EFE e Agência Brasil
>> Confira a íntegra do discurso de Dilma
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, destacou neste sábado, 1º, em seu primeiro discurso após assumir o cargo de Presidente da República, que pela primeira vez uma mulher usará a faixa presidencial e prometeu ´governar para todos`. “Meu compromisso é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos”, disse Dilma, após ser empossada.
Dilma Rousseff e Michel Temer foram empossados como presidente e vice-presidente do Brasil em cerimônia realizada no Congresso Nacional, sob o juramento “prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
Em seu primeiro discurso, Dilma ressaltou que colocará ênfase na continuidade da obra de Lula, especialmente nos programas sociais que o fizeram deixar o poder com uma popularidade recorde de 87%. “A luta mais obstinada de meu Governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”, expressou Dilma ao reiterar uma promessa que fez durante a campanha eleitoral.
“Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte”, garantiu a presidente, ao assinalar que no Governo de seu mentor houve uma grande “mobilidade social”, mas lembrou que ainda existe a pobreza que “envergonha nosso país e impede nossa afirmação plena como povo desenvolvido”.
Faixa – Após a cerimônia no Congresso, a presidente seguiu até o Palácio do Planalto, onde recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a faixa de presidente da República. No parlatório do Palácio do Planalto, a presidente fez um discurso emocionado, no qual falou da “mistura” de sentimentos com a sua posse e, ao mesmo tempo, com a despedida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Conviver todos esses anos com o presidente Lula me deu a dimensão do que é um líder apaixonado pelo seu povo. A alegria que sinto pela minha posse se mistura com a emoção de sua despedida”, disse Dilma, durante o seu pronunciamento à nação, logo após receber a faixa presidencial das mãos de Lula.
Homenagem – Dilma também homenageou o ex-vice-presidente José Alencar, que não pôde participar da posse por problemas de saúde, citando-o como um “exemplo de coragem e de amor à vida”. Alencar luta há 18 anos contra um câncer no intestino e está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ao falar dele, Dilma recebeu aplausos da multidão que se concentrava em frente ao Palácio do Planalto.
A presidenta considerou ainda que sua eleição foi mais uma “ousadia” da sociedade brasileira, que oito anos atrás colocou um operário no poder. “A vontade de mudança de nosso povo levou um operário à Presidência do Brasil. Seu esforço, sua dedicação já estão gravadas no coração de cada brasileiro. A força dessas transformações permitiu que vocês, o povo brasileiro, tivessem uma nova ousadia, colocar pela primeira vez uma mulher na Presidência do Brasil”, disse.
Ela destacou que não se trata de uma conquista pessoal, mas coletiva. “Minha eleição vai além da minha pessoa. A valorização da mulher melhora nossa sociedade e valoriza a democracia”, afirmou.
Dilma recorreu a uma citação de Indira Ghandi para dizer que “estenderá as mãos” aos aliados e também àqueles que estiveram em posições contrárias nas eleições. “Uma mulher, uma importante líder indiana disse que não se pode trocar um aperto de mão com os punhos fechados”, disse a presidenta ressaltando que não espera que “ninguém abdique de suas convicções” mas que o debate em torno nas questões nacionais seja “civilizado, sem ressentimentos”.
Público – Mais de 200 pessoas estavam na via de saída da Granja do Torto no momento em que Dilma deixou o local. Entre eles, três uruguaios. “É um luxo para toda a América Latina ter uma mulher como Dilma Rousseff entre seus presidentes. Assim como o nosso presidente, ela dará continuidade aos avanços recentes, principalmente na América do Sul. O Uruguai está atento e orgulhoso pelo dia de hoje, que é muito importante para a reafirmação da democracia em nosso continente”, disse a uruguaia Jarmin Nuñez, 45 anos, que está no Brasil desde o dia 22 de dezembro.
Durante o trajeto, Dilma teve, entre os 12 batedores da Polícia Rodoviária Federal, seis mulheres. Dilma fez todo o percurso acompanhada da filha, Paula Rousseff. Ao chegar na Esplanada dos Ministérios, foi recebida pelo vice-presidente eleito, Michel Temer, e seguiu em carro aberto, escoltada por batedores do Exército e pela Polícia Federal.
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