Artigo: A MULHER CONTEMPORÂNEA E SEUS DESAFIOS

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Não está muito distante o dia em que a competência, definitivamente, não será medida pela questão de gênero. Não vai demorar o dia em que não haverá um só lugar onde a mulher não terá o seu espaço garantido. Estamos bem próximos do dia em que não se fará mais comparações entre homens e mulheres. O dia em que homens e mulheres, seres diferentes, mas respeitados igualmente, como pessoas com as mesmas capacidades e dignas da felicidade e da realização plena.

As 4.198 mulheres que integram a Polícia Militar da Bahia estão ai para provar que os desafios estão sendo vencidos no dia a dia. Com garra, determinação e sem perder a graça que a feminilidade garante a cada mulher, vão seguindo em frente sem fugir à luta. Há 20 anos elas, ao lado dos homens, que não acreditavam na força da policial feminina, combatem a criminalidade na Bahia. Ainda são poucas, mas representam o maior efetivo feminino do Brasil em termos proporcionais.

Até mostrar que não chegaram à Polícia Militar para brincadeira, tiveram de enfrentar uma longa trajetória. Eles não acreditavam. Elas venceram, se organizaram e mostraram, mais uma vez, que competência, coragem, seriedade, direitos e deveres assim como compromisso, não tem a ver com gênero. As policias femininas da Bahia estão mostrando que nós mulheres estamos preparadas para todos os desafios do mundo contemporâneo.

Claro que muita coisa ainda tem que mudar. Nossa luta é constante e ainda vamos batalhar muito para conquistar a igualdade plena. Igualdade nos salários e principalmente, o fim da violência contra a mulher que ainda aparece em estatísticas assustadoras e que continua tirando a paz de muitas famílias brasileiras. Contra a violência temos a Lei Maria da Penha e as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam).

E por falar nas Deams, há 24 anos foi criada a primeira delegacia espacial para a mulher na Bahia. Uma conquista pra lá de relevante. A partir daí outras vieram para o interior do estado e começou a fazer a diferença no tratamento à mulher vitima de violência. Se por um lado comemoramos a sua criação, por outro lamentamos a falta de investimento por parte do governo do Estado para que elas funcionem na sua plenitude. Para que cumpram o seu papel original de defender a mulher no seu direito mais sagrado: a vida.

Essa é mais uma luta que temos de enfrentar pelos próximos dias, meses e anos. Vamos esperar que não seja por muito tempo. Vamos continuar lutando para que as Delegacias Especiais de Atendimento a Mulher na Bahia possam fazer valer a Lei Maria da Penha. Para isso é preciso mais compromisso dos governantes no aparelhamento das delegacias,com mais pessoal e profissionais capacitados para exercerem a função de defender com veemência os direitos  femininos, os direitos da maioria da população baiana.

Mas não são essas dificuldades que vão nos fugir à luta. Vamos lutar por melhores condições para nossas delegacias e por mais respeito e mais espaço para nossas policiais. São as soldados, capitão e sargentos, delegadas sejam das delegacias especiais ou não, que nos mostram, todos os dias, a força da mulher contemporânea. Por hora vamos comemorar os 20 anos de história da Polícia Feminina na Bahia e os 24 anos da criação das Delegacias Especiais da Mulher. Mas que fique claro: a luta continua.

* Marizete Pereira é deputada estadual pelo PMDB

MARIZETE PEREIRA