Poderíamos compreender a lógica e a grandeza da mente de Deus?
Uma lídima maneira de a pressentirmos é analisando a infinitude da sua Sabedoria.
Poderia uma bactéria compreender a lógica da mente humana?
Este é o décimo ensaio da obra “21”
Poderíamos compreender a lógica e a grandeza da mente de Deus?
Sobre este tema apaixonante, eis o que tenho a discorrer!!!…
Estamos sós? Existirão outras civilizações no Universo? Estas perguntas no momento são respondidas por nossa ciência com um vigoroso “Não sabemos!”. Por quais motivos estamos sós? Até quando ficaremos neste isolamento! A lógica mais simples nos diz que não estamos sozinhos na colossal dimensão do Cosmos. Já disseram que: seria um imenso desperdício de espaço e de mundos, se somente a Terra fosse habitada por uma espécie inteligente. Todo o nosso Universo conhecido, a que chamamos também de “Cosmos”, contém um número infindável e incontável de galáxias, e cada galáxia um vastíssimo número de Sóis. Nossa galáxia não é das maiores e assim mesmo contém em torno de 400.000.000.000 (quatrocentos bilhões) de Sóis. O diâmetro de nossa galáxia é de 100.000 (cem mil anos-luz), a dimensão do espaço percorrido pela luz em um ano equivale a 9.467.280.000.000 (nove trilhões quatrocentos e sessenta e sete bilhões e duzentos e oitenta milhões) de quilômetros. Multiplique este número por 100.000 (cem mil) e, talvez, você tenha um vislumbre, uma pálida ideia da enormidade do diâmetro de nossa galáxia. Na realidade, nenhuma mente humana pode conceber uma dimensão dessas.
A astronomia moderna já descobriu mais de duzentos planetas em outras estrelas, ou seja, duzentos novos sistemas solares, no entanto nenhum com as mesmas características físicas do Planeta Terra, onde seja possível existir vida, pelo menos, vida como nós a conhecemos. Todos estes novos planetas descobertos possuem massas descomunais com altíssima gravidade, altas pressões atmosféricas e altíssimas ou baixíssimas temperaturas. Nesses ambientes, não é possível existir água em forma líquida, algo extremamente necessário para o surgimento e posterior manutenção da vida.
O astrônomo e biólogo americano Carl Edward Sagan, na década de 1970, viabilizou um projeto com o nome “Search for Extraterrestrial Intelligence at Home” (SETI), ou seja, numa tradução livre: busca de inteligência extraterrestre em casa. Este projeto engloba um grande número de radiotelescópios em todo o mundo e de todos os tipos, que envia sinais de rádio para o espaço exterior e fica na escuta permanente de sinais de rádio emitidos supostamente por vida inteligente, que acaso exista no Cosmos. Nunca captou nenhum sinal de rádio de uma fonte inteligente. Sem falar da rede mundial de computadores, onde astrônomos amadores e leigos disponibilizam a parte ociosa de seus CPUs para que, por meio de programas inteligentes, permanentemente o SETI analise as ondas de radiações cósmicas disponibilizadas pelo mesmo SETI. Estes também nunca tiveram a sorte de detectar um único sinal inteligente. Agora esta busca funciona através do projeto BOINC da mesma universidade de Berkeley na Califórnia.
Como disse um poeta em seus versos Estamos sós, ao descrever a nossa solidão dentro do Cosmos: “O projeto SETI da universidade de Berkeley teve uma grandiosa resposta das estrelas! Um imenso, imorredouro e sepulcral silêncio…”
Só começamos a emitir sinais de rádio fortes o bastante para penetrar nas profundezas da galáxia na década de 1930. Portanto, só penetramos na galáxia, 78 (setenta e oito) anos-luz, o que é um quase nada, se comparados aos 30 mil anos-luz até o centro da galáxia ou aos 20 mil para a borda. Mas, assim mesmo, já penetramos bastante e não recebemos nenhuma resposta. Será que há outra espécie inteligente na galáxia? Pelo menos já bastante desenvolvida, para que possa nos enviar de forma intencional, ou não, uma resposta em sinais de rádio audíveis e inteligíveis? Tudo nos leva a crer que estamos irremediavelmente sós! Pelo menos, em nossa galáxia. Mesmo se houver uma só espécie inteligente por galáxia, o número de espécies é incontável, chegando a um número extremamente grande, este número chega a 125 bilhões. Veja o link: http://veja.abril.com.br/130199/p_090.html
A NASA calculou a dimensão do raio do nosso Universo visível e chegou à conclusão de que este número está próximo de 13.700.000.000 (treze bilhões e setecentos milhões de anos-luz), pois esta é a distância de um corpo emissor de luz mais distante que o telescópio Hubble detectou. No entanto, esta mesma ciência nos confessa que esta fonte de luz está tão somente no limite da nossa observabilidade e que, se chegarmos a este limite, é provável que dali vejamos mais 13,7 bilhões de anos pra frente e, ao chegarmos a este novo limite, vejamos mais 13,7 bilhões de anos-luz pra frente, isso ad infinitum! Portanto, desconhecemos completamente a real dimensão do nosso Universo. Pudera! Como dizia o maior filósofo brasileiro, Ruberto Hohden: “Através dos óculos da nossa finitude humana enxergamos a Infinitude Divina, visualizando-a assim como nós somos, mas não assim como ela é”.
Há mistérios no Universo que nós, como simples humanos, não conseguimos compreender. Se seguirmos o raciocínio dos Universos visíveis “semi-finitos” e adjacentes, a teoria do Big Bang cai por terra num piscar de olhos, e para onde se dirigirão os olhos e a lógica da nossa frágil “ciência” Cosmoslógica? O infinito esmaga o homem, seu orgulho e sua nascente “ciência” Cosmoslógica, se é que a podemos chamar de ciência! A NASA, de posse de poderosíssimos computadores, está fazendo o mapa do Universo, mas como é possível fazer um mapa de algo desconhecido? É de supor que estão tentando fazer o mapa do Universo visível.
Para compreender o porquê da impossibilidade de fazer o mapa completo do Universo, é necessário que se conheça, pelo menos de forma sucinta, a moderna teoria da expansão do Universo. Vejamos de forma bem concisa! No século passado (1929), um astrônomo americano de nome Edwin Powell Hubble descobriu, ao analisar a luz emitida por galáxias distantes, um fato que assombrou o mundo científico: o nosso Universo estava em expansão e numa expansão em alta aceleração! De forma quase artesanal, (comparada com a tecnologia atual), Hubble, com um rudimentar espectrômetro, descobriu, abismado, que as ondas eletromagnéticas, na faixa visível da irradiação eletromagnética, que chamamos de luz, luz esta, oriunda das galáxias, estavam todas desviadas para a faixa do vermelho do espectrômetro – a luz se comporta como o som em consonância com o efeito Doppler e, como na luz, isto só é perceptível se o deslocamento possuir valores altíssimos. Isto assombrou os astrônomos. Nosso Universo simplesmente se expandia a taxas elevadíssimas! De forma simples e em linguagem leiga, a coisa funciona mais ou menos assim: conforme a teoria do Big Bang, considerando que o Universo está em expansão, um dia no passado, esta expansão teve um início. Ora, retroagindo esta expansão, chega-se, por lógica, ao início desta expansão, e, nesse início, toda a matéria do Universo esteve contida num ponto infinitesimal, a que os astrofísicos chamam de singularidade. Por não haver plural, tudo era uno, não havia um duplo, nem dois átomos, nem dois elétrons, nem dois nada! Toda massa do Universo era una! Una e na forma de energia. Portanto, uma singularidade. De acordo com a física newtoniana, se um ponto infinitamente pequeno, extremamente maciço se expande sem nenhuma influência de forças externas, esta expansão se dará na forma radial, portanto nosso Universo se expande na forma esférica, como uma bola! Descobriu-se que a expansão se dá de forma exponencial, assim quanto mais próximo da superfície da esfera em expansão mais velocidade possui e, ao contrário, quanto mais próximo do centro da esfera menos velocidade possui. Considerando que o nosso Universo visível possa ter um raio máximo de 20 bilhões de anos-luz e, considerando que as velocidades das galáxias são proporcionais a suas distancias ao centro do Big Bang, então a coisa funciona mais ou menos assim: um objeto a um bilhão e meio de anos-luz do Big Bang teria uma velocidade de 0,5% da velocidade da luz; outro, a 3 bilhões, já teria a velocidade de 6% da velocidade da luz; outro que estivesse a 6 bilhões de anos-luz já estaria com uma velocidade equivalente a 12% da velocidade da luz; outro que estivesse a 9 bilhões já estaria a 25% da velocidade da luz; outro, a 12 bilhões de anos-luz do centro do Universo, já estaria com 65% da velocidade da luz; outro que estivesse a 18 bilhões de anos-luz do centro do Universo já teria alcançado ou até mesmo ultrapassado a velocidade da luz. Assim, os corpos que estivessem a esta distância e alcançassem a velocidade da luz não mais emitiriam fótons de luz em direção do centro da expansão, ou seja, na direção onde ocorreu o Big Bang, pois levariam estes fótons consigo, em sua desabalada carreira pelo espaço em expansão, portanto seriam invisíveis a quem estivesse à sua retaguarda, e, como estamos à sua retaguarda, não mais os veríamos, portanto já teriam ultrapassado o limite visível do nosso Universo. Assim deduz-se que o nosso Universo teria um raio máximo visível de 18 (dezoito bilhões de anos-luz), que pode ser arredondado para vinte bilhões. Dizem que é muito difícil um cientista escrever para leigos, e deve ser mesmo, para compensar, descobri abismado que para um leigo que possua um pouco de conhecimento científico, torna-se facílimo escrever para leigos! Daí, viria o sucesso dos escritores de ficção científica, que não são cientistas.
Sabe, a ciência é meio bronca! Se os corpos mais distantes que o telescópio Hubble já captou, estão a 13,7 bilhões de anos-luz da nossa galáxia e, como o nosso Sistema Solar já tem em torno de 5 bilhões de anos de formado, é de se esperar que já estejamos distantes do Big Bang a, pelo menos, 7 bilhões de anos-luz, que, somados aos 18 do limite do Universo visível, nos dará um raio de 25 bilhões de anos-luz para o Universo visível. Tem-se que compreender que este é o limite do Universo visível e que, segundo a “ciência” Cosmoslógica, quando um observador atingir este limite do Universo visível, terá pela frente mais um raio de 25 bilhões de anos-luz para atingir o novo limite do seu novo Universo visível! É bom lembrar que consideramos o todo do Universo com a forma esférica.
Tem algo de incoerente neste postulado dos Universos visíveis subsequentes da Cosmoslogia! Segundo o principal postulado da lei da relatividade restrita e geral, a velocidade da luz é constante com relação a qualquer observador em qualquer Sistema Coordenado (SC). A lei da relatividade não pode ser quebrada sob pena da teoria do Big Bang se esboroar. Um observador no SC do primeiro limite do Universo observável ou visível estará na velocidade da luz igual a “c”. Portanto, como será a expansão deste novo limite do segundo Universo visível? E em que velocidade estará o terceiro limite de mais um novo Universo? Na proposição do nosso Universo observável, há uma gritante dissonância com a lei da relatividade de Einstein. Salvo se o Universo tiver sido feito por uma mente altamente inteligente e pouco estivesse preocupada com nossas preocupações, ilações, teorias e proposições Cosmoslógicas! O motivo maior da “imensurabilidade” do Universo, nos revela o seu propósito numa simples constatação! A mente que o fez o fez para ser habitado! E, se o fez para ser habitado, sabia quem o habitaria! E de que, quem o habitaria seria uma espécie como a nossa, guerreira, destruidora e desbravadora e que, num futuro distante, esta espécie tentaria se expandir e dominar todo o Cosmos! Assim a “Mente” fez o Universo imensuravelmente grande e em expansão, colocando cada semente desta espécie em sua própria galáxia, tão distantes umas das outras que cada espécie estaria confinada em sua própria galáxia para todo o sempre. Esta Mente deu livre arbítrio a cada espécie até mesmo para colonizar a galáxia ou, mesmo, para se autodestruir, mas o colocou de forma que nunca pudesse interferir na existência de outra espécie em outra galáxia. Esta é uma das inumeráveis marcas que denunciam a presença da “sabedoria” da Mente que engendrou o Universo. Mente esta a que chamo humildemente de “DEUS”.
Escrevi este singelo ensaio tentando responder a uma instigante pergunta feita por meu amigo de Itambé, Luciano Ferraz, por sinal muito inteligente: por que você, a despeito de ser versado em ciência, acredita tanto na existência de Deus? Eis aqui, meu caro amigo, uma das minhas infinitas e instigantes respostas…
As incoerências pertinentes à física de partículas (FQ ou MQ) também as encontramos na ciência que trata da física do Cosmos, a que chamamos de Cosmoslogia, que, por não ser “experienciável” (os cientistas, às vezes nem a consideram uma ciência), seria então, pura metafísica…
Acredito que a Mente que engendrou o Universo pouco se ateve ou se importou com as dúvidas ou a lógica das suas futuras e irrequietas criaturas.
Deo gratias!
Vitória da Conquista, Bahia, 14 de maio de 2008.
Ensaio revisado e atualizado em novembro de 2010
Edimilson Santos Silva Movér
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