Após um período longe dos gramados, o Serrano Esporte Clube, de Vitória da Conquista sob a direção do empresário Kléber Avelino da Cruz, conseguiu quitar as dívidas de gestões anteriores e se reergueu. Mesmo estando na segunda divisão, o time já estava sendo mais estimulado com uma política inovadora. Em entrevista exclusiva ao site “A Gente Diz”, o diretor explica os motivos que o levaram a deixar a direção do Serrano na metade da gestão e avalia como foi a experiência de trabalhar com o time.
Sara Reis (A Gente Diz) – Por quanto tempo você dirigiu o time?
Kleber Avelino – Por dois anos. Minha gestão vai até 2011, mas abri mão do Serrano e a partir de agora a direção fica por conta de Climério.
Gildásio Amorim (A Gente Diz) – Qual foi o resultado que você teve como presidente de um time profissional como o Serrano? E como está hoje este time?
Kleber Avelino – A importância do Serrano é muito grande para mim, porque sou apaixonado por futebol, como a maioria dos brasileiros. Eu só tinha contato com futebol como patrocinador de time, no caso, o Poções, eu já tinha sido o diretor de comunicação do Poções e daí veio o convite de ser diretor do Serrano. A minha principal contribuição no Serrano foi uma política de servir ao próximo, servir os amigos de Comunicação dentro do Lomanto e resgatar o nome do time, que estava totalmente desacreditado tanto no mercado de futebol, como comercialmente. E a partir de um momento o Serrano pagou todas as dívidas deixadas por outros dirigentes, então começamos um novo trabalho, onde encontramos uma nova forma de tratar os jogadores com palestras, acompanhamento com fisioterapeutas, médicos e de empresários que fizeram parte desta gestão que foi Nilson Natal, Climério e Marival, da Casa do Fazendeiro, estas foram as pessoas que apoiaram de forma mais expressiva.
Gildásio Amorim (A Gente Diz) – A cidade possui dois times profissionais, o Serrano e o Conquista, eu gostaria de saber se a gestão pública dá um apoio a estes times e também há uma dificuldade de angariar recursos?
Kleber Avelino – Infelizmente o futebol ainda não se tornou auto-sustentável, então há uma dificuldade muito grande de torná-lo economicamente viável, principalmente quando o time está na segunda divisão. Se não for o apoio financeiro da própria diretoria nada é viabilizado. Então a única contribuição que a prefeitura dá é a disponibilidade do campo. Mas não sei se isso é necessário, talvez ela possa ajudar fazendo uma melhoria no estádio, construindo uma área para restaurante, melhorando a pavimentação e a ornamentação do local. Enfim, criando uma estrutura melhor para o torcedor e sua família, para que ele possa não apenas assistir ao jogo, mas para gerar no torcedor um maior interesse em ir ao estádio.
Gildásio Amorim (A Gente Diz) – Mas em relação ao apoio do poder público na formação e novos atletas, o que poderia ser feito para incentivar mais a prática do esporte?
Kleber Avelino – Acredito que não é viável para poder público. A não ser um trabalho com crianças, para elas estudarem e praticarem algum tipo de esporte, para futuramente seguirem.
Gildásio Amorim (A Gente Diz) – Houve dificuldade para você constituir um plantel no Serrano durante a sua gestão?
Kleber Avelino – Com certeza, na verdade, um plantel é muito definido com a condição de investimento que você tem naquele momento. Se você tem um grande recurso, você pode contratar grandes jogadores, mas se não, você se limita a seu poder econômico daquele momento.
Gildásio Amorim (A Gente Diz) – Em Vitória da Conquista houve algum talento que você pode destacar?
Kleber Avelino – Apesar de ter sido descoberto um pouco tarde, temos o Léo Andrade que passou pelo Serrano, eu acho que é interessante, é prata da casa e outros nomes que vieram de outras cidades, como Johnny .
Sara Reis (A gente Diz) – O que o levou a deixar a gestão do time ainda restando dois anos?
Kleber Avelino – O Serrano me ocupou mais tempo e mais investimento do que o esperado. Infelizmente, às vezes você monta um grupo e pouca gente vem a agregar a você que quer fazer um trabalho, o resto é muita gente prometendo muita coisa, mas na hora de produzir, são poucos os interessados. Também devido a ter outras prioridades para o ano de 2010, pois quero me candidatar a algumas coisas ligadas ao mundo empresarial, formando o G12 – líderes da Bahia, que é um grupo empresarial na área de saúde, pois estando juntos poderemos equilibrar essas forças e conquistar esse mercado da área de saúde.
Sara Reis (A gente Diz) – Você comentou antes da entrevista que costuma ser muito criativo e como utilizou isto no time?
Kleber Avelino – Infelizmente não consegui utilizar muito a minha criatividade no time, não sei se devido a ser muito democrático e não ser autoritário. Por exemplo, eu queria implantar a cobrança de lateral para todos os nossos atletas. Mas tive dificuldades com os técnicos e jogadores, pois muitos destes não esforçavam e passaram sem deixar lembranças. Além disso, havia a torcida organizada das meninas, que posteriormente foi copiada pelo outro time, entre outras ações realizadas por nós.
(Por Gildásio Amorim e Sara Reis)
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