*Eduardo Moraes
Gilberto Gil, em uma de suas canções, diz que “toda menina baiana tem um jeito que Deus dá”. E cá, nesse pedacinho da Bahia, estão as mulheres mais belas do planeta. Pela própria natureza, elas estão em todos os cantos, seja no Leste, Oeste, Norte ou Sul. Entretanto, mesmo com suas belezas naturais, infelizmente, a “Jóia do Sertão Baiano”, cortada de Norte a Sul pela Avenida da “Integração”, continua apartada. Não venham dizer que se trata de preconceito ou complexo de inferioridade, mas não é admissível que a cidade continue induzida a crescer de forma desigual, direcionando todos os equipamentos públicos ou privados para o lado Leste, enquanto o lado Oeste – de comércio e empreendimentos privados fortes, detentor de mais da metade do eleitorado urbano – padeça no purgatório.
Depois da chegada dos Freis Capuchinhos no final das décadas de 1950 e 1960, das obras do Centro de Assistência Social Nossa Senhora das Vitórias, da construção do Seminário Nossa Senhora de Fátima e do Colégio Paulo VI, somente na década de 1990 o lado Oeste foi agraciado com alguma obra pública, o CEFET, hoje IFBA. Desde então, nada mais foi feito. O descaso e a falta de atenção por parte de todas as administrações do município são imperdoáveis.
Com a inauguração da Rio Bahia em 1963 pelo então Presidente João Goulart, surgiram no lado Oeste bairros como, Departamento, Bateias, Patagônia, Kadija, Conveima, Ibirapuera, Conjuntos URBIS e Vilas Serranas, Cidade Maravilhosa, Terras do Remanso, Miro Cairo, Senhorinha Cairo, Henriqueta Prates, Bruno Bacelar, Aparecida, Sobradinho e adjacências. Demandas básicas como limpeza, pavimentação, iluminação, saúde e transporte, são atendidas de forma bastante precárias, bem como a ausência de uma única área de lazer em cada uma dessas localidades. Parece até que do “lado de cá” não se pagam impostos, não se consome, não existe gente que pensa, que sente tristeza e alegria.
Diante desse cenário, faz-se urgente a necessidade de adequar as vias públicas existentes capazes de receber o número de automóveis dos moradores do lado esquecido desse município, principalmente nos horários de pico. As avenidas Brumado, Alagoas, Pará, Paraná e Amazonas, com os engarrafamentos e filas intermináveis, contribuem para o crescimento das estatísticas de acidentes.
Nós, moradores do lado Oeste, não podemos mais continuar permitindo essa apartação, talvez não proposital, mas preconceituosa e descabida. O povo, lideranças empresariais e religiosas, precisam exigir que os governantes façam os investimentos imediatos para atender as principais demandas. Moradores, comerciantes do lado Oeste antes de verem seus negócios minguarem em função do mais completo descaso dos gestores públicos, precisam se organizar para que em breve não fiquem praticamente isolados, impedidos de trafegar e interagir com o lado Leste, em função da insuficiência de vias públicas capazes de dar vazão ao trafego de automóveis e de gente. Nós também amamos essa cidade e não concebemos, portanto, que ela seja separada pelo descaso e vontade de homens e mulheres alheios às nossas necessidades e anseios.
Todo conquistense, não importa que seja do lado Leste ou Oeste, tem estima, altivez, sensibilidade, inteligência e beleza que Deus dá!
O Povo do lado Oeste quer uma cidade efetivamente integrada e também merece viver com dignidade, qualidade de vida e ser feliz.
*Historiador, Bacharel em Ciências Contábeis, Pós Graduado em Gestão Pública e Morador do Lado Oeste.
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