidade de tratamento terapêutico, com o intuito de acolher e compartilhar as inquietações das quais as pessoas costumam passar no dia a dia. Ao conversarem sobre seus problemas, é possível encontrar soluções para as suas dores.

Nesse sentido, a Uesb, por meio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Proapa), vem realizando rodas de Terapia Comunitária Integrativa. Voltada para os estudantes, a ação conta com a condução da psicóloga e terapeuta Maria Vitória Paiva. “O objetivo é trabalhar com grupos, uma metodologia para trabalhar com saúde mental. Ela parte do princípio que a comunidade tem as dificuldades, as adversidades, e é através dela que nós trazemos as potências, o que tem de melhor ali, o que pode ser feito em comum”, explica a profissional.

Estudante do curso de Filosofia, Yara Oliveira participou da ação e conta como foi a experiência com o grupo: “me ajudou muito, me trouxe aprendizado. É um momento da gente saber melhor como lidar com as nossas emoções e, a partir de experiências de outras pessoas, que a gente pode ver o que tem em comum com a nossa realidade”.

Com foco no cuidado com a saúde mental dos universitários, os encontros buscam propiciar o resgate da autoestima, da autoconfiança e da autopercepção. Atualmente, a TCI está disponível para todos os alunos da Uesb no campus de Vitória da Conquista e, posteriormente, será realizada nos campi de Itapetinga e Jequié. “A Universidade oferece esse espaço, que é muito rico para trabalhar com a saúde coletiva. Não é espaço de julgamento, não é espaço de dar conselhos, nem sermões e nem de fazer análise. É um local de escuta e de acolhimento”, conclui Paiva.

Os encontros continuam nesta quarta-feira, 17, às 19 horas, e quinta-feira, 18, às 9 horas. A ação é realizada no Restaurante Universitário (RU) do campus de Vitória da Conquista.

Como funciona? – A TCI utiliza como base alguns conceitos, como a pedagogia Paulo Freire. Além dela, é possível identificar outros pilares teóricos, como pensamento sistêmico, antropologia cultural, teoria da comunicação e crise e resiliência. É importante destacar que essa terapia não é psicoterapia, que funciona como atendimento individualizado. “A ideia aqui é trabalhar com grupos. Não precisa ser psicólogo para ser um terapeuta comunitário, basta fazer o curso de capacitação e terapia, que é oferecido por polos de formação, que são filiados a Abratecom [Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa]”, esclarece Paiva.

Carregada de mitos, a saúde mental é, muitas vezes, ignorada quando se pensa em cuidado. Ainda assim, esses estigmas vêm se perdendo com o passar do tempo. “Quando você tem dor de cabeça, de estômago, você vai ao médico, procura um profissional daquela área. Se você está com um problema emocional, historicamente falando, isso é marginalizado. Eu tenho sentido que isso tem mudado. As pessoas chegaram, falaram das suas angústias. Os jovens estão mais abertos. Nós ficamos, positivamente, surpresas com o comportamento, a postura e a maturidade que eles estão apresentando”, relata a terapeuta.

conteúdo useb por Gabriel Goes –