As fotos do mosaico acima foram feitas no dia 7 de fevereiro de 2012, uma terça-feira como hoje, entre 8h30 e 9h30 da manhã. Dia útil e o centro da cidade vazios. As imagens mostram a Praça Barão do Rio Branco e a Avenida Lauro de Freitas com lojas fechadas, pouca gente e pouco trânsito de veículos.
Eu morava em Salvador e cheguei às cinco horas da manhã Vitória da Conquista, para onde pretendia voltar, depois de quase sete anos e meio na capital baiana. Fazia muito frio, talvez 11 graus. Postei no meu perfil de Facebook: “Coisas da greve. Chego à rodoviária de Conquista às 5 da manhã. Um amigo me pegará às 8:30 para irmos a outra cidade. Com sono e com frio, escolho ir a um dos motéis próximos, confortáveis, quentes e baratos, pra dormir um pouco. Porém, fechados. Todos”. Era o primeiro relato das consequências da greve da Polícia Militar da Bahia, iniciada no dia 31 de janeiro.
Na capital, Salvador, estava implantado o terror. No décimo dia da paralisação dos policiais militares já tinham sido registrados 153 homicídios em Salvador e Região Metropolitana, 106% a mais que antes da greve. A PM baiana voltaria a parar dois anos depois. Em 2012 ,foram 12 dias de paralisação, em 2014 foram 43 horas. Em 2012, a média de homicídios na RMS durante a greve foi de 12,75 por dia. Em 2014, durante que durou menos de um dia e meio, a média de assassinatos por dia foi de quase 20 homicídios. Em Vitória (ES), onde os PMs estão parados, já são, pelo menos, 75 mortes, em quatro dias de greve.
Em 2012, o líder da greve dos PMs na Bahia, a partir de Salvador, o soldado Marco Prisco, foi eleito vereador de Salvador. Em 2014, virou deputado, sempre pelo PSDB. Em Conquista, um dos mais corajosos defensores dos PMs, o ex-policial militar e atual advogado David Salomão, candidatou-se a vereador pelo PCdoB e obteve (em 2012) 1517 votos, mas não se elegeu à Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista por divergências em sua filiação política. No ano passado, com tendo 548 votos a menos, Salomão elegeu-se vereador pelo PTC.
Atualmente, depois dos acordos com o governo estadual, a PM baiana é considerada uma das mais valorizadas do país. São dois anos e nove meses sem greve.
* As fotos também servem para mostrar que as vans se oferecendo para substituir os ônibus do transporte coletivo não são um problema de hoje, nem de pode ser atribuído a Herzem Gusmão.
Fonte Blog Giorlando Lima
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