Moçoila de seus 14 anos deslumbrava os homens pelo seu corpo escultural, pela beleza e elegância. Seu charme suas qualidades encantadoras e porte esbelto atraíam os olhares de todos. Insinuava-se para captar a simpatia e favores dos que lhe interessasse visando o sustento de sua vaidade.
Os moralistas achavam-na uma sirigaita; os mais ousados e modernosos adoravam-na pelo jeito liberal de se exibir.
Os pais tiravam o sustento de trabalho não especializado, viviam modicamente num ambiente de pobreza e não tinham condições de alimentar o desejo da filha vaidosa.
Diante dessa situação, a menina se prostituiu escolhendo a leviandade como meio de vida, passando a se relacionar com homens ricos e casados, que segundo ela, mantinham total discrição. Eles a sustentavam e atendiam às suas necessidades quer pessoais de ostentação, de embelezamento e outras indispensáveis à vida humana, em troca de favores libidinosos.
Os genitores sabiam que a filha, por não laborar, não tinha condições de suprir a casa como o fazia. Tinham consciência do que ela praticava. A extrema pobreza os obrigou a fazer vista grossa sobre o assunto e não intervinham nas atitudes da filha.
Frequentava um ambiente que exigia a dedicação aos estudos para atender as suas carências de saber. Precisava impor os seus conhecimentos demonstrando as suas qualidades intelectuais de forma a impressionar aos do círculo de suas amizades.
Nesse ínterim a menina-moça tornou-se menina-mulher ao engravidar por falta de prevenção. Ocorre que ficou na dúvida de quem seria o pai do rebento. Vaidosa, tentou, então, um aborto clandestino, um perigo e crime tanto de quem se submete quanto de quem o pratica em desobediência às leis, seja médico ou curioso.
Adulta, com status diferenciado, formada, mudou de vida e encarou a realidade. Teve uma filha, bonita tal qual a si própria, vaidosa e de maneiras espevitadas que constrangiam os demais. Era a sua preocupação.
Arrependida de ter tirado a vida de um inocente, sonhava amamentando, imaginando a feição do rebento se homem ou mulher. Carregava consigo um peso de consciência que a atormentava. Tentava dar a filha outro entendimento para que não cometesse o mesmo erro que praticara quando jovem, e hoje, motivo de constrangimento moral, pondo-lhe o espírito em tortura.
Muito dedicada, receava que a filha se enveredasse pelos caminhos das drogas e comportamentos antissociais reprocháveis, dando-lhe conselhos para levar uma vida decente, evitando as mazelas e a impetuosidade da juventude rebelde.
A mãe via a filha com outros olhos, concluindo que “a vida não é o corpo, da mesma forma que a água não é o copo que a contém” orientando-a a evitar as más companhias.
“Nossa vida não é composta simplesmente por atitudes, mas também por sentimentos, pensamentos e palavras que são, acima de tudo, os antecessores e os propulsores de todo o procedimento e de cada ação” (provérbio).
O destino se encarrega de conduzir as pessoas para outros caminhos conforme a tendência de uma nova expectativa. O passado morre, o presente vive-se, o futuro é uma incógnita, a Deus pertence. “O tempo é o senhor da razão”.
Quem dá bons conselhos espera um retorno positivo. Os adolescentes não podem deixar que a vulgaridade tome conta de suas ações. Apesar de toda rebeldia da idade, o bom senso deve prevalecer. A desobediência é uma característica humana, especialmente dos jovens, ela vem desde a criação do mundo quando Adão e Eva desobedeceram a DEUS. Diante desse fato tudo pode acontecer.
É imperioso que os pais imponham limite aos filhos. Há algo que vai além da natureza humana, daí precisarem de uma educação adequada de forma a reconhecer e buscar o que é moralmente bom em todos os seus atos a fim de serem capazes de tomar as decisões corretas, absorvendo as instruções voluntariamente pela persuasão e não pela imposição.
Antonio Novais Torres
Brumado em 28/8/2010.
Revisado
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