Meu primeiro dia dos pais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando é possível criar laços afetivos e quando é tarde demais: as histórias, emoções e mágoas de quem conheceu o pai já adultoJulia

 

 

 

 

 

 

na Lopes e Edwin Paladino

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comemorado há quase 100 anos, o Dia dos Pais é uma data para almoço em família, homenagens, presentes, abraços, ou, para quem está longe, um caloroso telefonema. E quando pai e filho são pessoas novas na vida um do outro e não têm intimidade? Quem conhece o pai já adulto, costuma sentir um certo constrangimento e timidez no início. “Não consigo chamá-lo de pai”, conta a fisioterapeuta Flávia Kurtz, filha de Pelé, que o conheceu há 12 anos. O cantor Roberto Carlos e o filho Rafael Braga quebraram o gelo apenas no segundo encontro. A atriz Bianca Rinaldi passará este ano seu segundo Dia dos Pais na companhia de seu pai verdadeiro. “Ainda não sei direito o que dar de presente para ele”, revela a atriz. A seguir, as histórias de Rafael, Flávia e Bianca com Roberto Carlos, Pelé e Osaná.Rafael Braga e Roberto Carlos

Reprodução
“Meu pai tem idéias ótimas”, diz Rafael, filho de Roberto Carlos: confirmação da paternidade há 12 anos e último réveillon em família na casa do cantor

O administrador de empresas Rafael Braga, 36 anos, cresceu ouvindo de sua mãe, a comerciante e ex-modelo Maria Lucila Torres, que era filho do cantor e compositor Roberto Carlos. Somente aos 24 anos, porém, teve a confirmação da paternidade. “Minha mãe contava as histórias, eu ouvia, mas ficava com o pé atrás. Nunca fui fã do Roberto”, lembra. Ele decidiu fazer o exame de DNA como presente para sua mãe, que estava doente de câncer, e morreu meses depois de saber o resultado do teste. “Queria que ela tivesse certeza da paternidade”, explica. Na época, ele entrou na Justiça com o pedido do exame e falou com os advogados do cantor. Roberto Carlos marcou um encontro com Rafael, no escritório do cantor, em São Paulo. O clima foi tenso. Cumprimentaram-se e Rafael mostrou fotos da mãe, de quando era criança e contou histórias sobre o cantor. “Lembro-me dela. Vamos fazer o exame”, disse Roberto, que, nervoso, derrubou um copo de água no chão e deixou cair cinzas do seu cachimbo na calça jeans clara. “Eu estava petrificado”, lembra Rafael. Depois de seis meses, o exame comprovou que ele era filho do Rei.

Rafael só passou a chamá-lo de pai depois do segundo encontro. “Estávamos mais tranqüilos e conversamos até sobre aviação. Meu pai é muito criativo, ele tem idéias ótimas que vão além da música”, afirma. Fruto de um relacionamento ocorrido em Belo Horizonte, antes de Roberto Carlos se tornar um astro da música, ele diz não ter traumas por causa da ausência do pai na infância e na adolescência. “Minha mãe me supriu. Minha meta nunca foi ser filho do Roberto Carlos.” Embora nunca tenha passado um Dia dos Pais ao lado do Rei, Rafael conta que ficou feliz ao sugerir um presente na primeira data em que telefonou para Roberto Carlos para cumprimentá-lo, há doze anos. “Disse a ele que lhe mandaria um carro. De brinquedo, claro. Mas acabei nem mandando”, diverte-se. Neste 11 de agosto, pretende lhe dar um grande abraço pelo telefone. “Se quiser vê-lo agora, só em show. Ele está gravando um CD e não sai para nada”, diz Rafael. Casado, ele mora com a mulher e os dois filhos, em Santo André, na Grande São Paulo, e fala mensalmente com o pai. Passou o último réveillon com a família na casa do cantor, na Urca, no Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando é possível criar laços afetivos e quando é tarde demais: as histórias, emoções e mágoas de quem conheceu o pai já adultoJulia

 

 

 

 

 

 

na Lopes e Edwin Paladin