Dentre oito estados monitorados, a Bahia foi o que mais matou mulheres em 2023. Foram 129 assassinatos, conforme aponta a publicação anual “Elas Vivem: liberdade de ser e viver”, divulgada nesta quinta-feira (7) pela Rede de Observatórios, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).
A liderança quilombola Mãe Bernadete, assassinada em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador (RMS), inclusive, é uma das homenageadas da quarta edição da publicação, assim como a artista venezuelana Julieta Hernández, morta enquanto viajava de bicicleta, no Brasil, e outras vítimas de violência no ano passado.
Ao todo, de acordo com os dados do boletim, 3.181 mulheres foram vítimas de eventos de violência de gênero em 2023, nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. O número representa um aumento de 22,04% em relação a 2022, quando o Pará não integrava o monitoramento, e o estado do Amazonas ingressou na Rede este ano de 2024. Isso significa dizer que ao menos oito mulheres foram vitimadas por dia, no Brasil, em 2023.
São Paulo é o único estado monitorado a ultrapassar mil casos de violência – um aumento de 20,38% (de 898 para 1.081) – e liderar com folga para o segundo colocado Rio de Janeiro, que registrou um aumento de 13,94% (de 545 para 621).
Na região Nordeste, o Piauí assustadoramente registrou cerca de 80% de aumento nas violências de gênero de um ano para o outro; a Bahia lidera os homicídios de mulheres (129); Pernambuco tem o maior número de feminicídios na região (92); Ceará é o principal em transfeminicídios (7) e o Maranhão lidera os crimes de violência sexual/estupro (40 ocorrências). No Norte, o Pará desponta com altos números em seu primeiro ano de monitoramento (224 eventos violentos).
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