Anúncio de greve da PM pode ter motivação política

 

Anúncio de greve de PM pode ter motivação política, diz subcomandante

O estado de greve deflagrado ontem pela Associação dos
Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado (Aspra), pode ter
motivação política. Em entrevista à Rádio Tudo FM, o coronel Carlos
Eleutério, subcomandante da Polícia Militar, cogitou a possibilidade por
este ser um ano eleitoral. Segundo ele, a atitude de ocupar a
Assembleia Legislativa e convocar os policiais a abandonarem os postos
de trabalho para aderir ao movimento, “por si só já é político. Essa
visibilidade é muito oportuna no caso de uma pessoa que passou por uma
série de circunstâncias e quer voltar a ser policial militar”, declarou,
se referindo ao presidente da Aspra, Marcos Prisco, que já foi
candidato a deputado estadual e atualmente é cotado como pré-candidato a
vereador de Salvador pelo PTC. Ele declarou ainda que a greve
declagrada pela Aspra é uma “atitude muito irresponsável e não encontra
consonância com outras entidades verdadeiramente representativas da
categoria. A PM tem representantes, escolhidos pelos votos dos
policiais. Uma associação que não percorreu esse caminho e tem um
presidente que não é policial não pode ter credibilidade e nem ser
representativa”, afirmou durante a entrevista. O comandante-geral da PM,
coronel Alfredo Castro, disse que o estado de greve não é reconhecido
na corporação, e garantiu “normalidade” nos serviços policiais. Hoje
pela manhã, em entrevista à Record Bahia o coronel comparou a atitude da
Aspra a um “atentado terrorista”. Segundo ele, “existem policiais na
rua, que vão continuar atuando. Temos um compromisso maior com a
população”. o comandante também assegurou a presença de 1.114 policiais
na Festa de Iemanjá nesta quinta. Líderes da Associação dos Oficiais da
Polícia Militar da Bahia, da Associação de Sargentos e Subtenentes do
Estado da Bahia e da Associação de Policiais Militares da Bahia (APPM)
não cogitam paralisação. Prisco foi expulso da PM em 2002, por ser um
dos responsáveis pela greve dos policiais em 2001, e até hoje não foi
reintegrado. As entidades não o consideram um líder de associação.
(Emerson Nunes / Thiago Ferreira)