“Ensinar-aprender é um aprofundamento do Amor no Outro” A. Bottom
E quem haverá de negar a ubiquidade quase instantânea dos fatos ocorridos neste mundo com “elethronic devices” nas mãos? A atenção humana está a cada instante espargindo-se e compartilhando dados não analógicos, fugidios ou efêmeros como o piscar estelar nos céus sem fronteiras. Os limites do mundo são apresentados pelas linguagens: os limites das linguagens são indicados pela lógica econômica e política na sociedade, refletiu Ludwig Wittgenstein.
Os fluxos informacionais sucessivos empolgam com êxtase, não permitindo até mesmo golpes-de-vista nas imagens ou vultos ambíguos exponenciais. O olhar estudantil não tem intervalo para o espanto ou a cognição reflexiva porque sem um foco a imaginação não acontece! “O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo”, declama Manoel de Barros. O mergulhar da atenção no mundo digital cristaliza a evolução do pensar-novo.
Com este preambulo semiótico, apresentei a atitude disruptiva do filosofo-professor Michael Sandel, durante suas aulas alentadas e magistrais na Harvard University desautoriza: “No smart-phone allowed in my class!”. Por conseguinte, a “novilingua algorítmica” e a sua introjeção acadêmica na consagrada instituição em Cambridge-Boston, foi interrompida por esta censura pedagógica e comportamental. A proibição dos celulares, nas aulas do renomado escritor, se distingue da norma.
Eis aqui o seu argumento didático “outstanding”: a cognição recriadora do conhecimento lecionado pelo docente, durante as aulas, precisa das mentes com a atenção focada. Sem a áudio-visão concentrada, o cognitivo não apreende; porque haverá a “solução-de-continuidade” no curso do pensamento e a imaginação será interrompida. A distração sobre a tela-screen na aula, embota a imaginação desde os primeiros minutos da prestigiosa preleção.
O corolário pedagógico: o ensinamento na aula não suscitará a imaginação criativa “insights” porquanto não apreendido em sua plenitude presencial. O conhecimento tem os limites da ciência e história; mas a imaginação humana faz fronteira com o universo, elucubrou o cientista Albert Einstein. A relação docente-discente está entremeada por imagens-áudios de aplicativos e protocolos, distanciando a efetiva aprendizagem da eficaz transcendência do status-quo no aprendiz.
Quando o professor ensinará a si mesmo, deixando o celular na diretoria da instituição? Quem libertará o ser humano da sua bolha digital onipresente? “Tão longe… de mim distante… onde irá… onde irá o teu pensamento?” O compositor talvez não fizesse esta melodia romântica nos dias de hoje, pois sem o devaneio sentimental na sua amada não haveria espaço-tempo para uma saudade amorosa.
Marcos Luna, medico-escritor, pós-graduado Harvard University-UFBA e-mail:[email protected]
o prof Doutor Marcos – é Conquistense atua profissionalmente em Salvador e Vitória da Conquista, Em Conquista – Assumiu uma importante tarefa, viabilizar as estruturas e condições para a implantação do curso de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória da Conquista, que em breve será instalada.
Este Artigo foi publicado no Jornal a Tarde e demais mídias especializada na Capital – agora aqui no Portal de Noticias A gente diz
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