Uma reportagem publicada no diário financeiro britânico Financial Times nesta quarta-feira afirma que o adiamento da viagem de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington, marcada para o mês que vem, pode afetar as relações comerciais entre os dois países.A decisão de Dilma, anunciada na terça-feira, foi motivada pelas denúncias de que a Agência de Segurança Americana (NSA) teria espionado comunicações da presidente e de empresas brasileiras, como a Petrobras.”A briga ameaça provocar um retrocesso nos negócios entre os dois países, num momento em que a Embraer está de olho em contratos com departamentos militares americanos e em que a Boeing é uma das candidatas na disputa por um contrato com o maior país latino-americano para obter jatos de caça, afirma o texto, escrito por correspondentes do jornal em São Paulo e em Washington.
Leilão do pré-sal
A reportagem diz que o mal-estar nas relações entre os dois países ocorre semanas antes da realização do leilão da primeira área do pré-sal. E para analistas ouvidos pela reportagem do FT, por causa das alegações de espionagem contra a Petrobras, “o governo brasileiro ficará menos inclinado a conceder campos de exploração a petroleiras americanas”.
“Os riscos para companhias americanas operando em setores sensíveis com obstáculos políticos e até operacionais aumentaram, como é o caso das áreas de defesa, telecomunicações e energia.”
O texto ainda avalia que os riscos de uma viagem agora seriam maiores do que os benefícios, diante da possibilidade de que novas denúncias de espionagem contra o governo brasileiro fossem divulgadas enquanto Dilma estivesse em Washington
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