DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR Nº 10
21º ensaio da obra “21” (A realidade e a memória)
A “REALIDADE”.
Segundo uma concepção holística, o que percebemos como “Realidade” com certeza, não é a “Realidade”!
A “MEMÓRIA”.
Segundo a ressonância mórfica, sem nossa memória nada somos! Ou seríamos somente nossa memória?
Por Edimilson Santos Silva Movér
PRIMEIRA PARTE
Não me proponho a elucidar neste último artigo da obra 21 dois enigmas tão complexos como a “Realidade” e a “Memória”, o que faço é arranhar levemente suas superfícies; estes são os enigmas mais obscuros e complexos até hoje apresentados à nossa inteligência. Abordo o assunto “Realidade” de forma heurística. Quanto ao assunto “Memória”! Valho-me de um artigo escrito sobre o tema pelo administrador da rede Psi Dr. Adalberto Tripicchio, isto, por nós estarmos (eu e o Tripicchio), completamente de acordo com a teoria do Sheldrake. Quanto ao tema “Realidade”, por ser completamente impossível a ciência levá-la aos laboratórios e dissecá-la com minudência, sou obrigado a me contentar com meus próprios raciocínios, fruto de meus estudos filosóficos e metafísicos! Não julgo ser este um assunto para ser tratado adequadamente pela ciência oficial, pelo menos no seu atual estado de desenvolvimento. Um estudo da “Realidade” seria mais compreensível se se tratado de forma filosófica ou mesmo sob um enfoque metafísico. O tema é deveras interessante, no século VI (a.C.) os filósofos pré-socráticos já tentavam elucidar e entender esta nossa antiguíssima companheira. Ou seja, já percebiam que: o que viam como “Realidade” não era a “Realidade”, Na atualidade o que temos conseguido com a abordagem científica ao invés de trazer novas luzes, nos traz são “limites” mais próximos da imensa escuridão que cerca o tema “Realidade”, assim, quanto mais a analisamos mais nos afastamos da dita “Realidade” e mais nos aproximamos da escuridão que cerca o tema. Não é possível levar a “Realidade” ao reducionismo cartesiano, o “Todo” não é factível de tal fracionamento. Ao levarmos a “Realidade” a uma análise, só conseguimos estudá-la de forma unilateral, pois, cada Ser a analisa como sua própria “Realidade”. O mesmo ocorre com as várias formas científicas com que podemos analisá-la. Se a analisamos com as ferramentas da física quântica teremos uma visão quântica da “Realidade”, se com as ferramentas da psicologia teremos uma visão psicológica da “Realidade”, esta visão psicológica nos retorna à mesma visão newtoniana do cotidiano. O que torna uma abordagem sob a física de Newton completamente desnecessária, pois, nós fomos moldados, no contexto desta física. Só compreendemos o nosso existir dentro da “Realidade” do mundo newtoniano. Se a analisamos com o aparato do holismo, ou visão sistêmica do Bertalanffy (Ludwig Von Bertalanffy, 1901-1972, biólogo alemão, que em 1937 completou e expôs a teoria geral dos sistemas), obteremos uma “Realidade” holística, o que nos oferecerá, (creio eu), uma visão de uma realidade mais integrada ao universo como um todo. Creio que nossa “Realidade” do cotidiano seja uma “Realidade” com características para ser analisada somente sob as luzes da física newtoniana, o que por si mesmo é um paradoxo. Como um ente de infinitas facetas se revelaria a uma ciência de uma única face dupla! Sendo esta única face dupla a matéria e o seu conseqüente movimento! O problema é que a análise da “Realidade” feita com as ferramentas da física de Newton nós o fazemos a todo instante, pois, somos parte inalienável desta física! Creio que são justamente as leis físicas do mundo newtoniano que distorcem nossa visão e entendimento do real! Este raciocínio se fundamenta no fato de que nossos organismos foram formados num ambiente em que a física de Newton age com liberdade total! Existem ambientes no universo que quase não permitem o movimento. Nestes ambientes a física newtoniana ainda seria válida? Num ambiente muito adverso, creio que não! Por exemplo: na superfície de uma estrela como Arcturus, uma das maiores que conhecemos, em que na sua superfície a temperatura está em torno dos 5 milhões de graus C, e seu diâmetro passa dos 40 milhões de quilômetros, onde sua gravidade é tão grande que sua superfície chega a ser lisa e uniforme, neste ambiente a “Realidade”, não seria a nossa “Realidade”. Mesmo no ambiente físico newtoniano há outras variadas formas de “Realidade”. Procuremos outras visões de “Realidade”, e as encontraremos aqui mesmo em nosso mundo, de todas as visões da “Realidade”, a visão religiosa ocidental é a mais atomista, mecanicista, dura e distorcida de todas! As religiões ocidentais, talvez por tradição, não podem crer e muito menos oferecer uma visão sistêmica da “Realidade”, sob pena de verem seus templos às moscas, pois as religiões ocidentais, filhas do “moiseismo” judeu, e este, filho das antigas tradições e crenças sumerianas, ao adotarem uma visão diferente da “Realidade” do cotidiano elas se esboroam. A única exceção encontra-se na doutrina espírita, o principal conceito espírita se fundamenta no imaterial, sendo o plano material tratado como irrelevante. O contrário ocorre com os outros ramos da fé ocidental. Lembrem-se do que ocorreu quando Galileu iniciou a montagem de uma nova “Realidade” para o sistema do mundo! A religião ocidental será a última organização a aceitar um novo conceito de “Realidade”, se algum dia o mesmo for descoberto e aceito.
Na atualidade um ramo da ciência (neste caso a biologia), desde o princípio da década de 80 do século passado vem propondo uma nova “visão de mundo”. Se à medida que avançarem os estudos sobre a ressonância mórfica, e esta for demonstrada de forma cabal e aceita pelo mundo científico! Aí então as religiões ocidentais (à exceção da doutrina espírita), se verão de frente com um imenso sapo para engolir. Vejamos como é tratada a “Realidade” pelos diversos ramos do conhecimento humano. Neste artigo (como disse no princípio), não tenho a intenção de solucionar, nem posso solucionar tal mistério, mas, somente apresentar algumas maneiras de como é vista a “Realidade”. Com a proposta de “A Matrix”, largamente difundida com o lançamento do filme do mesmo nome. Confundiu-se ainda mais o entendimento do homem comum, do que seja a diferença entre a realidade e o irreal, nossa mente no cotidiano nos põe de frente com o que chamamos de “Realidade” esta capacidade de ver a “Realidade” é inerente a consciência humana, devido ao ambiente físico em que fomos moldados, nós não percebemos a “Realidade” física como realmente ela é. A visão que temos da “Realidade” física! Não é real. O que vemos não é realmente a “Realidade”. Nós, de maneira simples vemos a “Realidade” assim como nossa visão interpreta o mundo que nos cerca, esta visão de mundo a temos e vemos com uma contínua uniformidade, no entanto não é real o que vemos e interpretamos como “Realidade”. Todo Ser senciente no planeta tomando o planeta como um “Ser”, holisticamente falando, ou como uma extensão dos “Seres” e não o contrário! Os seres percebem e vivenciam seu existir, como composto das mesmas coisas do dia-a-dia, isso, dia após dia, acorda, vê o amanhecer, se alimenta, excreta, se alimenta, vê o entardecer, se alimenta, excreta, dorme a acorda pela manhã para recomeçar a eterna rotina do viver. Não importa quem seja, ou que posição ocupe no planeta, se um sábio ou se um tolo, se um Rei ou se um Mendigo, se uma baleia com 150 toneladas ou se um diminuto verme, inexoravelmente todos estão presos a esta visão da “Realidade” newtoniana até o seu último alento. O problema, é que seus sentidos foram formados para perceber somente esta “Realidade”. No entanto! Conforme o seu grau de desenvolvimento como Ser. Seu entendimento deste existir rotineiro pode variar de zero ao infinito, daí advém a validade da máxima: (cada cabeça um mundo). A priori, o aperceber do mundo que nos cerca se dá de forma uniforme e linear, não muda nunca! As exceções só são encontradas em alguns animais com visão diferenciada da nossa. A “Realidade” vista pelo físico quântico é a mesma visão de um homem tribal, a interpretação da realidade é imutável e única, sendo inerente à nossa espécie enquanto Seres materiais, sendo completamente uniforme esta visão. Krishnamurti questionava a inutilidade de se conhecer o homem que tivesse alcançado a “Verdade”, ou seja, que tivesse compreendido e alcançado a “Realidade”. Esta inutilidade adviria do fato de que esta aquisição ou poder de aperceber a real “Realidade” seria algo não transferível e extremamente interior a este Ser. Krishnamurti propunha que se buscasse a verdade interior, e de que seria de pouca validade seguir ou acompanhar um homem somente porque este tivesse alcançado a verdade ou a “Realidade”. A “Realidade” sendo “maya” existe realmente? Ou é criada por nossa mente? E o que seria nossa mente? Fruto de conexões neuroniais ou somente a interação do nosso espírito com nossos neurônios? Creio que para se alcançar a “Realidade”, primeiramente é necessário que solucionemos a questão maior, de “quem somos nós”, e de que consigamos compreender a verdade do que é a vida em nosso universo, sendo imprescindível que tenhamos um entendimento pelo menos razoável, de como o mundo material é formado. Se não soubermos quem somos, como compreender com profundidade a visão “maya” da realidade que temos da vida e do mundo em que vivemos! A ciência tenta e não consegue respostas satisfatórias para estes enigmas da nossa existência. Alguns cientistas ao encontrarem uma resposta não mecanicista para estas questões, simplesmente são relegados ao ostracismo, ou tidos como idiotas ou loucos, pois, estas são questões de difícil, ou impossível análise laboratorial comprobatória. No entanto, para gáudio do nosso espírito inquiridor, a ciência biológica nos propõe uma saída para percebermos uma nova “Realidade”. O exemplo em foco é o caso do biólogo Rupert Sheldrake da Universidade de Cambridge na Inglaterra que em 1981 levou ao conhecimento do mundo a sua polêmica teoria da Ressonância Mórfica. através de seu livro (Uma Nova Ciência da Vida), a teoria do Rupert Sheldrake nos remete a uma “Realidade” completamente nova, sobre o que é realmente a vida, e assim, nós ficamos de frente com uma nova “Realidade”. A Física Quântica vem nos propondo há tempos uma nova “Realidade” física esta, que poucos conseguem crer e compreender, isto não ocorre somente com os leigos, mas também com os próprios físicos. Sob uma visão da física quântica nossa “Realidade” do dia-dia, sob um contexto “de mundo material”, simplesmente não existe, isto é, a nossa visão do real é inconsistente! Não é o real que nós vemos! E o que seria então a “Realidade” quântica? Simplesmente, meu caro leitor o que ocorre é que os físicos sabem que a “Realidade” não é o que vivenciamos no nosso dia-a-dia! Mas também não têm como nos descrever a “Realidade” quântica como seria, pelo simples motivo de que eles, como nós, só dispõem dos nossos cinco sentidos. E estes sentidos são insuficientes ou não foram feitos para percebê-la. E assim, se vêem impossibilitados de nos descrever a “Realidade” quântica. O “imbróglio” teve início quando os físicos descobriram assombrados que a mente humana interferia nos experimentos quânticos. Aí os físicos perceberam o quanto eles estavam distantes da real “Realidade” quântica. Eu mesmo, faço minha própria interpretação da “Realidade” quântica, e não posso descrevê-la para o leitor. Já disse que a “Realidade” é unilateral, sendo estritamente, extremamente e absolutamente pessoal.
A “Realidade” sobre a vida e sobre o universo, que a proposta do Rupert nos traz é mais facilmente compreensível, se a tomarmos e a compreendermos como o lado até agora obscuro, e até então, incognoscível e incompreensível dos seres, seja seres sencientes ou não! Esta nova teoria da ressonância mórfica nos elucidará de forma simples a maioria das incompreensibilidades do nosso existir. Eu particularmente a vejo como uma teoria sistêmica e holística, portanto mais de acordo com a complexidade/simplicidade do universo em que vivemos! Estas e outras propostas existentes na atualidade nos levarão a uma maior compreensão do universo como um todo. Tratarei agora da minha “Realidade”, ela fundamenta-se nos diversos aspectos e valores que me facilitam analisar e compreender o que é a “Vida”, o “Ser” e o “Mundo”. Não me vejo isolado do universo, sou parte do mesmo, dentro do tempo e do espaço, na direção do passado e na direção do futuro, não questiono ou analiso o presente pela obviedade do fato. É só buscar nossa origem e isto fica claro como o dia. Sou um Ser dual, composto de matéria e de Espírito ou Energia! Alma! Mente! Ou o que quiserem e puderem chamar esta parte imaterial dos “Seres”!
Busquemos a origem destes dois componentes, e a encontraremos nos primórdios da formação do universo. Quer creiamos quer não, somos parte integrante do universo, e com origem na sua fase mais remota de formação! Isto, posto e aceito! Tentemos separar, analisar e compreender as duas facetas do Ser Dual de que somos constituídos. A faceta material do Ser é de fácil compreensão, pois, a mesma sob a ótica do reducionismo o Ser se torna facilmente compreensível à luz da física e da biologia, com o auxilio da química e do eletromagnetismo, o Ser material torna-se “traduzível”, mais facilmente compreensível e analisável, embora seja o organismo mais complexo que existe em nosso universo próximo.
Mas, temos que considerar que os átomos de todos os elementos de que são constituídos nossos corpos tiveram sua origem no hidrogênio primordial, assim deduz-se que somos tão velhos materialmente, quanto o próprio universo. Ora! Se nossa parte material é tão velha quanto o universo, natural que a nossa parte imaterial composta de energia também o seja! Talvez até mais velha, pois, é sabido que a energia precedeu a matéria na fase inicial da formação do universo, a energia existiu desde os primórdios, e segundo a astrofísica, a matéria só veio a aparecer trezentos mil anos depois que a energia foi liberada pelo Big-Bang. Portanto como “almas”! Somos literalmente eternos, na direção do passado e na direção do futuro, somos, portanto, imortais! Isto considerando o nosso universo como um universo cíclico. É neste pressuposto de um universo cíclico que se fundamenta a moderna doutrina da reencarnação, só que a vejo com outros olhos e sob outro
enfoque. A “Realidade” de que trato aqui está intimamente ligada ao Ser imaterial, pois, só o mesmo pode analisá-la, sendo a “Realidade” nada mais que sua visão de mundo, onde o Ser material nada mais é, que um objeto desta análise. Estas palavras não são dirigidas aos homens incapazes de compreender e crer nessa dualidade. A sapiência do criador nos fez com uma visão uniforme do existir, isto é, todos vêem uma manhã como uma manhã, e nunca como um entardecer! Uma pedra como uma pedra e não como um pássaro! A teoria de que só vemos o que queremos ver, em parte tem sua razão de ser! A teoria de que só vemos com facilidade o que já vimos anteriormente tem mais validade ainda. Tudo o que nos é apresentado pela primeira vez nos é de difícil compreensão. Esta dosagem de não reconhecimento aumenta quando somos inicialmente refratários a algo, este algo se nos torna extremamente estranho, a ponto de não o enxergarmos! O problema é que não vemos com nossos olhos materiais, mas sim, com os olhos da mente, ou seja, da nossa memória, ou melhor, com os olhos do nosso espírito, por sua vez os mecanicistas dizem! Não vemos com nossos olhos, mas, sim com o nosso cérebro! Não creio que o nosso cérebro possa ver nada! É a própria neurologia que nos dá prova disto, ao relatar experimentos de laboratório, onde se comprovou que são ativadas certas partes do cérebro de uma pessoa ao mandá-la olhar uma imagem específica. Estas mesmas partes do cérebro são ativadas ao pedir-lhe que recorde desta imagem, o que comprova que é a “Memória” do Ser imaterial que ativa estas partes do cérebro do Ser material. Esta é a primeira prova laboratorial da existência da dualidade do Ser, e de que a memória não está contida no cérebro. Para melhor entender o que é a “Memória” torna-se necessário dar um pequeno passeio sobre as novas descobertas da biologia e da neurologia sobre a nossa “Memória”! Como disse um dono de um blog! Por sinal muito inteligente! – “Agora vou me apropriar descaradamente, de parte de uma matéria escrita pelo” Dr. Adalberto Tripicchio, onde o mesmo aborda o aspecto formativo
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