O Ministro Geddel Vieira Lima, questiona a situação da saúde pública na Bahia, principalmente em campanhas emergências para proteger a população, como o virtual surto de meningite que ocorre na capital e algumas cidades do interior, sem que o gestor Estadual tome as devidas providências emergenciais para amparar a sociedade. Confira, texto e análise feita em seu blog de noticias.

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Meningite: atraso e discriminação

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O governo estadual vem conseguindo bater recordes de absurdos em relação à saúde neste verão.  O combate à dengue foi esquecido. Turistas que vieram para o Carnaval de Salvador foram orientados a vacinarem-se contra a meningite, revelando a situação da saúde pública e também influenciando negativamente a imagem de Salvador como destino turístico.

Vacinas poucas e para poucos

Após dezenas de mortes, foi alardeado que começaria a vacinação. Mas apenas para crianças até 5 anos de idade.

No dia marcado para começar, não começou. As doses de vacina não chegaram.

Quando finalmente começou a vacinação seletiva, configurou-se uma situação oposta ao populista slogan terra de todos nós.

Além de seletiva, a vacinação  tem se mostrado discriminatória.

O jornal A Tarde fez enquete para saber como está o atendimento na vacinação das crianças. Vejam o depoimento de uma moradora do Imbuí:

Cristina Assis, em 23 de fevereiro de 2010

Moro no Imbui e fui até o 12º Centro do Marback, estava tranquilo, foi rápida a vacina contra Meningite e organizada; fui bem atendida como nas demais vezes.

Agora, vejam alguns depoimentos de quem mora não mora nos bairros classe média de Salvador:



Jocimeire, em 24 de fevereiro de 2010

Levei minha filha ao posto em Novo Marotinho na 2ª semana da campanha. Cheguei ao posto às 8h30min, estava vazio e a enfermeira muito grosseiramente disse que a vacina já tinha acabado e só no dia seguinte pois deveria pegar uma senha que é distribuída às 5h da manhã. (…)

Cláudia, em 24 de fevereiro de 2010

Minha tia foi pra a fila no primeiro dia de vacinação as 5:30h da manhã e mesmo assim não conseguimos vacinar meu filho. O local (3ºcentro da Liberdade) estava um in ferno, filas enormes e pessoas muito mal educadas de ambos os lados, funcionários mal preparados para o atendimento com o publico que obviamente estava nervoso com seus filhos no colo naquele calor infernal que fazia. No segundo dia ela chegou as 4:30h da manhã e conseguiu pegar a ficha, meu filho foi vacinado por volta das nove horas. (…)

Adriele, em 23 de fevereiro de 2010

Somente na segunda semana de vacina pois, no primeiro dia o posto onde a levei minha tia havia ido para fila desde as 3:00 h da manhã e mesmo assim quando chegou as 11:00 o posto Décimo Centro no Jardim Cruzeiro fecharam as portas alegando que a vacina tinha acabado para aquele dia, em meio a um tumulto, brigas e discussões (…)
Assim, além de não priorizar e antecipar o combate às duas epidemias, deixando tudo para a última hora, o estado só atende uma parte mínima da população -quem tem menos de 5 anos- e como se não bastasse, privilegia quem mora nas áreas mais nobres da cidade, deixando os mais pobres entregues ao caos. Este é o governo de todos nós. Nós quem?