Juscelino Souza, da sucursal Vitória da Conquista
Luis Tito / Agência A TARDE
Luis Tito / Agência A TARDE
Um discurso improvisado no teto de uma picape de luxo, no centro comercial da cidade, marcou a passagem de José Serra (PSDB) por Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, a 509 km de Salvador, por volta das 16 horas desta sexta-feira, 08. Recepcionado por uma multidão estimada em 5 mil pessoas, segundo a PM – 8 mil, de acordo com os organizadores, Serra foi comedido, quando provocado sobre a falta de propostas para o país durante a campanha e a polêmica em torno do assunto aborto.
Quando ministro da Saúde do governo FHC, Serra assinou norma para realização de aborto pelo SUS em casos de risco de vida para a grávida ou gravidez após estupro, mas agora preferiu justificar a mudança de discurso devido “aos anseios da população”. Segundo ele, “os candidatos colocam propostas para o Brasil, mas as pessoas colocam perguntas e querem saber o que os candidatos pensam, como foi sua vida, o que eles querem e quais são seus valores. Isso não é uma pauta fixada pelos candidatos, mas sim pela população”.
Em tom moderado, pontuando o discurso e medindo as palavras, disse estar pronto a falar tudo o que pensa. “Não tenho nada secreto. Tenho sido muito coerente. Não mudo de ideia de um dia para o outro. Quando a gente muda, chama muito a atenção, mas no meu caso nunca chamo porque minhas ideais são coerentes ao longo do tempo”, disse.
Marina – O candidato voltou a falar sobre o assédio político a Marina Silva, mas negou qualquer tipo de pressão para angariar apoio dos verdes. “Não estamos trabalhando no sentido de constranger, pressionar. Nada parecido. Sou contra porque os partidos, as lideranças como a Marina têm liberdade para decidir, sem qualquer espécie de constrangimento, de assédio, de insistência”.
Ele afirmou, no entanto, que seu eventual governo deverá abraçar projetos do PV. “Vamos abraçar, sim, sem dúvida alguma. Basta lembrar que em São Paulo o PV esteve comigo, tanto na Prefeitura, quanto no governo do Estado”, salientou
Ao som de charanga e num mar de bandeiras de campanha, o público aplaudiu bastante quando Serra empunhou o microfone e fez um jogo de palavras. “Em primeiro lugar quero dizer que vou começar uma luta para mudar o nome da cidade porque aqui começa a conquista da vitória e ela vai abrir outra ainda maior, nos fazendo presidente”, citou.
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