A Bahia vai ganhar um centro de referência para tratamento de pessoas com anemia falciforme. O projeto, que foi um dos compromissos assumidos pelo secretário da Saúde do Estado, Fabio Vilas-Boas, durante sua posse, foi discutido nesta terça-feira (13), durante reunião na Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) com as associações das pessoas com anemia falciforme.
O Secretário solicitou que técnicos da Sesab apresentem um plano de ação completo para a implantação do centro, inclusive já com a indicação do espaço, considerando que a unidade contará com uma equipe multiprofissional. “O atendimento será feito desde o diagnóstico precoce e rastreamento da doença, até o tratamento completo, incluindo internação e intervenções cirúrgicas, quando necessárias”, destacou Vilas-Boas.
Na ocasião, os representantes das associações federal, estadual e municipais (Itabuna, Ilhéus e Feira de Santana) apresentaram uma carta reivindicando a institucionalização das políticas de saúde para as pessoas com anemia falciforme, efetivar a inclusão nas redes de urgência, emergência, cegonha, doenças crônicas, indicação de hospital de referência, retomada de novas gestantes na maternidade de referência, regularização da entrega dos medicamentos, criação de uma coordenação exclusiva para os assuntos relacionados às questões da enfermidade na Diretoria de Gestão do Cuidado da Sesab, equipe especializada para tratar a doença, dentre outros.
O representante da Federação Nacional das Pessoas com Anemia Falciforme, Altair Lira, declarou que estas reivindicações têm como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas que têm que conviver com uma doença, “que só representa dor e sofrimento para o paciente”, pontuou.
E o presidente a Associação Feirense das Pessoas com Anemia Falciforme (Afadfal), Sandoval da Cruz, que tem a enfermidade lamentou a dor da perda de pessoas jovens. “Sabemos que todos vão morrer, mas com tratamentos mais adequados essas pessoas poderiam viver mais um pouco entre a gente”, argumentou Cruz.
Anemia Falciforme na Bahia
O estado possui o maior número de incidência da doença por se tratar de uma patologia que atinge principalmente a população negra. E, de acordo com dados do IBGE, cerca de 76,6% dos baianos se auto declaram pretos e pardos. Com isso, estima-se que, a cada 650 nascidos vivos, um possui a doença e o percentual do traço falciforme nos nascidos vivos está entre 7% e 10%. A anemia falciforme é uma doença hereditária, que provoca a alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, o que dá origem ao nome.
Sintomas da doença
Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos, dores articulares, fadiga intensa, palidez e icterícia, atraso no crescimento, feridas nas pernas, tendência a infecções, cálculos biliares, problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais.
Acompanhamento da doença no Estado: a Hemoba, em Salvador, atende cerca de 4500 pacientes entre crianças e adultos, da capital e interior.
As crianças ainda contam com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que atende 3.500 crianças e realiza, também, o exame do “pezinho”, um dos principais métodos para detectar a anemia falciforme.
Outros municípios que contam com o acompanhamento regular desses pacientes são: Camaçari (300); Itabuna (400); Ilhéus (100), Barreiras (306), Feira de Santana (400). Todos atendem crianças e adultos.
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