A Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 5 milhões em bens do ex-governador baiano e ex-prefeito de Guanambi, Nilo Coelho. A decisão foi divulgada nesta terça-feira, 22, pelo Ministério Público Federal (MPF), que tinha solicitado que a medida fosse tomada.
De acordo com o MPF, além de Nilo Coelho, uma empresa e outras 11 pessoas tiveram os bens bloqueados. Entre elas, o atual secretário de Infraestrutura de Guanambi, Geovane Mercês Alves.
O ex-governador Nilo Coelho disse à reportagem de A TARDE que não havia recebido nenhuma notificação sobre o bloqueio de recursos até a tarde dessa terça. Disse que seus advogados entraram com recurso nesse processo e, segundo ele, a tramitação está parada. Assegurou que não cometeu nenhuma irregularidade na sua passagem pela prefeitura de Guanambi. “Estão querendo encontrar chifre em cabeça de cavalo”, declarou.
Ressarcimento
O bloqueio tem o objetivo de garantir o ressarcimento aos cofres públicos e pagamento de multas por atos de improbidade administrativa praticados durante a gestão de Nilo Coelho como prefeito de Guanambi.
Segundo o MPF, as irregularidades envolveram licitações para locação de caminhões, construção de casas populares e reforma de um colégio. O MPF entrou com três ações contra o grupo referente a cada tipo de serviço.
De acordo com a investigação, houve fraude na licitação realizada em 2009 para locação de 20 caminhões. Além disso, o ex-governador também é acusado de favorecer a empresa Cardoso Fernandes Santana Construções Ltda na licitação realizada para construir 100 casas populares em Guanambi. Foram destinados recursos do Ministério das Cidades para a obra.
Segundo o MPF, a empresa era de fachada, não era inscrita junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA) e não tinha empregados. O estabelecimento foi criado para prestar serviços à prefeitura.
Licitação
O ex-governador também é acusado de favorecer a empresa individual Marilu Cardoso de Araújo, que foi contratada por meio de licitação para reformar o Colégio Castro Alves, que fica no distrito de Mutans.
A instituição também foi constituída para participar do certame e não tinha registrado nenhum empregado no dia da assinatura do contrato. O MPF suspeita que não houve concorrência real.
Nilo Coelho assumiu o governo do Estado, entre 1989 e 1991, após renúncia de Waldir Pires.
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