Serra volta a criticar política econômica do governo

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Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil

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São Paulo – Ao discursar hoje (26) para representantes de indústrias de base de São Paulo, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse que é preciso mudar a política econômica mantida pelo atual governo, baseada, segundo ele, em “um tripé de distorções”, com juros muito altos, alta carga tributária e muitos gastos governamentais.

“Essa é a tarefa do novo governo: livrar o Brasil da condição de ter a maior carga tributária de impostos do mundo em desenvolvimento, o menor investimento governamental do mundo de economias mais desenvolvidas e a maior taxa de juros real do mundo. São três campeonatos que, para mim, não dão o menor orgulho. Temos que ganhar a Copa do Mundo, mas não o campeonato de juros mais altos, investimentos mais baixos e impostos mais altos”, afirmou.

Segundo o candidato, esses fatores, aliado também ao câmbio flutuante que, em sua opinião, “só flutua para baixo”, prejudicam o país principalmente a longo e médio prazos. Por isso, sua proposta para corrigir esse “tripé de distorções” seria criar uma política econômica “mais harmônica, formando uma equipe econômica entrosada, homogênea e integrada e com pensamentos semelhantes”.

Serra também disse que pretende manter e ampliar o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que é um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estimular a produção, a aquisição e a exportação de bens de capital e a inovação tecnológica.

O debate com os empresários ocorreu no início da tarde de hoje na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista. Presidentes de associações das indústrias de base e de máquinas e equipamentos entregaram a Serra um documento com reclamações e propostas para o desenvolvimento do setor. As candidatas do PT, Dilma Rousseff, e do PV, Marina Silva, também foram convidadas a participar do evento, mas, segundo a Abimaq, ainda não confirmaram as presenças.

“Estive aqui tomando conhecimento das principais questões que envolvem o setor. Temos que apoiar a indústria brasileira de máquinas e equipamentos porque é uma indústria avançada, eficiente e que está sofrendo uma concorrência desleal de importados. E essa indústria ir bem no Brasil significa mais empregos, que é o que o Brasil mais precisa”, disse Serra.