Por Mara Ferraz – DRT BA 3585
“Seis anos bem vividos”, são palavras de Izaltiente Rodrigues, Diretor Presidente da COOPASUB – Cooperativa Mista Agropecuária do Sudoeste da Bahia, para resumir os 6 anos de existência que a Cooperativa comemora hoje, dia 20 de maio de 2011.
Ele conta que no início eram 13 Municípios e 104 Cooperados. O maior desafio foi reuni-los e assim gerar o Projeto COOPASUB, de uma maneira que contemplasse o valor social para os envolvidos na gestão.
Para fazer parte da criação do Projeto foram articulados representantes de alguns movimentos sociais: MST (Movimento Sem Terra), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Associações de Pequenos Produtores. O momento foi oportuno, pois segundo a Diretoria, já havia uma consciência por parte dos agricultores em organizarem-se e impulsionarem a comercialização.
Atualmente a Cooperativa conta com 18 Municípios e são realizados projetos nas áreas de: Comercialização, Reforma e Construção das Casas de Farinha (em andamento), Assistência Técnica, Inclusão Digital com o Projeto da Estação Digital, Inovação Tecnológica com o Projeto de Melhoramento de Manivas, Comunicação & Mobilização Social, Complexo Industrial (Unidade de Produção de Fécula e Empacotamento de Farinha) e o Projeto de Formação em Cooperativismo.
Sua Estrutura
A gestão do empreendimento COOPASUB é feita de forma democrática, levando em conta os princípios do Cooperativismo e da Economia Solidária. As decisões são tomadas em Assembléias Gerais e executadas pela Diretoria Executiva e o Conselho de Administração. Atualmente estão sendo formados os Núcleos de Produtores, que substituirão os Núcleos Municipais. Bimestralmente são realizadas reuniões com técnicos e parceiros que formam o Comitê Gestor, momento que se faz a atualização do plano de ações.
Ao longo desses anos a Cooperativa recebeu apoio de diversas Instituições parceiras, como: Fundação Banco do Brasil, ASA, Petrobrás, Banco do Brasil (DRS), Embrapa, UESB, MPA, MST, BNDES, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Prefeituras Municipais, Instituto Mata de Cipó, Comissão Pastoral da Terra (CPT), GEP, SEBRAE, Governo Estadual da Bahia, Governo Federal, UNICAFES e UNISOL.
Sobre a Mandiocultura
Resgatar a cultura da Mandioca como forma de promover a inclusão social e sustentável das famílias agricultoras é o principal objetivo da COOPASUB, e o crédito deve-se ao fato da região possuir potencial para tal realização.
A Cooperativa e seus parceiros também acreditam no mercado promissor da mandiocultura, visto que no setor alimentício, por exemplo, é base para produtos como: biscoito, pão, lingüiça, enlatados, barra de cereais, pudim, sorvete, lazanha, entre outros. Além do setor alimentício, a raiz de mandioca, se for modificada por meio de tecnologias, pode também ser utilizada em setores industriais como: farmacêutico, têxtil, petroquímico, celulose, plástico biodegradável, indústria petroquímica, indústria ciderúrgica, cola e outros.
Para a economia da região Sudoeste, investimentos nessa área poderão agregar valor e geração de emprego e renda. Segundo Dácio Filardi, consultor da Fundação Banco do Brasil, quase 100% (cem por cento) da Fécula Industrializada da Bahia vem de outros estados e enfatiza dizendo que na região é produzida apenas a fécula artesanal com pequenas indústrias.
Joaquim Rocha, Diretor Financeiro da COOPASUB, diz “uma vez que industrializado, os produtos poderão ser fornecidos na região e para o cooperado vai ser melhorada a renda da família e aumentar a produção com qualidade no campo”. Além disso, segundo o Diretor financeiro, com o avanço\ da qualidade dos produtos poderá ser facilitado o acesso às políticas públicas nos Municípios e mercados na região.
O progresso da organização dos produtores pela Cooperativa é visível quando Dona Marialva Novais, cooperada de Belo Campo, diz “é um prazer muito grande, é uma alegria muito grande fazer parte dessa obra. Eu acreditei e acredito muito desde quando me cooperei.”
As Conquistas
Na área da Assistência Técnica houve mudanças no processo de utilização do solo por parte dos agricultores, como por exemplo, evitando as queimadas e utilização de equipamentos adquiridos pela Cooperativa no preparo do solo.
Seu Jacy, cooperado há cinco anos, já aconselha seus colegas dizendo “Hoje oriento a procurar uma terra que não precise ser queimada e temos que prepará-la direitinho”
Por meio do Projeto de Inovações Tecnológicas, Luiz Viana, diretor Administrativo da COOPASUB, comenta “estamos conseguindo melhorar as qualidades de manivas e difundindo as técnicas apropriadas para o aumento da produtividade”.
Avanços também são notórios no setor da comercialização, visto que, depois da organização dos agricultores, alcançou-se aprovação de propostas de comercialização pela CONAB, que há três anos vem se desenvolvendo nos Municípios de Barra do Choça, Condeúba, Encruzilhada, Poções, Cândido Sales e Belo Campo, com venda de produtos da agricultura familiar da COOPASUB.
Uma das maiores conquistas da Cooperativa é o funcionamento do Complexo Industrial, que em breve será inaugurada. Está em fase de conclusão das obras e possui capacidade total diária de 100 toneladas/dia de processamento de raiz de mandioca para ser transformado em fécula. Já está pronta a unidade de empacotamento de farinha, que nos próximos dias poderá ser empacotada e comercializada já com a marca da farinha da COOPASUB.
Além de todas essas conquistas, a Cooperativa gerencia um Projeto de Inclusão Digital, pois além da contribuição econômica direta com a comercialização, também é responsável pela inclusão social dos agricultores e comunidade no mundo digital, como exemplifica seu Edvaldo Pereira, agricultor, “Para mim vai ser uma descoberta, porque praticamente eu não sei nada, eu pretendo estudar para eu aprender como é este mundo da informática”.
ASCOM-COOPASUB
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