As questões que envolvem a qualidade e as condições de funcionamento do transporte público em Vitória da Conquista são muitas e estão na ponta da língua de qualquer usuário do serviço: quantidade de ônibus nas linhas, estado de conservação dos veículos, lotação, valor da passagem e mais uma longa lista de problemas que dificultam a vida dos usuários.
Neste cenário, o que parecia despontar como uma alternativa a esta situação, o transporte feito pelas vans, vem funcionando como mais um entrave para a questão. A falta de regulamentação e de fiscalização a este tipo de transporte, além de colocar em risco a segurança dos passageiros, coloca os usuários do transporte público no meio do fogo cruzado entre empresas de ônibus e condutores de vans.
Para entender melhor a situação e as responsabilidades de cada instituição ou empresa nesta questão, o A Gente Diz procurou o gerente da ATUV, Zari Moreira, que esclareceu a função do órgão, e ofereceu um panorama sobre as próximas medidas a serem tomadas com vistas a melhorar as condições do transporte em Conquista.
Segundo Zari Moreira, a Associação dos Operadores do Transporte Coletivo Urbano (ATUV), é responsável pelo controle e pela qualidade do atendimento aos usuários do bilhete eletrônico, do vale trasporte, do passe estudantil, do passe livre, do vale transporte comum e todas as gratuidades. Conforme explica o gerente, através dos postos de atendimento, que agora são 5, e da agência virtual, a intenção é “atender melhor o usuário, ficar mais próximo dele, e trazer a melhor acessibilidade possível, para ele ter comodidade no atendimento e facilidade na aquisição dos nossos serviços”.
A respeito dos investimentos para melhorias na área do transporte público, Zari explica que as empresas são cautelosas, em razão da situação econômica por que o país passa. Além disto, na esfera municipal, o crescimento do transporte alternativo inibe investimentos, já que, como ele explica, “os investimentos na área de transporte trazem muito custo”.
Da parte da ATUV, o gerente se declara otimista e vem desenvolvendo ações e pesquisas no sentido de melhorar os serviços. “Nesse mês de março de 2017, nós já abrimos dois postos de venda no modelo de parceria, e temos intenção de abrir mais 2 ou 3 postos de venda ainda esse ano, na cidade. A gente faz isso através de uma pesquisa, de uma análise de ambiente e de atendimentos que a gente pode realizar no local, e nossa intenção é proporcionar ao usuário os nossos atendimentos aos domingos e feriados, por exemplo. Lá na Urbis VI, nós temos atendimento no sábado, das 8 até às 21 horas e no domingo, das 8 às 13h. Algo extraordinário, novo para a cidade. Nós nunca fizemos venda em domingos e feriados, e agora a gente tem, exclusivamente nos dois novos postos de venda, no modelo de parceria”.
Para o futuro, a ATUV aposta em novas tecnologias como, por exemplo, a biometria facial. “A biometria facial, ela traz saúde ao sistema, então a nossa ideia, junto à diretoria, é incentivá-los a investir desta forma, apesar das dificuldades financeiras que o país inteiro atravessa”.
“Nós conversamos com os diretores, incentivamos eles de uma forma positiva, a sempre investir, e acreditamos no potencial. Mas a gente sabe que, a cada dia que passa, nós presenciamos um quadro cada vez pior em relação ao país, em relação à questão econômica, e tudo o que nós desejamos é que haja investimentos. Mas fica a pergunta: como poderão as empresas de transporte coletivo, através de seus empresários, fazer novos investimentos, se essa perspectiva diminui ao mesmo tempo em que avançam as situações que ameaçam esse crescimento? É muito difícil”, conclui.
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