A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de recusar o pedido de criação da Rede Sustentabilidade – por falta de 50 mil assinaturas de eleitores apoiando o surgimento do 33º partido do país – está levando outras legendas além do PPS e do PEN a entrar na briga para ter a ex-senadora Marina Silva como sua candidata na corrida presidencial de 2014. Conforme apurou o iG , o mais novo partido na disputa por Marina é o PDT.
O presidente da sigla, Carlos Lupi, teria autorizado pedetistas ligados à ex-senadora no Distrito Federal a conversar com ela sobre uma possível candidatura sua à Presidência da República pelo PDT.
Em troca, Lupi estaria disposto a entregar o Ministério do Trabalho ocupado como parte do apoio dado pela legenda ao governo da presidente Dilma Rousseff, uma fatia do controle do PDT exercido por ele e apoio de infraestrutura de campanha, incluindo tempo de televisão. A proposta reflete o despejo do Ministério do Trabalho visto como iminente após denúncias de um esquema de corrupção deflagrado pela Operação Miqueias da Polícia Federal, envolvendo a cúpula da pasta ocupada pelo PDT desde o governo do ex-presidente Lula.
PPS é o preferido
Mas integrantes da cúpula da Rede indicam que Marina flerta com mais vontade com a proposta do PPS. O partido liderado pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP) teria oferecido uma “carta de alforria”, como classifica um dos interlocutores de Marina, que seria o compromisso para não buscar na Justiça o mandato de parlamentares do grupo da ex-senadora eleitos em 2014. O mesmo valeria para Marina em caso de vitória contra Dilma.
Nesta sexta-feira, Freire reiterou em seu perfil no Twitter o convite a Marina. : “Reafirmo convite do PPS para que junto com a Rede se integre conosco para se candidatar e disputar 2014!”.
A Rede deve, contudo, buscar a neutralidade com independência, segurando o processo de criação da Rede no TSE. O novo partido pode ser concluído depois das eleições de 2014 para que Marina migre para ele sem correr o risco de enfrentar um processo de infidelidade partidária caso abandone o PPS com um mandato em mãos – a lei permite mudar para novas legendas sem riscos jurídicos. A Rede atuaria informalmente nas eleições.
Marina entrou a madrugada desta sexta-feira (4) em intensas negociações com seus pares. A decisão será apresentada ainda hoje, a tempo da pré-candidata estar habilitada para concorrer – a legislação eleitoral estabelece o dia 5 de outubro, exatamente um ano antes das eleições, como limite para filiações de potenciais candidatos.
PEN mudaria de nome
Outra proposta apresentada à Marina foi a Partido Ecológico Nacional (PEN), que propõe ceder a presidência da legenda para a ex-senadora e assumir o nome da Rede Sustentabilidade. “Se a Marina vir, podemos até mudar o nome do PEN automaticamente”, afirma o presidente Adilson Barroso.
A oferta deve ser recusada por dois motivos: o PEN tem apenas cerca de 30 segundos de tempo de televisão para a campanha e está em franco processo acelerado de encolhimento após a migração de dois dos seus três deputados federais para o Solidariedade , sigla criada na semana passada por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical.
Barroso argumenta haver afinidade ideológica entre PEN e Rede, o que facilitaria a fusão. “Somos o partido da sustentabilidade e nossa ideologia é a mesma”, afirma o líder político, atualmente estudante de gestão ambiental – segundo ele, para “entender melhor de sustentabilidade”.
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