Neste sábado, 09 de novembro, feriado municipal, celebra se, o aniversário de emancipação política de Vitória da Conquista. 184 anos. O primeiro ato, foi a missa em ação de graças pelo aniversário da cidade, na Catedral de Nossa Senhora das Vitórias. Padroeira da Cidade. O 2º ato aconteceu frente ao paço municipal – Com o hasteamento das bandeiras de Vitória da Conquista, da Bahia e do Brasil. Com o acompanhamento da orquestra da Policia Militar da Bahia. O 3º Ato aconteceu na parte da tarde, com a macha para Jesus, movimento dos evangélicos, que percorreu algumas ruas da cidade até o espaço Glauber Rocha, que culminou na apresentação musical gospel.
Ainda no primeiro ato, após o rito da missa em celebração em homenagem ao aniversário da cidade. A prefeita Sheila Lemos Andrade oportunizou para que o secretario de educação do Município, o professor doutor Edgar larry, fosse a frente do púlpito e apresentasse a mensagem em HOMENAGEM – Vitória da Conquista 184 anos de emancipação política.
No texto, o autor pontua algumas referencias históricas, que moldaram a construção e a história da cidade, desde o seu inicio até os dias atuais, e ainda expõem, a importante influência de entes e personalidades, que ajudaram a forjar a Cultura, as artes, a economia e o desenvolvimento sócio econômico de Vitória da Conquista. E, em destaque também fez menção da importância dos jornais ao logo da história desta Cidade. Leia a nota na íntegra.
HOMENAGEM – CONQUISTA 184 ANOS
“Senhoras e Senhores, bom dia!
De onde teria vindo a poética exuberante desta cidade, cujo aniversário comemoramos hoje, dia 09 de novembro?
Onde foi parar o vermelho do sangue dos Mongoiós e Imborés, sacrificados em nome da ganância e da civilização?
Onde estão as mãos que, no labor diário, quer na enxada e facão, quer na caneta e nos livros, emolduraram esta cidade que hoje ocupa lugar de destaque no “ranking” baiano, como melhor cidade para se viver?
Que ímpeto singular motivava sonhadores que criaram jornais como A Notícia, A Palavra, O Combate, A Semana, O Jornal de Conquista, O Fifó, O Avante, O Povão, O Jornal da Semana, Tribuna do Café, O Município, Diário de Notícias, O Diário do Sudoeste, todos com matizes políticos os mais diversos?
Onde estão os primeiros homens do campo que eram capazes de conhecer o segredo da terra e suas bonanças e, de ouvidos atentos, descobriam a existência e os tipos de mel apenas pelo zumbido das abelhas quando se aproximavam das colmeias?
Que luz iluminava a mente daqueles primeiros habitantes que acertavam o horário apenas pela posição do sol nos céus frios do povoado?
Falar desta cidade que hoje completa 184 anos de emancipada é complexo e prazeroso ao mesmo tempo. Complexo por tantos nuances históricas para se destrinçar; fácil e prazeroso, pois já o fizeram com maestria grandes nomes como Aníbal Lopes Viana, Mozart Tanajura, Durval Menezes, Rui Medeiros, entre outros.
O nascimento de Vitória da Conquista tem sua gênese na questão exploratória à cata de minas que produzissem pedras preciosas e ouro. Esta região ficava no trecho, outrora conhecido como o Sertão da Ressaca.
É sobejamente clara a história em que se desenha e se expõe a luta dos portugueses, dentre eles João Gonçalves da Costa, com os indígenas que por aqui tinham suas tribos. Sabe-se também que tudo culminou com o chamado “Banquete da Morte”, momento em que os Mongoiós e Imborés, em nome de um pseudo pacto de paz, foram embriagados e dizimados pelos soldados portugueses.
Não só essas duas nações indígenas, mas também os Pataxós foram alvo da sanha guerreira dos portugueses.
João Gonçalves da Costa havia feito uma promessa à Senhora das Vitórias que, em saindo vitorioso do combate, ergueria uma capela no arraial. E assim o fez.
No centro do arruado onde se deu o embate, hoje Praça Tancredo Neves, erigiu a Capelinha de Nossa Senhora das Vitórias, hoje esta suntuosa catedral que as mãos de Luiz Pedreiro moldaram.
Em 1840, o Arraial da Conquista foi elevado à categoria de Vila, se desmembrando de Caetité e passando a ter uma denominação de Imperial Vila da Vitória, pela Lei Provincial n. 124, de 19.05.1840. A Imperial Vila da Vitória se fixou em 09 de novembro de 1840, quando dá-se posse à primeira Câmara Municipal, ganhando autonomia política – hoje presidida pelo Vereador Hermínio Oliveira.
Em suma: os nomes foram se sucedendo no decorrer do tempo até chegar ao topônimo pleonástico de Vitória da Conquista.
Sem as rodovias de hoje, segundo Aníbal Lopes Viana, em sua Revista Histórica de Conquista, a cidade ficava à mercê – para compras de mercadorias – dos Caixeiros Viajantes e dos Tropeiros. Eles traziam, no lombo das alimárias, mercadorias da capital da Bahia e de outras cidades para o comércio de Vitória da Conquista. Por conseguinte, é de suma importância o papel dessas personagens na nossa história.
Por não ter uma comunicação efetiva, pois não havia rádio, jornais e televisão, vale lembrar o papel do anunciador ou avisador, como era conhecido. Com trajes característicos, eles batiam de porta em porta, para anunciar um acontecimento social: batizados, casamentos, chegada de parentes ou pessoas ilustres, enterros, comícios, reuniões festivas, etc.
As primeiras ruas de Conquista também têm papel importante na sua história: a Rua dos Tocos, Rua da Boiada, Rua do Cruzeiro, Ernesto Dantas, Rua da Moranga, dentre outras. Não se pode esquecer a poética e os dramas da velha Rua do Maga-Sapo, onde moravam as chamadas “mulheres de vida”. Cogita-se que este nome vem do esmagamento de sapos feito pelas rodas de charretes ou dos primeiros carros da cidade.
Vamos dar um salto no tempo e falar da sina bendita que tem este chão com relação à cultura.
Concomitantemente aos jornais supramencionados, surgiram grupos de teatro como a Ala de Letras, o TESCO, o Grupo Avante Época, a Companhia OPERAKATA, a Casa da Cultura, entre outros.
Através das peças, veiculavam-se ideias as mais variadas. E é aí que se destaca o nome do grande poeta e teatrólogo Carlos Jehovah, por quem esta cidade tem uma admiração e um respeito imensos.
É imperioso nomear os grandes intelectuais e poetas: Camilo de Jesus Lima, com obra premiada na Academia de Letras do Rio de Janeiro; Maneca Grosso (Manoel Fernandes de Oliveira), que escreveu um poema em homenagem a esta cidade, intitulado DO CIMO DO MORRO DA TROMBA; Laudionor Brasil, Carlos Jehovah, Mozart Tanajura, Erathóstenes Menezes, Jesus Gomes dos Santos, Vicente Cassimiro, Esechias Araújo Lima, entre outros.
E hoje, senhoras e senhores, temos uma Vitória da Conquista que é uma das melhores cidades do nordeste para se viver, um polo de educação, da saúde, de multisserviços, de multisetores, bem como um centro comercial pujante para onde converge a população de cerca de 40 cidades do sudoeste baiano e até do norte de Minas Gerais, para as compras, tratamento médico, formação acadêmica e realização de vários outros negócios.
Administrações arrojadas têm trabalhado no saneamento, construção e revitalização de escolas, além de pavimentações de ruas e avenidas, como é o caso da avenida Olívia Flores, nova avenida Brumado, nas 83 escolas revitalizadas nas áreas urbana e rural, na construção das escolas Antônia Cavalcante no Bairro Cruzeiro e Otaviano Salgado na zona rural – Campo Formoso, na construção do Terminal Hérzem Gusmão, na revitalização do Cristo de Mário Cravo, na revitalização da Lagoa das Bateias, e tantas outras obras. E aí, ressalte-se a brilhante administração da Prefeita Sheila Lemos.
Hoje, nesta especial celebração, rogamos ao Nosso Senhor Jesus Cristo para que continue derramando bençãos sobre nossa cidade, com a santa intercessão de Nossa Senhora das Vitórias, nossa padroeira!
Salve, salve, salve Vitória da Conquista, ontem, hoje e sempre!
Parodiando o grande escritor Tolstói, exorto: Cantemos a nossa Conquista, pois assim estaremos cantando o mundo.”
Obrigado!
Texto na íntegra do autor – que nós estamos repercutindo aqui no Portal de Noticia A Gente Diz.
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